Bebê de 11 meses é diagnosticado com calazar no Hospital Infantil de Palmas

A criança estava à espera de uma agulha especial para passar por um mielograma, exame que descartou a leucemia, mas confirmou o calazar.

Caso de calazar é confirmado no HIP
Descrição: Caso de calazar é confirmado no HIP Crédito: Secom Tocantins

Felipe Siqueira de Souza, de 11 meses, que está internado há uma semana, em estado grave, no Hospital Infantil de Palmas (HIP), foi diagnosticado com leishmaniose visceral, conhecida como calazar. Segundo informações da mãe da criança, Rafaela Siqueira, o exame que confirmou a doença foi realizado na sexta-feira, 26, no próprio Hospital, após a suspeita de que Felipe estaria com leucemia. A criança estava à espera de uma agulha especial para passar por um mielograma, exame que descartou a leucemia, mas confirmou o calazar.


Também na Capital, a criança Ana Júlia Caixepa de Paiva, de um ano e meio, está internada desde o último dia 11 em um hospital particular, com calazar. A família mora no setor Jardim Aureny II.

 

A doença é caracterizada por febre de longa duração, perda de peso, anemia, palidez, aumento do baço e do fígado, comprometimento da medula óssea, problemas respiratórios, diarreia, sangramentos na boca e nos intestinos. Quando não tratada, pode evoluir para óbito em mais de 90% dos casos.

 

Segundo informações da mãe de Felipe, a família vive do setor Morada do Sol, em Palmas, e recentemente teve que levar a cachorrinha da família para ser sacrificada. “Fizemos o exame que confirmou a doença e nossa cadelinha foi sacrificada na última terça-feira [dia 23]. Nos fundos da nossa casa tem um córrego que vive cheio de lixo e nas ruas tem muitos cachorros doentes”, afirmou Rafaela.

 

Ainda de acordo com ela, a família acionou o Centro de Controle de Zoonoses de Palmas, na última terça, solicitando uma pulverização na casa da família. “Nós deixamos nossos nomes, contatos e endereço e até agora eles não foram na nossa casa”, disse Rafaela.

 

O T1 solicitou informações à Prefeitura de Palmas sobre a previsão de atendimento do CCZ à família e aguarda resposta.

 

O bebê Felipe ainda ficará internado por 10 dias no HIP, em tratamento, e não corre risco de morte. “Mais três crianças que estão internadas no Hospital foram submetidas, só essa semana, ao teste sorológico, por suspeita de estarem com a doença”, informou Rafaela.

 

Leishmaniose visceral

A doença não é contagiosa e não se transmite diretamente de uma pessoa para outra, nem de um animal para outro, nem dos animais para as pessoas. A transmissão do parasita ocorre apenas através da picada do mosquito fêmea infectado. Na maioria dos casos, o período de incubação é de 2 a 4 meses, mas pode variar de 10 dias a 24 meses.

 

O diagnóstico precoce é fundamental para evitar complicações que podem pôr em risco a vida do paciente. Além dos sinais clínicos, existem exames laboratoriais para confirmar o diagnóstico. Entre eles destacam-se os testes sorológicos (Elisa e reação de imunofluorescência), e de punção da medula óssea para detectar a presença do parasita e de anticorpos.

 

Recomendações

* Mantenha a casa limpa e o quintal livre dos criadores de insetos. O mosquito-palha vive nas proximidades das residências, preferencialmente em lugares úmidos, mais escuros e com acúmulo de material orgânico. Ataca nas primeiras horas do dia ou ao entardecer;

 

* Coloque telas nas janelas e embale sempre o lixo;

 

* Cuide bem da saúde do seu cão. Ele poderá transformar-se num reservatório doméstico do parasita que será transmitido para pessoas próximas e outros animais não diretamente, mas por meio da picada do mosquito vetor da doença, quando ele se alimenta do sangue infectado de um hospedeiro e inocula a Leishmania em pessoas ou animais sadios que desenvolvem a doença;

 

 

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