Em coletiva, Siqueira Campos nega acusações: "não tenho acordo com ninguém"

Em coletiva à imprensa na tarde desta quinta-feira, 13, o ex-governador Siqueira Campos negou qualquer envolvimento com Operação Ápia, deflagrada na manhã de hoje

Siqueira nega envolvimento em fraudes
Descrição: Siqueira nega envolvimento em fraudes Crédito: Foto: Thaise Marques

O ex-governador José Wilson Siqueira Campos, na tarde desta quinta-feira, 13, em coletiva à imprensa negou qualquer envolvimento com as acusações apontadas da Operação Ápia, deflagrada no início da manhã de hoje. A Operação investiga fraudes em contratos de terraplanagem e pavimentação asfáltica em 29 rodovias estaduais, nos 139 municípios do Estado. A investigação apurou que havia três núcleos de atuação no esquema: político, de execução e empresarial.

 

“Esquema não tem. Eu sou o criador do Estado. Teve isso antes? Teve alguma coisa estes anos? Tenho uma coisa chamada honra que vale muito mais que ouro. Sou respeitado aonde eu for. Não tenho acordo com ninguém”, destacou Siqueira Campos.

 

Segundo a PF, o núcleo político era composto por ex-membros do alto escalão do Estado, como os ex-governadores Siqueira Campos, que prestou depoimento na sede da PF em Palmas, e Sandoval Cardoso. Siqueira garantiu que vai colaborar com as investigações.

 

 “A Polícia Federal tem o dever de apurar o que está sendo denunciado, desta ou daquela forma. Ou mesmo não denunciado, mas que tenha suspeita e indícios. Tudo isso é normal em quem investiga. Eu fui. Primeiro porque é um dever meu, não se pode deixar de acatar a intimação de uma autoridade que está no exercício disso. Segundo, todos nós devemos estar imbuídos deste desejo de parar com a roubalheira”, afirmou Siqueira Campos.

 

Depoimento PF

Siqueira afirmou que não foi questionado pela PF sobre as obras apontadas e usadas nas supostas fraudes das licitações.  “Não tinha acusação contra mim. Lá tinha uma lista de pessoas que recebiam este dinheiro. Queriam saber se conhecia estas pessoas, coisas assim. Tudo que sabia eu disse. Conhecia três pessoas que são parentes do Sandoval, mas não tenho nenhuma intimidade”, ressaltou o ex-governador.

 

Sobre as acusações de que as fraudes, teriam acontecido ainda quando Siqueira Campos era governador, ele novamente negou qualquer envolvimento. “Todo ato público tem o dia que publica e tem o dia que se realiza. De maneira que não há nenhum problema, que não tem nenhum ato meu, do meu governo, pendente de apuração. Agora tem um monte de coisa, de fulano, beltrano. Eu não vou acusar ninguém, tem a polícia aí para investigar. Estou absolutamente tranquilo”, declarou Siqueira.

 

Sobre as empreiteiras envolvidas, Siqueira Campos garantiu que todos os seus secretários tiveram total liberdade para desempenhar suas funções enquanto gestores. “Quem é o gestor, o ordenador de despesa é o secretário. Todos eles no meu governo tiveram autonomia. Agora o ato, quando eles me pediam para autorizar, eu colocava: autorizo, observar normas legais e a ética. Nunca me envolvi em licitação”, garantiu.

 

Renúncia

Ao ser questionado sobre ter renunciado para que o ex-governador Sandoval Cardoso continuasse com os esquemas de desvio de dinheiro, Siqueira Campos garantiu que em nenhum momento houve envolvimento. “Eu não participei de convenção, não fui a nenhum comício dele, não subi no palanque dele. Nada. Nem para ir para o céu, eu vou com certas pessoas”, disse Siqueira.

 

Sobre beneficiar seu filho, o deputado estadual Eduardo Siqueira, o ex-governador também negou.  “O Eduardo não aceitaria jamais. Se algum dia ele for candidato a governador e se eleger, será o melhor governador para o Estado do Tocantins. Super íntegro, super correto, super digno e competente. (...) Agora eu renunciei para ele ser candidato a governador, mas eu não fui buscar acordo e não disse isso para ninguém. Na época ele ainda estava sofrido com a perda do filho no desastre aéreo em Goiás”, explicou Siqueira.

 

 

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