Parada LGBT reúne 5 mil pessoas, atrai juventude e defende ocupação de espaços

O encerramento contou com show de Malu Lopes e a banda Mestre Kuca, às 20h, na Praça do Bosque. Um dos destaques deste ano foi a retomada do beijaço na Avenida Theotônio Segurado

13ª Parada atrai público jovem na Capital
Descrição: 13ª Parada atrai público jovem na Capital Crédito: Fotos: Divulgação

Cerca de cinco mil pessoas participaram da 13ª Parada LGBT do Tocantins que foi realizada neste domingo, 14, em Palmas. Com o tema “Ocupar e Resistir: Lutando e Visibilizando os Direitos das Pessoas LGBT", a parada encerrou a 13ª Semana da Diversidade Sexual de Gênero que iniciou no dia 11 de agosto. Segundo informou um dos organizadores do evento, Thassio Carvalho Paz, o destaque deste ano foi o aumento da participação de jovens no evento.

 

“Este ano tivemos uma mudança de público, a participação em massa dos jovens. Através de todo trabalho que estamos construindo ao longo dos anos e com debates a juventude hoje se sente mais empoderada para participar. Um público mais jovem, mais alegre. A intenção foi conscientizar que nossa ocupação tem que ser necessária em todos os espaços, principalmente nos espaços de poder”, afirmou Thassio.

 

A concentração com intervenções e atividades culturais aconteceu na Avenida Palmas Brasil e o evento reuniu grande parte da comunidade de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais (LGBT) do Tocantins, além de também ter sido acompanhado pelo público palmense que parou nas ruas para assistir o movimento. O percurso este ano iniciou na Avenida Palmas Brasil, via Theotônio Segurado, até a Praça do Bosque. O encerramento contou com show de Malu Lopes e a banda Mestre Kuca, às 20h, na Praça do Bosque. Um dos destaques deste ano foi a retomada do beijaço na Theotônio Segurado.

 

Durante a caminhada, os participantes passaram em frente uma igreja evangélica, onde desligaram o som e seguiram em silêncio. Ainda de acordo com o organizador o ato foi uma intervenção pedindo por mais tolerância à população LGBT. “Nós não somos intolerantes, a intervenção foi para aqueles LGBTs que morreram vítimas de preconceito. Foi uma maneira de transmitir uma mensagem de amor, de atenção. Somos LGBT e somos gente. A intervenção foi representando todos os espaços de igrejas de Palmas. Não somos nós os inimigos”, finalizou Thassio.

 

O coordenador geral da 13ª Semana da Diversidade Sexual e Gêneros do Estado do Tocantins, João Paulo Procopio afirmou ao T1 Notícias que nos anos anteriores, os participantes da Parada eram dispersos pelos comerciantes da Avenida Palmas Brasil, o que não ocorreu este ano com a mudança do percurso. "A Palmas Brasil era o local onde a Parada terminava e logo o público era dispersado pelos comerciantes. Isso não ocorreu este ano. Neste ano nós tomamos posse daquele espaço fazendo a concentração lá, saindo para a Praça do Bosque, onde nós conseguimos fazer todas as atividades culturais e os shows sem sermos expulsos do espaço”, disse.  

 

Expectativa superada

De acordo com João Paulo, o balanço da Parada foi surpreendente. “Foi inesperado. A estimativa era reunir pelo menos duas mil pessoas, e participaram cinco mil pessoas. Foram 12 anos lutando por essa visibilidade, para passar pela Theotônio Segurado, mas sempre houve alguma limitação imposta pela prefeitura, mas com a luta da comissão da organização da 13ª parada, nós conseguimos essa grande vitória”, ressaltou João Paulo, enfatizando que a comissão entrou em contato com lideranças nacionais para conseguir liberar a passagem pela avenida.

 

O coordenador disse ainda que a credibilidade que a comissão passou “tanto para o gestor estadual, quanto para o gestor municipal”, foi importante para alcançar o objetivo do movimento.

 

Organizando a próxima Parada

Conforme informações de João Paulo ao T1 Notícias, a comissão organizadora irá se reunir nesta semana para organizar uma nova estrutura que vai ser aplicada para a Parada LGBT de 2017. “A intenção dessa nova estruturação é transformar a Parada de Diversidade Sexual em uma programação oficial do Estado e das prefeituras, com ela fazendo parte das programações oficiais”, relatou o coordenador, destacando ainda o empenho dos integrantes da comissão organizadora em realizar o evento.

 

“A Parada do Estado do Tocantins tem um diferencial por não se embasar na promiscuidade ou pelo viés comercial. Mas é uma luta verdadeira, das politicas públicas LGBT’S. Não tivemos nenhuma briga e nenhuma ocorrência na 13ª Parada”, destacou.

 

(Atualizada às 15h48)

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