Estado paga mais caro por plantonistas pediatras de outros estados

Dois novos médicos estão trabalhando no Hospital Dona Regina. A informação foi confirmada pela coordenadora da equipe médica da UTI da Unidade.

Pediatras de fora estão trabalhando no Dona Regina
Descrição: Pediatras de fora estão trabalhando no Dona Regina Crédito: Bonifácio/T1Notícias

A Secretaria da Saúde (Sesau) contratou dois médicos pediatras de fora do Estado, com remuneração maior do que os valores pagos aos profissionais do Tocantins, para cumprir a escala restante do mês, que poderia ser cumprida pelos médicos do Estado por meio de plantões extras. A informação foi confirmada ao T1 Notícias pela coordenadora da equipe médica da UTI do Hospital e Maternidade Dona Regina, Solange de Freitas Viana.

 

De acordo com ela, a equipe do hospital tem poucos profissionais. Para os que se prontificam a trabalhar no Estado, o salário é muito baixo. Os que já estavam trabalhando com salário oferecido até então, cumpriram a escala regular até o ultimo domingo, 22, por causa da carga-horária.

 

“O Estado, ao invés de se propor a pagar um salário digno para quem está aqui, está pagando o plantão com um valor muito maior do que o ofertado para o que está aqui, pagando inclusive hospedagem e passagem aérea”, explicou.

 

O valor líquido do plantão pago aos novos médicos, segundo a coordenadora, é de R$ 2.800,00. O caso dos médicos já contratados anteriormente, o custo do plantão extra é de R$ 2.400, bruto, como explicado pela coordenadora. Além da remuneração, há informações de que o Estado também estaria arcando com as despesas de hospedagem e passagens aéreas dos profissionais que estão vindo de fora.

 

Falta de materiais e médicos

Segundo a coordenadora Solange, há ainda o problema da falta de médicos na UTI. “Só há pediatras para a UTI do hospital até esta quinta-feira e até agora não houve nenhum comunicado de contratação de médicos para a UTI”, pontuou.

O diretor clínico do Hospital, Paulo Lázaro, disse ao T1 que se sente de mãos atadas pela constante falta de materiais e médicos no Dona Regina. “Material há muito tempo falta, supre e falta de novo. E campo cirúrgico, por exemplo, vou usar o penúltimo agora, vai ficar só um. Se chegarem duas pacientes ao mesmo tempo, com uma não sei como vou fazer”, disse o médico obstetra.

 

O médico também reclama da falta de diretor-geral no Hospital, que pediu demissão. “Qual diretor? Não tem diretor que responda pelo Hospital”, questionou.

 

Sesau 

O Portal solicitou posicionamento da Secretaria da Saúde (Sesau) sobre a contratação com remuneração maior de profissionais de outros estados e a pasta respondeu que está fazendo cotação de preços e buscando alternativas para garantir o atendimento aos pacientes.

 

Leia abaixo a íntegra da nota da Sesau:

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) informa que está fazendo pesquisas e cotação de preços com empresas que fornecem mão de obra médica com vistas a garantir a assistência ao pacientes do Hospital e Maternidade Dona Regina (HMDR).

A ação ocorre diante da falta de mão obra médica, devido à deliberação do Sindicato dos Médicos (Simed) que orientou o condensamento das escalas, fazendo com que os profissionais façam toda a carga horária no início do mês, e por conta da não realização de plantão extras por parte de profissionais que ainda não atingiram o teto constitucional.

A Sesau esclarece que mantém o diálogo aberto com todas as categorias, mas diante da situação do não fechamento de escalas no Dona Regina está buscando alternativas para garantir o atendimento dos pacientes e usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), cumprindo assim com sua obrigação Constitucional.

 

(Atualizada às 15h15 com inserção de nota da Sesau)

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