Policiais civis reclamam de agressão de oficiais: Casa Militar defende conduta

Mobilizados em frente ao Palácio Araguaia na 6ª, policiais civis disseram que PMs agiram com violência para impedir carro de som. Casa Militar explica proibição de veículos por questão de segurança

Policiais cantaram hino nacional em manifestação
Descrição: Policiais cantaram hino nacional em manifestação Crédito: Bonifácio/T1Notícias

Depois de decidir sobre a deflagração de greve da Polícia Civil em assembleia geral na sexta-feira, 20, mais de 800 policiais civis se mobilizaram até o Palácio Araguaia. De acordo com o presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Tocantins (Sinpol-TO), Moisemar Marinho, a manifestação foi pacífica, mas teria havido agressão de militares contra os manifestantes.

 

“Fomos lá para mostrar a insatisfação da categoria e protocolar um documento ao Governo, avisando sobre a greve. Não fomos fazer baderna, mas a mando do Governo, alguns oficiais da Polícia Militar tentaram impedir que nós usássemos o carro de som e chegaram a agredir alguns policiais civis”, disse ele.

 

Segundo o presidente, os policiais cantaram o hino nacional em frente ao Palácio e protocolaram o documento. O presidente demonstrou repúdio da categoria quanto à tentativa de impedir a manifestação e disse entender que os militares obedeceram ao Governo.

 

“O Governo mostra que sua equipe não está preparada para lidar com movimentos democráticos da população do Tocantins. Tentar inibir e trazendo risco para os servidores. Não é isso que estamos querendo, não estamos aqui para fazer baderna, nem trazer prejuízos à população. Não é uma posição da Polícia Militar, e sim do Governo. E que o Governo não se assuste com a junção das três forças do Estado, a PC, a PM e os Bombeiros Militares, porque nenhuma força federal vai impedir nosso movimento”, declarou.

 

De acordo com Moisemar, “oito oficiais da PM tentaram inibir a manifestação de repúdio. Tiraram o motorista à força e tentaram tomar o carro [de som], mas nós não permitimos. Quatro oficiais agrediram alguns policiais civis”.

 

Os policiais seguem com o “Pacto pela Legalidade” até amanhã, terça-feira, 23, quando acontece uma reunião com representantes do Governo. Segundo o Sindicato, caso o Governo não cumpra a Lei e não dê uma resposta positiva, será deflagrada a greve a partir de quarta-feira, 24.

 

Casa Militar responde sobre conduta dos oficiais da PM

Sobre as supostas agressões dos oficiais a policiais civis e ao motorista do carro de som durante a manifestação, a Casa Militar respondeu ao T1 Notícias, por meio de nota, que a segurança do Palácio Araguaia é de responsabilidade deles e que no local é proibido o uso de veículos automotores, por isso os oficiais tentaram impedir que o carro de som transitasse ali. Conforme a nota explica, a proibição visa garantir a segurança de pedestres que caminham no local.

 

De acordo com a nota, "os policiais militares se posicionaram passivamente à frente do veículo para que este não avançasse sobre a praça, provocando reações por parte dos manifestantes que tentaram retirar à força os policiais militares da frente do veículo". Depois de tratativas, foi permitido que o carro ficasse no local para a execução do hino nacional e, em seguida, os manifestantes se retiraram sem maiores incidentes.

 

Confira a nota na íntegra:

 

NOTA DE ESCLARECIMENTO - Casa Militar

No tocante aos fatos ocorridos em 20/02/2015 na Praça dos Girassóis em frente à porta norte do Palácio Araguaia, informamos que a segurança e controle da Praça dos Girassóis é de responsabilidade da Casa Militar e que, por se tratar de ambiente público destinado à circulação de pedestres, é proibido o tráfego de veículos automotores sobre a referida praça, exceto com prévia e expressa autorização da Casa Militar, situação em que será devidamente providenciado o  isolamento de segurança para que se evitem acidentes e incidentes em eventos previamente programados.

 

O direito de manifestação das categorias é uma prerrogativa constitucional e foi respeitado, todavia, a segurança dos pedestres que se utilizam da praça pública para seu lazer ou locomoção, bem como a dos próprios manifestantes foi colocada em risco frente à desobediência à determinação expressa do militar que permaneceu junto à rampa de acesso à Praça dos Girassóis proibindo a subida do veículo, sendo que os manifestantes deram a volta e subiram na praça com o veículo por cima dos canteiros gramados. Diante disso, os policiais militares se posicionaram passivamente à frente do veículo para que este não avançasse sobre a praça, provocando reações por parte dos manifestantes que tentaram retirar à força os policiais militares da frente do veículo.

 

Após breve negociação, e com as devidas precauções de segurança, o Tenente Coronel PM, Subsecretário da Casa Militar autorizou a permanência do veículo no local para a execução do hino nacional e os manifestantes se retiraram, sem maiores incidentes.

 

 

Comentários (0)