Acompanhantes e pacientes do HGP fazem protesto e bloqueiam centro cirúrgico

Na manhã desta segunda-feira, 29, acompanhantes e pacientes do HGP realizam manifestação no centro cirúrgico, reclamando da demora na realização de cirurgias eletivas e falta de insumos

Protesto barra entrada e saída do centro cirúrgico
Descrição: Protesto barra entrada e saída do centro cirúrgico Crédito: Fotos: Divulgação

Na manhã desta segunda-feira, 29, acompanhantes e pacientes do Hospital Geral de Palmas iniciaram uma manifestação em frente ao centro cirúrgico da unidade, bloqueando a passagem de médicos e funcionários. Segundo informações repassadas os T1 Notícias pelos próprios pacientes, os manifestantes reclamam da demora na realização de cirurgias eletivas, falta de insumos e de medicamentos no hospital, além da paralisação dos serviços da empresa Litucera, responsável pela alimentação e limpeza do hospital, que está prevista para começar amanhã, 30.

 

Ainda segundo as informações, os manifestantes gritam palavras de ordem, batem panelas e impedem que os médicos saiam ou entrem no centro cirúrgico. No momento a Polícia Militar está no local tentando acalmar os ânimos dos pacientes e acompanhantes, que exigem as presenças de representantes dos órgãos competentes como Ministério Público Estadual (MPE) e a intervenção do Governo Federal. A dona de casa Derlinda Pereira disse ao T1 que a filha de 16 anos está internada desde o mês de maio aguardando por uma cirurgia. Segundo ela, os próprios servidores do hospital incentivaram a manifestação para que o Estado tome alguma iniciativa.

 

“Os próprios enfermeiros e médicos nos falaram que se não fizéssemos nada, o governo também não ia fazer. Tem três meses que aguardamos. As desculpas sempre são as mesmas, que falta luva, que falta remédio, que não tem material. Mas nunca resolvem, estão sempre adiando. Minha filha precisava fazer duas cirurgias, levou dois meses para fazer a primeira, a outra não tem nem previsão”, desabafou Derlinda.

 

Ainda segundo Derlinda, por diversas vezes ela mesma tem comprado ou buscado nos postos de saúde do município, medicamentos para a filha. “Nem Plasil este hospital tem. Minha filha estava vomitando muito e não tinham remédio, então tivemos que comprar. Muitas vezes eu vou com a receita no postinho de saúde do município pegar remédio, porque senão ela fica sem a medicação”, explicou.

 

O T1 Notícias solicitou o posicionamento da Secretaria Estadual de Saúde sobre a manifestação e as reclamações dos pacientes. Também solicitou informações sobre que providências serão tomadas sobre a suspensão dos serviços da Litucera e aguarda a retorno.

 

Litucera notifica

Na última quinta-feira, 25, a empresa Litucera notificou a Secretaria de Saúde do Tocantins sobre a suspensão total da prestação de serviços nos hospitais públicos do Estado, por causa do descumprimento do governo com sua obrigação contratual. De acordo com a Litucera, o débito do Estado com a empresa está na ordem de R$ 73.636.791,18.

 

Na notificação a Litucera reforça que, conforme já relatado em abril deste ano, em documento, a inadimplência do Estado tem gerado “inúmeras e graves dificuldades/consequências” à empresa.

 

O relatório aponta que, segundo as medições dos serviços prestados nos meses de dezembro de 2015 e de janeiro a agosto de 2016, deveria ter recebido do Estado a quantia de R$ 49.905.495,04, restando um débito de R$ 25.605.711,65.

 

Falta de alimentação

No início da semana passada, os pacientes e acompanhantes também denunciaram a falta de comida nos hospitais. Na última terça-feira, 23, servidores e médicos dos hospitais compraram alimentos e iniciaram uma campanha também nas redes sociais. Na manhã do dia 24, diversas entregas de donativos foram feitas por pessoas que, sensibilizadas com a situação, foram até o hospital levar itens como arroz, feijão, óleo, macarrão e outros. A suspensão dos alimentos ocorreu após o Estado não efetuar os pagamentos à empresa Litucera. O Estado afirmou que a alimentação foi normalizada nos hospitais, mas as doações e as mobilizações continuam a acontecer.

Comentários (0)