Debate na Católica termina em confusão entre militância; PM usa spray de pimenta

Na noite desta quarta-feira, 21, o final do debate na Faculdade Católica terminou em confusão entre os militantes presentes no local. A PM usou spray de pimenta para conter a situção

Militantes se envolvem em confusão na Católica
Descrição: Militantes se envolvem em confusão na Católica Crédito: Foto: Divulgação

O debate entre os candidatos à prefeitura de Palmas, ocorrido na noite desta quarta-feira, 21, terminou em confusão entre as militâncias dos candidatos Carlos Amastha (PSB), Raul Filho (PR) e Cláudia Lelis (PV). Foi necessária a intervenção da Polícia Militar para conter os ânimos das militâncias, e entre as ações da PM, foi utilizado spray de pimenta nos envolvidos no confronto, que resultou em algumas pessoas ficando feridas e tendo que ser conduzidas ao hospital para atendimento médico.

 

Em nota enviada ao T1 Notícias, a Polícia Militar informou que para evitar o uso da força física, foi necessário a utilização do spray para conter os ânimos exaltados dos envolvidos na confusão. “A Polícia Militar esclarece que ao término do debate em uma Universidade entre os candidatos à prefeitura de Palmas, houve confronto entre os militantes, onde foi necessária a intervenção da instituição para evitar maiores danos. Para evitar o uso da força física, fora necessária a utilização do spray de pimenta para conter os ânimos exaltados dos envolvidos na confusão. Um indivíduo fora conduzido à Delegacia de Polícia por desacato (proferiu palavras de baixo calão) e resistência à ação dos policiais militares, que ali atuavam objetivando a manutenção da ordem pública”.

 

Segundo informações repassadas pela assessoria do prefeito Carlos Amastha, antes do início do debate, militantes de Cláudia e Raul se envolveram em confusão. Ao final do evento, entretanto, o tumulto foi maior. Os militantes foram até o portão do estacionamento e na saída de Amastha gritaram palavras de ordem contra o prefeito e fizeram ameaças. Bombinhas foram lançadas no portão, próximo ao veículo que levava Amastha. Na saída, o carro foi atingido por chutes e mais bombas foram lançadas.

 

Amastha lamentou o ocorrido. “É triste isso. Fui ao debate para debater propostas, discutir a cidade e suas conquistas, o futuro de Palmas e, primeiramente, me deparo no debate com candidatos mentindo descaradamente para confundir a população. E, antes e no final do debate, militantes ameaçando, agredindo, jogando bombas. Palmas não merece isso”, afirmou o prefeito, após deixar o local. Ao T1 Notícias, por telefone, nesta quinta-feira, 22, o prefeito de Palmas negou o envolvimento de sua militância na confusão e afirmou que seus opositores, Cláudia Lelis e Raul Filho, querem produzir fatos novos. “É absolutamente falso tudo isso. Os outros dois candidatos querem criar um fato novo, que é causar uma tragédia. Isso ultrapassa qualquer política”, afirmou Amastha.

 

Após os incidentes, a coligação de Amastha protocolou, na manhã desta quinta, no Comando Geral da PM, um documento que pede reforço na segurança em eventos relacionados à campanha política em Palmas. “Destarte, perceba que o risco de uma tragédia é real e iminente, motivo pelo qual pleiteia-se, com a máxima urgência, reforço Policial em todos os eventos (comício, reuniões, debates, sabatinas) com a participação do candidato Carlos Enrique Franco Amastha. Por derradeiro, informa-se que as referidas informações serão levadas ao conhecimento do Poder Judiciário, Ministério Público e Polícia Federal, isso com a finalidade de apuração dos fatos delituosos, com a consequente propositura de ação penal”, consta no documento.

 

Ainda segundo o documento, “após o término do referido evento, o candidato Carlos Enrique Franco Amastha não conseguiu se retirar da Instituição, visto que um grande número de militantes dos outros candidatos, unidos, promoveram tumulto atirando pedras e bombas próximos aos candidatos e seus assessores, proferindo palavras odiosas tais como ‘Amastha tem que morrer’, ‘vai morrer Amastha’”.

 

Também foi relatado ao Ministério Público Federal (MPF) e à Polícia Federal (PF) ameaças de morte contra o prefeito. Foi pedido à PF e ao MPF procedimentos investigativos contra um “conhecido militante que publicamente se intitula simpatizante de Cláudia”. O documento traz o conteúdo de áudios que a coligação de Amastha afirma ser deste militante. “Mas o Amastha merece a morte... ele merece! O que ele fez com o povo palmense, ele merece morrer esse vagabundo”. E continua: “Esse pilantra tem que ser massacrado pela população, pisado mesmo. E tu vai se arrepender um dia Ferinha de ter apoiado esse vagabundo, porque o Amastha é um vagabundo, traficante, prostituto, pode passar esse áudio pra ele que sou eu que tô falando. Tenho medo dele em nada!”.

 

Suposto uso de armas

Em um áudio que circula nos grupos de Whatsapp, um militante orienta o uso de armas nos próximos debates. “Quero que este áudio transmita para todos os grupos. As militâncias do Raul, da Cláudia Lelis e do Aragão, quem puder usar arma, no próximo debate tem que levar arma. Porque a atitude dos covardes do Amastha tem muitos maconheiros, vagabundo andando armado (...). Tem que reagir. Se eles derem um tiro, a gente da outro. Temos que fazer isso, não importa quem ele for. Se der um tiro, ele leva outro”, consta no áudio.

 

A assessoria de comunicação de Amastha negou veemente o suposto uso de armas por parte de seus militantes e disse lamentar a atitude da militância adversária.

 

Coligação Frente por Palmas

A coligação Frente por Palmas, da candidata à prefeita Cláudia Lelis, em nota, afirmou, por sua vez, repudiar os atos dos militantes de Carlos Amastha, alegando desrespeito ao processo democrático e bom senso,  “partindo para violência  contra os militantes das demais agremiações. A coligação afirma também que é comprovado por meio de fotos e vídeos, desta maneira a ação dos militantes”.

 

Ainda de acordo com a nota, houve agressões físicas, verbais e o carro da candidata foi cercado. “Além da agressão à integridade física destes companheiros, e agressões verbais à candidata que teve seu carro cercado por militantes do prefeito quando saía do local, o candidato Carlos Amastha faltou com o respeito às regras do debate, ao infiltrar na plateia dezenas de militantes com a meta de tumultuar, vaiar e prejudicar os demais concorrentes”.

 

Coligação Coragem pra fazer diferente

 

A Coligação Coragem Pra Fazer Diferente, do candidato Raul Filho, através de nota também repudiou a ação da militância e afirmou que além do desrespeito aos realizadores do evento, aos convidados e candidatos, a militância de Carlos Amastha, que conseguiu infiltrar-se nas dependências da faculdade, ficou todo o tempo se manifestando e usando palavras de baixo calão, atrapalhando a conclusão de raciocínio dos candidatos na apresentação de suas respostas e exigindo que as assessorias tivessem que intervir junto ao mediador para que o regulamento fosse respeitado.

 

Ainda de acordo com a nota, a militância de Carlos Amastha, na saída, provocou os militantes do candidato a prefeito Raul Filho, que o aguardava em manifestações pacíficas.

 

Confira a íntegra da nota da coligação Frente por Palmas:

"A coligação "Frente por Palmas", da candidata à prefeita, Cláudia Lelis (PV), lideranças e organizações políticas de sua coligação, vem, por meio desta nota, manifestar seu total repúdio ao ato de irresponsabilidade praticado por militantes do candidato Carlos Amastha (PSB), que desrespeitaram o processo Demócrito e bom senso,  partindo para violência  contra os militantes das demais agremiações, na noite dessa quarta-feira, 21, durante debate entre os candidatos a prefeito de Palmas, realizado pela Faculdade Católica.

 

- A atitude da militância do candidato Amastha extrapolou todos os limites da democracia, o que  obrigou a polícia a usar a força e o resultado disso e várias pessoas feridas, o que lamentamos profundamente.

 

- Além da agressão à integridade física destes companheiros, e agressões verbais à candidata que teve seu carro cercado por militantes do prefeito quando saía do local, o candidato Carlos Amastha faltou com o respeito às regras do debate, ao infiltrar na plateia dezenas de militantes com a meta de tumultuar, vaiar e prejudicar os demais concorrentes.

 

- Nossa indignação aumenta ainda mais quando constatamos que tal ato foi pensando e promovido por um grupo de pessoas ligadas ao prefeito e militantes disfarçados de alunos que não é capaz de entender o real significado da democracia e do direito às manifestações pacificas permitidas pela legislação brasileira.

 

- Está mais do que claro e comprovado, por meio de fotos e vídeos, que esta não foi uma ação anônima. Ao mesmo tempo, reafirmamos nossa solidariedade com os companheiros e companheiras agredidos, grupo formada por trabalhadores que querem avançar mais na organização política da nossa cidade.

 

- Não vamos nos intimidar, vamos continuar defendendo uma campanha limpa, democrática e sem violência. Na luta por melhores condições de vida ao povo de Palmas, estamos juntos e somos todos Palmas!".

 

Confira a íntegra da nota da coligação Coragem pra Fazer Diferente

A Coligação Coragem Pra Fazer Diferente repudia com veemência o comportamento desrespeitoso da militância e do candidato Carlos Amastha, bem como a falta de compromisso no cumprimento de regras estabelecidas, como foi verificado, antes, durante e depois da sabatina realizada pela Faculdade Católica do Tocantins, na noite da última quarta-feira, 21.

 

Além do desrespeito aos realizadores do evento, aos convidados e candidatos, a militância de Carlos Amastha, que conseguiu infiltrar-se nas dependências da faculdade, ficou todo o tempo se manifestando e usando palavras de baixo calão, atrapalhando a conclusão de raciocínio dos candidatos na apresentação de suas respostas e exigindo que as assessorias tivessem que intervir junto ao mediador para que o regulamento fosse respeitado.

 

Entre as regras descumpridas constam ainda a utilização de carro de som na entrada do evento, o que estava proibido pelo regulamento assinado e acordado pelas assessorias de todos os candidatos, sendo que o referido carro de som foi retirado pela Polícia Militar.

 

A militância de Carlos Amastha, na saída, ainda provocou os militantes do candidato a prefeito Raul Filho, que o aguardava em manifestações pacíficas.

 

A Coligação Coragem Pra Fazer Diferente lamenta que atitudes como estas ainda sejam adotadas, baixando o nível da atividade política; e defende que os embates sejam restritos ao campo das ideias, com a apresentação de propostas para a consolidação de Palmas na cidade que todos sonhamos.

 

Por fim, a Coligação Coragem pra Fazer Diferente reafirma seu compromisso com o cidadão palmense de manter o respeito e um nível elevado de propostas, oportunizando ao eleitor conhecer e optar pelo melhor candidato para o município.

 

(Matéria atualizada às 12h58)

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