Justiça Federal autoriza libertação de três presos temporários da Operação Ápia

A 4ª Vara da Justiça Federal manteve nesta sexta-feira, 14, a prisão preventiva de todos os demais presos na operação, entre eles o ex-governador Sandoval Cardoso

Justiça Federal autoriza soltura de 3 presos
Descrição: Justiça Federal autoriza soltura de 3 presos Crédito: Foto: Divulgação

A Justiça Federal no Tocantins autorizou na noite desta sexta-feira, 14, a libertação de Luciene da Silva Oliveira, gerente da empresa CRT, Jairo Arantes, sócio da CRT, e do empreiteiro Renato Hollunder, todos presos ontem, 13, durante a operação Ápia, realizada pela Polícia Federal no Tocantins, para desarticular organização que atuou no Estado supostamente fraudando licitações públicas e execução de contratos administrativos celebrados para a terraplanagem e pavimentação asfáltica em 29 rodovias estaduais.

 

Em entrevista ao T1 Notícias, a advogada de Luciene, Juliana Bezerra de Melo explicou que mais cedo, durante audiência de custódia realizada pela manhã, foi argumentando pela defesa que, considerando que Luciene tinha prestado todas as informações e não ofereceria nenhum risco à continuidade das investigações, foi solicitada sua liberação, mas o pedido foi negado pela juíza.

 

Contudo, advogada informou que “à tarde nós reiteramos o pedido e a juíza abriu espaço para que os delegados da operação se manifestassem. Os delegados, ao se manifestarem sobre a liberação da Luciene, consideraram que nem ela, nem Jairo e ou Renato precisavam permanecer detidos. Isso foi encaminhado ao Ministério Público Federal, para que eles se manifestassem e eles se posicionaram favoráveis à soltura dos três”, afirmou Juliana.

 

Ainda conforme apurado pelo T1 Notícias, Luciene deixou a Unidade Prisional Feminina de Palmas ainda na noite desta sexta, e outros dois presos deixaram a Casa de Prisão Provisória de Palmas.

 

Audiências

A 4ª Vara da Justiça Federal manteve nesta sexta-feira, 14, a prisão preventiva de todos os demais presos na operação, entre eles o ex-governador Sandoval Cardoso. Os advogados pediram a revogação da prisão temporária e o remanejamento da Casa de Prisão Provisória (CPP) em Palmas para outro lugar. Segundo informações da Justiça Federal, todos estão na mesma sala na CPP, onde continuarão cumprindo o prazo legal de cinco dias de reclusão previsto em Lei, sendo proibidas qualquer regalia e o uso de aparelho celular.

 

Durante todo o dia, aconteceram audiências de custódias na Justiça Federal. De manhã foram realizadas seis audiências de custódia e no período da tarde foram realizadas sete, sendo Sandoval Cardoso o último a ser ouvido. Ainda nesta sexta, o ex-presidente da Agetrans, Alvicto Ozores Nogueira, o Kaká Nogueira, se entregou à Polícia Federal e Francisco Antélius Servulo também se entregou.

 

Operação

A operação Ápia apurou que a organização funcionava em três núcleos compostos por políticos, servidores públicos e proprietários de empreiteiras. A suspeita é de que o grupo tenha desviado R$ 200 milhões. O ex-governador Sandoval Cardoso foi preso e o ex-governador José Wilson Siqueira Campos foi conduzido coercitivamente à sede da PF, onde prestou depoimento. Ao todo estão sendo cumpridos 113 mandados judiciais expedidos pela Justiça Federal sendo, 19 mandados de prisão temporária, 48 de condução coercitiva e 46 de busca e apreensão nas cidades de Araguaína, Gurupi, Goiatins, Formoso do Araguaia, Riachinho e Palmas, e também no Maranhão, Goiás, Belo Horizonte, São Paulo, Brasília e Cocalinho (MT).

 

Os mandados de prisão temporária, pelo prazo de 5 dias, foram expedidos contra: Sandoval Lobo Cardoso, ex-governador; Círio Caetano da Silva, que já foi servidor público, é empresário em Colinas, dono da Tannara Auto Peças. No governo de Siqueira e Sandoval ele foi presidente da Comissão de Licitação e de Obras, Serviços Públicos de Transportes; Ramilson Ferreira de Oliveira; Renilda Martins Rezende; Alvicto Ozores Nogueira, o Kaká Nogueira, que é ex-presidente da Agência de Transporte e Trânsito (Agetrans), que está com mandado de prisão em aberto; Pedro Olímpio Pereira Furtado Neto, que é engenheiro civil concursado no governo do Estado e atua na Agência Tocantinense de Transportes e Obras; Donizeth de Oliveira Veloso, da empresa Zenite Transportes, responsável pela locação de meios de transporte e aluguel de máquinas e equipamentos comerciais e industriais; Luciano Nogueira Bertazzi Sobrinho; Valdemiro Teixeira Aguiar; Bruno Marques Roche; Estemir de Souza Pereira; Murilo Coury Cardoso; Francisco Antélius Servulo Va; Rossine Aires Guimarães, Jairo Arantes; Luciene da Silva Oliveira; Marcos Vinícius Lima Ribeiro, dono da empresa MVL; Wilmar Oliveira de Bastos, dono da empresa EHL; Humberto Siqueira Nogueira; Renato Hollunder; e Geraldo Magela Batista de Araújo, sócio-administrador da empresa Barra Grande Construtora.

 

(Atualizada às 8h50 de 15/10/2016)

Comentários (0)