Violência leva Ronaldo Dimas a pedir Força Nacional em Araguaína por 90 dias

Em carta enviada ao ministro da Justiça, o prefeito critica a ausência de ação do governo do Estado para resolver a falta de segurança na cidade. "Nenhuma ação firme é tomada pelo governo", diz Dimas

Prefeito de Araguaína, Ronaldo Dimas
Descrição: Prefeito de Araguaína, Ronaldo Dimas Crédito: Foto: Divulgação

O prefeito de Araguaína, Ronaldo Dimas, entregou ofício ao ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, durante viagem a Brasília, nesta terça-feira, 19, solicitando reforço policial da Força Nacional de Segurança Pública para a cidade, por pelo menos 90 dias. No documento, o prefeito ainda pede a liberação de mais de R$ 4,9 milhões para a implantação do projeto de videomonitoramento no município. Ainda na carta, o prefeito faz duras críticas ao governo do Estado e aponta a “inércia” da gestão estadual diante da falta de segurança pública na cidade.

 

No pedido o gestor justifica que a cidade tem sido alvo da criminalidade, vivendo uma grande onda de violência e cita como exemplo a morte do gerente de uma loja de móveis, Adriano Inácio da Silva Monteiro, de 30 anos, que foi baleado e morto após assalto dentro do estabelecimento, na última segunda-feira, 18, situação que levou moradores da cidade às ruas na tarde de ontem, pedindo por mais segurança.

 

“Nenhuma ação firme é tomada pelo governo do Estado, que permanece inerte, como se nada sério estivesse acontecendo. O máximo que tem tomado de atitude é enviar, raramente e por curtíssimo período, força tática especial. Apesar dos esforços dos escassos policiais militares, somente percebemos, por parte do governo do Estado, promessas e mais promessas, sem solução efetiva. Os recursos técnicos e materiais são praticamente inexistentes. Pouquíssimas viaturas fazem a ronda pela cidade”, justifica o prefeito.

 

Dimas ainda relembrou o assassinato do agente de trânsito Agenison Jorge, ocorrido no dia 27 de maio, enquanto o servidor trabalhava no centro da cidade. O prefeito também informou ao ministro que somente nos últimos 30 dias foram registrados quatro latrocínios na cidade, nos quais dois comerciantes foram mortos. Dimas ainda relatou os 54 homicídios registrados neste ano e as mais de 3,5 mil ocorrências de assaltos na cidade apenas em 2016.

 

Dimas finaliza seu pedido ao ministro da Justiça informando que “podemos dizer que está se instalando o caos na segurança pública em nossa cidade, e porque não dizer, no Estado. A cada dia vivenciamos um cenário cada vez pior. A população está amedrontada e os comerciantes e comerciários em pânico”, afirma o gestor em sua carta.

 

Estado garante medidas para Araguaína

O T1 Notícias questionou o governo do Estado sobre o que será feito para reforçar a segurança pública em Araguaína. Em nota, o Estado informou que a Secretaria da Segurança Pública (SSP) montou uma força tarefa, composta por delegados, agentes e escrivães das Unidades Policiais de Araguaína, com apoio do Grupo de Operações Táticas Especiais (Gote), “que permanecerá na região por tempo indeterminado, para dar maior celeridade e efetividade às ações de polícia judiciária”.

 

Ainda conforme o Estado, “a Polícia Militar tem atuado incisivamente em Araguaína e demais regiões do Estado com ações coordenadas e integradas de policiamento ostensivo, preventivo e repressivo”.

 

Na nota o governo ressaltou ainda que “a questão da criminalidade não pode ser avaliada apenas pelo prisma do policiamento, tendo em vista que se trata de uma mazela social fruto da desigualdade social, legislação, ou seja, da forma como o sistema se apresenta atualmente”.

 

“A Polícia Militar informa que o reforço às ações de combate à criminalidade em Araguaína está acontecendo por meio do emprego dos policiais militares da própria unidade utilizando o dispositivo autorizado pelo Governo do Estado do Tocantins como medida em curto prazo de aumento de efetivo”, aponta o Estado.

 

Outra medida adotada, segundo o governo, é o envio de três novas viaturas  para o 2º Batalhão, que atuarão de forma permanente no policiamento ostensivo na região. “Além disso, equipes da Companhia de Operações Especiais (Cioe) também estão atuando de forma sistemática e incisiva realizando abordagens e operações”.

 

Por fim, o governo relembra que está previsto para agosto o lançamento do edital para o concurso da Polícia Militar, “o qual em médio prazo atenuará o problema de déficit de efetivo”.

 

(Matéria atualizada às 11h48)

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