Qualificação em Agroindústria auxilia inserção de jovens no mercado de trabalho

IFTO campus Paraíso oferta cursos na área da Agroindústria e há demanda de profissionais especializados na região. Depois de formados, jovens não precisam se mudar de cidade ou estado para trabalhar.

Ricardo estudou e conseguiu trabalho em Paraíso
Descrição: Ricardo estudou e conseguiu trabalho em Paraíso Crédito: Lourenço Bonifácio

O potencial vocacional da região de Paraíso do Tocantins para a agricultura e pecuária tem gerado crescente oferta de emprego em grandes indústrias do ramo alimentício na região. As vagas estão sendo preenchidas por trabalhadores locais, qualificados e preparados para absorver as exigências do mercado de trabalho, de modo a diminuir a migração para outras regiões e contribuir para o aumento da produtividade e economia local. 

 

O jovem Ricardo Mendes, de 23 anos, morador da cidade, está incluído nesse contexto, tendo em vista que, desde a sua conclusão no curso técnico em Agroindústria, em 2011, trabalha na área sem precisar se distanciar dos familiares. “É muito gratificante poder está trabalhando dentro de uma área na qual sou formado, ficar perto da minha família, não ter a necessidade de sair. Estou muito satisfeito com o meu trabalho, com a minha formação”, declarou ressaltando a possibilidade de permanecer na cidade, próximo aos familiares e amigos.

 

Mendes fez a modalidade de ensino médio integrado ao curso técnico em Agroindústria no Campus Paraíso do Tocantins, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Tocantins, IFTO, e há dois anos trabalha no frigorífico da indústria Plena Alimentos, instalado na cidade, com a função de monitor da garantia de qualidade. A empresa recebe de fazendas do Tocantins, Mato Grosso e Pará cerca de 600 animais por dia e emprega mais 300 funcionários na unidade local.

 

O egresso destaca que, desde a conclusão do curso, não teve dificuldades para ingressar no mercado de trabalho e que a formação técnica foi o diferencial para o seu desempenho. “Aplico bastante os conhecimentos já que trabalho no controle de qualidade, emprego muito o controle de processos, fabricação e produção no caso da carne bovina”, afirmou acrescentando que logo após a formação conseguiu emprego em uma indústria de laticínio. Lotado no setor administrativo da empresa, Ricardo Mendes acompanha também o controle da qualidade da carne bovina desde o recebimento do animal, passando pelas fases de abatimento, viseração, resfriamento, cortes e transporte do produto.

 

De acordo com a médica veterinária Daniela Silveira, o frigorífico busca trabalhadores com o perfil de Mendes, que tenham boa qualificação na área. “Quando chega uma pessoa que já tem aquela formação, que entende, pra nós faz toda diferença (...) Nós precisamos de pessoas já preparadas”, frisou reforçando que atualmente a unidade conta também com profissionais formados no curso de Tecnologia de Alimentos ofertado pelo campus e que há vagas de trabalho disponíveis no setor.

 

Formação técnica e superior

O cenário atual vai de encontro aos objetivos dos cursos ofertados pelo Campus Paraíso do Tocantins, do IFTO, unidade de ensino instalada há sete anos no Distrito Agroindustrial da cidade, conforme explica a professora Alessandra Vespúcio Vaz. “O aluno adquire conhecimento desde a obtenção da matéria prima, a produção vegetal quanto animal, quanto à obtenção final do produto elaborado e transformado. Desde a plantação do milho até o produto do milho, desde criação bovina, com avaliação de rendimento de carcaça até a obtenção do hambúrguer. Todo esse processo fica coberto pelo curso de Agroindústria”, exemplifica Alessandra que também é coordenadora do curso superior de Tecnologia em Alimentos.

 

Sobre a formação voltada ao setor, Alessandra esclarece que os cursos ofertados têm o propósito de atender a mão de obra demandada pelo mercado em expansão na área de produção alimentícia.

 

Potencial

Conforme dados da Secretaria de Agricultura e Pecuária do Tocantins (Seagro), o Estado alcançou, em 2013, o quantitativo de oito milhões de cabeças de gado em termos de potencial de produção na área da pecuária e possui 7 milhões e 500 mil hectares em áreas de pastagem. No ano passado, o Estado movimentou US$ 337 milhões em exportação com destaque para produção e venda de carne bovina, seus produtos e derivados.

 

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