Audiência discute projeto que pode afetar quem precisa de assistência jurídica

Projeto de Lei Complementar prevê alterações na Lei de Responsabilidade Fiscal, pode inviabilizar atuação de Instituições vinculadas ao Sistema de Justiça e afetar assistência jurídica gratuita

Defensoria realiza audiência nesta sexta
Descrição: Defensoria realiza audiência nesta sexta Crédito: Foto: Divulgação

Será debatido em audiência realizada pela Defensoria Pública do Estado do Tocantins (DPE-TO) nesta sexta-feira, 29, o Projeto de Lei Complementar nº 257/2016 que trata sobre o Plano de Auxílio aos Estados e ao Distrito Federal e medidas de estímulo ao reequilíbrio fiscal. De acordo com a DPE, o Projeto, que tramita Congresso Nacional, tem conteúdo potencial de inviabilizar a atuação das Instituições vinculadas ao Sistema de Justiça, além de afetar diretamente o funcionalismo público como um todo, municipais, estaduais e federais.

 

A Audiência é aberta ao público e contará com a participação de Instituições integrantes do Sistema de Justiça, Federações, Centrais Sindicais, Sindicatos, Associações Representativas, além da sociedade em geral.

 

Lei de Responsabilidade Fiscal

O Projeto de Lei Complementar nº 257/2016 prevê alterações na Lei de Responsabilidade Fiscal e impõe uma série de exigências como condição para adesão ao plano de auxílio aos Estados e ao Distrito Federal. A DPE alertou que o projeto “pode causar um efeito devastador sobre as três esferas de governo”.

 

No caso das defensorias, no Artigo 20 o PLP 257/2016 estabelece um índice de 0,7% da Receita Corrente Líquida que seria destinado às Defensorias Públicas Estaduais. Percentual que representa a metade do que é repassado hoje à Instituição no Tocantins. Isso, segundo a DPE, provocaria uma diminuição em mais de 50% na sua atuação.

 

População carente sem acesso à justiça

Em um levantamento realizado pela Defensoria, caso o Projeto seja aprovado, afetaria diretamente quem mais precisa dos serviços de assistência jurídica gratuita. Dos 112 Defensores Públicos que hoje atendem a população em todo o Tocantins, apenas 56 continuariam trabalhando. Dos atuais 360 servidores efetivos, 200 também deixariam os postos de trabalho. Os servidores cedidos seriam devolvidos às instituições de origem e todos os comissionados exonerados.

 

Com isso, o atendimento ao público que hoje é realizado pela Defensoria nas 42 comarcas do Tocantins, ficaria restrito apenas às cidades de Palmas, Araguaína e Gurupi. O que prejudicaria principalmente quem mora no interior do Estado e nas localidades mais distantes.

 

A votação desse Projeto deve acontecer no início da semana que vem na Câmara dos Deputados, em Brasília, no retorno do recesso dos parlamentares. E caso seja aprovado pela Câmara e Senado, e sancionado pela Presidência da República, o prazo para que as Instituições se adequem à nova realidade é de oito meses.

 

A Audiência Pública acontecerá no auditório da Defensoria Pública em Palmas, a partir das 9 horas.

 

(Com informações da Ascom DPE)

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