Um paciente com o mesmo tipo de câncer que a presidente Dilma Rousseff teve em 2009 luta no Hospital Geral de Palmas (HGP) pela vida e para vencer a burocracia e ter garantido um direito constitucional. Com a falta do medicamento rituximabe, também usado no tratamento da presidente, Ricardo Nunes de 34 anos pode perder a chance de cura.
Ricardo Nunes, agente de saúde que reside em Aparecida do Rio Negro terminou agora o quarto ciclo do tratamento. No entanto, o avanço contra a doença não está saindo como o esperado e ele precisa completar seis ciclos, mas para isso necessita do rituximabe.
Segundo o paciente, ele já protocolou no hospital um pedido do remédio no dia 21 de maio, mas não obteve nenhum retorno da direção. “É a minha vida que está em jogo” afirmou desesperado Ricardo Nunes. A médica responsável pelo tratamento de Ricardo também teria feito o pedido do medicamento ainda em fevereiro deste ano.
“Meu câncer atingiu a parte toráxica. A médica falou que com seis ciclos eu concluiria meu tratamento”, disse o paciente. Segundo ele, outros pacientes que fazem tratamento no HGP se encontram na mesma situação.
As dificuldades em conseguir medicamentos essenciais no tratamento de doenças graves acabam levando esses pacientes a entrar na justiça, o que se torna mais oneroso para o Estado e mais desgastante para pessoas que estão lutando por suas vidas.
Tratamento de pacientes com linfoma pelo SUS
A indicação do rituximabe que foi usado pela presidente Dilma Rousseff quando fez o tratamento contra o câncer em 2009, foi ampliado em 2014 pelo Ministério da Saúde para ser prescritos a pacientes da rede pública com o tipo folicular da doença. Dilma foi curada de um linfoma não Hodgkin de grandes células B, mesmo tipo do câncer em Ricardo Nunes para o qual o remédio já era prescrito.
Em média, o tratamento completo com o medicamento custa cerca de R$ 50 mil, de acordo com a Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale). Segundo a Abrale, a comunidade médica do mundo inteiro recomenda o uso desse medicamento para o tratamento da doença.
Cerca de 10 mil pessoas são diagnosticadas com o linfoma não Hodgkin por ano no Brasil. Em média, 3.500 pessoas acabam morrendo da doença no mesmo período. Segundo informações do Ministério da Saúde, o custo anual na compra deste medicamento para pacientes da rede pública é de R$ 28 milhões de reais.
Medicamento deve chegar até o dia 10 de julho
Em nota, a Sesau informou que o medicamento não está sendo enviado pelo Ministério da Saúde desde fevereiro, apesar de já vir solicitando remessas de Rituximabe. Segundo a Sesau, “está programada a entrega do medicamento a todos os estados da Federação até o próximo dia 10 de julho”.
A Sesau disse ainda que o paciente Ricardo Nunes está sendo acompanhado por oncohematologista na Unidade de Alta Complexidade em Oncologia do HGP.
Confira a nota da Sesau na íntegra:
Secretaria de Estado da Saúde
Nota de Esclarecimento
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) informa que o medicamento Rituximabe pertence aos componentes especializados de distribuição do Ministério da Saúde e que desde fevereiro de 2015 a secretaria vem solicitando remessas do referido componente.
Nesta semana, a Sesau foi informada pela Diretoria de Assistência Farmacêutica do Ministério da Saúde que está programada a entrega do medicamento a todos os estados da Federação até o próximo dia 10 de julho.
Sobre o paciente Ricardo Nunes, a Sesau informa que ele continua sendo atendido e acompanhado por oncohematologista na Unidade de Alta Complexidade em Oncologia do Hospital Geral de Palmas (HGP).
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