Bombeiros e Defesa Civil tentam conter fogo na serra que já dura três dias

As equipes de combate aos incêndios, provocados por queimadas descontroladas na serra, são insuficientes para conter as chamas. População da Capital e entorno sofrem com a fumaça.

Palmas está a 3 dias sob fumaça
Descrição: Palmas está a 3 dias sob fumaça Crédito: Foto do leitor

Nessa última semana está difícil respirar e circular por Palmas e no entorno da Capital, já que a cidade está tomada, há três dias, por uma cortina de fumaça, causada pelo incêndio na Serra do Carmo e novos focos de incêndio que surgem a cada momento em pontos da cidade. Os primeiros focos do incêndio foram identificados na última terça-feira, 1º e desde então a população tem sofrido com uma densa fumaça que não se ameniza.

 

Na noite de sexta-feira, 4, quem precisou subir a serra para chegar ao distrito de Taquaruçu e comparecer ao Festival Gastronômico, e depois retornar a Palmas sofreu com a fumaça e visibilidade reduzida durante o trajeto, por conta da densa fumaça das queimadas no local. 

 

De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, até quinta-feira, 3, foram registrados 6326 focos de calor no Estado, deixando o Tocantins na 4ª posição no ranking dos estados com mais queimadas este ano. Os maiores focos estão na Serra do Lajeado, Serra do Estrondo e na Serra do Carmo.

 

O gerente de área de Monitoramento da Defesa Civil Estadual, capitão do Corpo de Bombeiros Cássio de Sousa Pedro, informou ao T1 Notícias que os brigadistas, equipes de Bombeiros e da Defesa Civil do município vem trabalhando intensivamente para tentar conter os focos de incêndio no entorno da serra. O trabalho segue nos próximos dias, sem previsão de finalização.

 

O capitão informou também, que apesar dos esforços das equipes, o contingente de combate ao incêndio no Estado hoje é insuficiente para atender a quantidade de ocorrências, principalmente nesse período do ano. “Só a força do homem não tem como chegar nesse fogo hoje. Nós precisaríamos de aeronaves que captariam água no lago e levariam para cima da serra”, afirmou o capitão Cássio. Segundo ele, “a demanda é maior que a capacidade do Corpo de Bombeiros dá conta de atender”.

 

Ainda segundo o capitão, os focos de incêndios começam a tomar proporções difíceis de serem controladas. “Muita gente pergunta se a serra vai queimar toda então. Pensamos que infelizmente é o que pode acontecer, pois é quase impossível conter as chamas do outro lado”, afirmou o capitão.

 

Conforme informações do gerente da Defesa Civil, procedimentos de prevenção e campanhas educativas são feitas ao longo do ano e se intensificam próximo ao período de estiagem. Com a umidade do ar baixa, o tempo seco e as rajadas de vento, o fogo tem mais probabilidade de se alastrar, saindo do controle.

 

“O problema é que do outro lado na serra de Taquaruçu temos chacareiros que às vezes, por falta de informações, acabam fazendo as queimadas e não se dão conta do problema gerado. Essas queimadas, muitas vezes, são feitas para a limpeza dos terrenos, mas é preciso que haja a autorização do Naturatins e o órgão não está fazendo a liberação para queimadas nesse período”, completou o capitão.

 

Crime ambiental

De acordo com o Artigo 250 do Código Penal, queimar qualquer coisa em ambiente aberto é considerado crime, além de causar problemas à saúde e poluição. O Código Penal nomeia crimes como as queimadas de “crimes contra a incolumidade pública”. A pena para quem comete este tipo de crime varia de 3 a 5 anos de prisão e multa. A pena pode ser aumentada em terço se o crime for cometido com intuito de obter vantagem pecuniária em proveito próprio ou alheio; ou se o incêndio for cometido em lavoura, pastagem, mata ou floresta; em casa habitada ou destinada a habitação; em edifício público ou destinado a uso público ou a obra de assistência social ou de cultura; em embarcação, aeronave, comboio ou veículo de transporte coletivo; em estação ferroviária ou aeródromo; em estaleiro, fábrica ou oficina; em depósito de explosivo, combustível ou inflamável; em poço petrolífero ou galeria de mineração.

 

Recomendações

Com a umidade relativa do ar em baixa, as recomendações da Defesa Civil são: evitar exercícios físicos ao ar livre entre 11h e 15 horas; umidificar o ambiente através de vaporizadores, toalhas molhadas, recipientes com água, molhamento de jardins; sempre que possível permanecer em locais protegidos do sol, como por exemplo, em áreas vegetadas.

 

Neste sábado, 5, a temperatura máxima pode chegar a 40ºC em Palmas. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia, o Tocantins tem previsão de tempo claro a parcialmente nublado com névoa seca. As temperaturas devem variar entre 40ºC e 18ºC. A umidade relativa do ar, em Palmas, pode atingir a mínima de 15ºC.

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