Agente é detido por tentar fraudar concurso: ele receberia 300 mil

Um candidato que fez prova na Faculdade Católica foi detido após a Polícia monitorá-lo. Ele contou que receberia R$30 mil de cada um dos 10 candidatos para quem passaria as respostas...

Coletiva de imprensa reuniu Secad, SSP e Aroeira
Descrição: Coletiva de imprensa reuniu Secad, SSP e Aroeira Crédito: T1 Notícias

Um agente da Polícia Civil, Leonício de Sousa da Silva, tentou fraudar o concurso da PC para os cargos de Agente de Polícia, Escrivão de Polícia, Papiloscopista e Agente de Necrotomia, que aconteceu neste domingo, 1 de junho.  Ele fez a prova no prédio da Faculdade Católica sendo monitorado por policiais civis e federais, além dos aplicadores de provas.

 

Segundo informou o secretário executivo da Secretaria da Segurança Pública (SSP), Deusiano Pereira, a Polícia recebeu uma denúncia anônima pouco antes do início das provas de que o referido candidato, que já é policial civil, passaria questões da área específica para cerca de 10 candidatos que estavam fazendo prova na cidade de Tocantinópolis, no Bico do Papagaio. "Nós recebemos as informações pouco antes do início das provas e já começamos a monitorá-lo", disse Pereira.

 

Ele fez a prova, foi monitorado e ao sair da sala foi abordado pelos policiais e encaminhado para a Corregedoria, ouvido e liberado em seguida. Um procedimento foi instaurado e ele, que é policial civil, foi afastado das suas funções até o fim da investigação.

 

Leonício de Sousa da Silva disse em depoimento que iria receber R$30 mil de cada candidato que ele passasse as respostas. Segundo informações da SSP, em depoimento prestado na Corregedoria da Polícia Civil, ele disse que o combinado seria repassar as respostas às 17horas, mas que antes das 13h30 se arrependeu da tentativa de fraudar o concurso. Ele contou que tentaria enviar as respostas via celular, mas o secretário executivo afirmou que não se sabe como ele pretendia fazer isso, "já que todos os aparelhos foram recolhidos e colocados nos saquinhos".

 

A SSP frisou diversas vezes que desde que soube da tentativa de fraude o candidato foi monitorado. "Ele foi acompanhado durante todo o tempo em que esteve na sala de aula e ao sair, ele foi abordado e levado à Corregedoria". A Polícia acredita que ele percebeu que estava sendo monitorado e por isso desistiu.

 

O secretário da Administração, Lucio Mascarenhas, destacou que "não houve fraude. A tentativa não se consumou e por isso não há razões para o concurso ser cancelado". Ele disse ainda que os demais candidatos não precisam ficar preocupados porque, logo após o recebimento da denúncia, a vigilância também foi reforçada em Tocantinópolis.

 

Mascarenhas informou que Leonício de Sousa disse em depoimento alguns nomes de pessoas que receberiam as respostas, "mas a gente não tem certeza", e que das 10 pessoas para quem havia se comprometido em passar as respostas, pensava em passar efetivamente somente para quatro, antes de desistir. O acordo era que o dinheiro seria pago após a posse no concurso. O policial candidato foi eliminado do concurso, como previa o edital. 

 

O coordenador da Fundação Aroeira, Ronaldo Pinheiro, afirmou que os procedimentos adotados foram os mesmos do certame para os cargos do domingo passado.

 

Ainda de acordo com o secretário da Administração, "o concurso prossegue com muita transparência e cuidado. No próximo domingo vai ter prova e não tem motivo nenhum para cancelar o certame. Nós demos um passo para demonstrar a firmeza e a certeza de que nada vai macular o concurso e o que aconteceu está sendo investigado".

 

Provas para Delegado

Sobre as provas para delegado, aplicadas no domingo anterior, Mascarenhas confirmou que já foi notificado e pediu prorrogação do prazo para entregar cópia de todas as atas das 322 salas onde ocorreram as provas. “Acredito que até sexta-feira [9] entregamos as provas digitalizadas e as cópias”, disse.

 

O secretário contou que o MPE também pediu informações específicas “do que aconteceu em determinada sala”. Mascarenhas falou, com convicção, que nada do que foi divulgado aconteceu. “Não houve avião jogando gabarito, não faltaram provas, não teve que tirar xerox. Nada disso aconteceu”, garantiu.

 

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