Pacientes que aguardam para fazer a cirurgia bariátrica no Hospital Geral de Palmas (HGP) informaram que os procedimentos marcados foram adiados mais de uma vez por falta de grampo cirúrgico. Conforme relataram alguns deles, o Estado ficou sem comprar grampo por quatro meses, fazendo com que a fila de pacientes não ande e atrase ainda mais as cirurgias.
O tempo de espera para conseguir o procedimento é longo e o atraso ocasionado pela falta de grampo causa mais desgaste aos pacientes, segundo os próprios relataram.
A paciente Danyella Araújo, de 28 anos, luta pela cirurgia há quatro anos. Ela é de Araguaína e graças à antecipação dos exames pagos em clínicas particulares, no valor de R$4 mil, ela conseguiu entrar na fila do HGP em junho deste ano. Apesar da felicidade de estar na lista, Danyella lamenta que sua cirurgia marcada para 27 de novembro não tenha mais data prevista para acontecer. “Estava marcada dia 27 de novembro, agora não tem previsão. Gastei R$4 mil e acaba que a gente fica muito frustrada. A gente não está vendo nenhuma luz no fim do túnel”, lamentou.
O exame de alto risco da paciente foi realizado nos meses de fevereiro e abril. “Hoje eu temo pelos exames que foram feitos há muito tempo e têm prazo de validade. Eu estou na fila para a cirurgia bariátrica justamente porque não tenho como perder peso com dieta. A cirurgia é a última instância e a minha maior preocupação é a minha saúde. Eu necessito dessa cirurgia”.
Para Danyella, “pior que o desgaste financeiro é o psicológico. A gente cria expectativa e esperança”.
Rosamaria tem cirurgia adiada em quase 3 meses
A paciente Rosamaria Matias, de Palmas, teve sua cirurgia, que estava marcada para novembro de 2014, adiada para o final do mês de janeiro de 2015. Ela tem esperança de conseguir realizar o procedimento na nova data já que, segundo informou, o hospital se comprometeu a comprar os grampos semanalmente.
Ela relatou ao Portal T1 Notícias que concluiu seus exames de risco cirúrgico em maio, que está na fila para realizar a cirurgia bariátrica desde junho e que teme que o risco não seja o mesmo quando a cirurgia vier a ser realizada. A paciente contou que atualmente 44 pessoas estão regulamentadas para realizar o procedimento cirúrgico e que, neste grupo, existem pessoas que estão na fila há mais de dois anos.
De acordo com Rosamaria, deveriam ser realizadas quatro cirurgias a cada mês, uma vez na semana, todas as quintas-feiras. No entanto, com o atraso de uma ou outra cirurgia por falta de grampo ou outros motivos, os procedimentos nos demais pacientes também são adiados.
Sesau diz que material é solicitado de acordo com demanda
Em nota encaminhada ao Portal T1 Notícias, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) afirmou que a cirurgia bariátrica é um procedimento eletivo, para o qual o material a ser utilizado, a exemplo dos grampos, é solicitado conforme a demanda programada e a necessidade de cada paciente.
A Sesau informou ainda que faz o acompanhamento desses pacientes. Confira a nota na íntegra:
NOTA DE ESCLARECIMENTO
A Secretaria de Estado da Saúde – SESAU, por meio do HGP - Hospital Geral de Palmas informa que o atendimento para cirurgias bariátricas do HGP:
1. Segue conforme preconizado pela portaria do Ministério da Saúde – 425 de 19 de março de 2013, que estabelece regulamento técnico, normas e critérios para o Serviço de Assistência de Alta Complexidade ao Indivíduo com Obesidade;
2. A porta de entrada para pacientes portadores de obesidade mórbida é a atenção básica de cada município, que por sua vez encaminhará o paciente ao HGP através do Sistema de Regulação Estadual;
3. A cirurgia bariátrica é um PROCEDIMENTO ELETIVO, no qual são agendadas às cirurgias e o material utilizado é solicitado conforme a demanda programada e necessidades de cada paciente; levando em consideração a demanda do Hospital por vagas de leitos e centro cirúrgico;
4. Em 2014 já foram realizadas 19 cirurgias, em 2013 foram atendidos 16 pacientes.
5. O paciente inserido no programa das cirurgias bariátricas do HGP conta com uma equipe multidisciplinar, formada por cirurgiões com experiência, além de endocrinologista, psicólogo, nutricionista, fisioterapeuta e enfermagem;
6. O acompanhamento do paciente obeso no HGP segue o que preconiza o Ministério da Saúde (Portaria 425 -13/03/2013), através de consultas realizadas:
a) De acompanhamento Pré Operatório que é realizado mensalmente, sendo estes assistidos pela psicologia, nutrição, médico, atividade educativa e equipe multiprofissional;
b) De acompanhamento Pós Operatório que acontece da seguinte forma:
• Atendimento profissional: Cirurgião, nutricionistas, psicologia, clínico, endocrinologia e reunião em grupo;
• Atendimento com a realização de exames;
• Periodicidade dos atendimentos após a cirurgia possui a seguinte sequência: 15 dias ou 1 mês; 2 meses, 3 meses, 4 meses, 6 meses, 9 meses, 12 a 15 meses, 18 meses e após todos esse processo o paciente recebe alta do programa, sendo contra referenciado para a sua unidade de origem.
7. O serviço de cirurgia bariátrica do HGP oferta uma reunião mensal, para os pacientes inseridos no programa com objetivos de informa-lós sobre todos os aspectos relacionados ao seu tratamento clínico, cirúrgico e nutricional. Além de oportuniza-lós momentos de socialização, troca de experiência entre pacientes operados.
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