Em operação, PF encontra dossiê e R$100 mil; escutas apontam envolvidos

Em cumprimento a mandados, a PF encontrou um dossiê de um agente da PF na casa de um dos investigados da operação. PF diz que não se intimida e revela informações apuradas em escuta telefônica...

Coletiva de imprensa na PF
Descrição: Coletiva de imprensa na PF Crédito: T1 Notícias

Em coletiva de imprensa na manhã desta quinta-feira, 10 a Polícia Federal detalhou mais aspectos sobre a Operação Nosotros, que visa apurar uma suposta fraude na licitação do BRT de Palmas. Segundo Arcelino Vieira, superintendente da Polícia Federal, foi encontrado um dossiê contra um policial federal na casa de um dos investigados. Mas ele disse enfaticamente que isso não intimidará a PF, garantindo que, escutas telefônicas comprovam o suposto envolvimento do prefeito. 

 

“Quero dizer que nosso trabalho é republicano, baseado na legalidade, fundamentado em decisões judiciais. E a PF não vai se deixar intimidar por nenhum dossiê feito por nenhuma autoridade , seja do estado ou município”, afirmou Vieira. Para o superintendente isso diz muito: “Só comprova que havia pressão, sim. Porque se fazem dossiê de agente público, quem dirá o que fazem com os proprietários de terras que não querem vender?”.

 

O delegado Regional da Polícia Federal, Cleyber Malta, que também está participando das investigações, também afirmou que chamou a atenção o dossiê de agente público encontrado na casa de um dos investigados. “Isso comprova a forma de coagir as pessoas e supostos desafetos”, conclui Malta.

 

De acordo com o delegado foram encontrado ainda R$ 100 mil em espécie na casa do prefeito, Carlos Amastha. Há um mandado de condução coercitiva contra o prefeito, que está na Espanha. Quando ele retornar de viagem deve ser ouvido para prestar esclarecimentos sobre os fatos.

 

A investigação

O diretor da operação, Rodrigo Borges, explicou que alguns agentes públicos vinculados à Prefeitura estariam exercendo pressão sobre os proprietários de terras. “Essa pressão foi exercida desde 2014 com a instituição do decreto 930 de 2014, que tornou, em especial para essa testemunha, a terra dela de utilidade pública e sujeita à desapropriação”.

 

Ainda segundo o diretor, como a testemunha não cedeu, a Prefeitura passou para outra espécie de pressão que seria o aumento do valor do tributo do IPTU. “Esse IPTU passou a ser cobrado de forma retroativa, chegando ao total de R$ 85 milhões, com a intenção não republicana de fazer pressão na testemunha para que ela pudesse vender o seu terreno”, afirmou Borges.

 

O caso foi denunciado ao Ministério Público e foi aberto procedimento investigativo. O processo tramita no Tribunal Regional Federal, em Brasília, devido alguns dos envolvidos terem foro privilegiado, no caso, o prefeito Carlos Amastha e os secretários do município investigados.

 

Conforme o diretor da operação, o trabalho de hoje foi feito para obter mais dados e informações que devem ser analisadas para verificar se todas as suspeitas se sustentam ou podem ser reforçadas. “O que a gente já tem já dá indícios suficientes pra indiciar os envolvidos por Corrupção, Associação Criminosa e outros crimes que vamos desenrolar nas investigações”, garantiu.

 

Segundo Borges, a participação do prefeito ainda está sendo apurada. “Quem conhece o estilo do prefeito sabe que ele é centralizador, que os secretários dele atuam somente a partir da ordem dele. Todas as investigações, todas as interceptações dão conta que Amastha estava por dentro das pressões que eram feitas em cima desses proprietários”, completou.

 

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(Atualizada às 15h17)

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