Situação crítica obriga ATS levar água em caminhão pipa a moradores de Pindorama

A estiagem na cidade de Pindorama é a pior em 50 anos. Devido a situação, a ATS está atuando em caráter de emergência com seis caminhões pipa para levar água aos moradores

Moradores de Pindorama sofrem com falta de água
Descrição: Moradores de Pindorama sofrem com falta de água Crédito: Foto: Luiz Henrique

A cidade de Pindorama, cerca de 230 quilômetros de Palmas, no Sudeste do Estado, vive estiagem inédita nos últimos 50 anos. A situação é tão crítica que fez o Rio Gameleira, que serve de captação, secar e deixar a todos sem água nas torneiras. A Agência Tocantinense de Saneamento (ATS), que atende a região, está atuando em caráter de emergência com seis caminhões-pipa, buscando água a 19 quilômetros de distância.

 

Pindorama tem cerca de cinco mil habitantes e um consumo que chega a 400 mil litros de água por dia. Diante do caos, desde quarta, 17, a ATS está atendendo a todos com o produto sendo entregue de porta em porta. Cinco caminhões atende cada rua e avenida, enquanto outro leva água para Escolas, Creches, Hospital, Postos de Saúde e Prefeitura. “Essa foi a forma que encontramos de atender a todos de forma rápida e assim permitir que cada família possa ter água para suas ações do dia a dia”, disse Eder Fernandes, presidente da ATS.

 

As últimas chuvas registradas pela Agência Nacional de Águas – ANA, em Pindorama, foram em maio, mas com apenas 06 milímetros. Os dados estão no caderno de anotações pluviométricas do chacareiro José Fabiano Dantas, que há três anos cuida do equipamento de medição das chuvas no município. Fabiano é dano da propriedade onde mora e cria gado leiteiro, e conta que está assustado com o fato.  “O problema é que no último período de chuva, a quantidade foi muito abaixo da média”, destacou.  

 

Fabiano revela ainda que nos quatro primeiros meses deste ano, a quantidade de chuvas ficou na média de 548 milímetros, sendo 250 em janeiro, 37 em fevereiro, 240 em março e 21 em abril. Sem água, o pasto secou totalmente, exigindo alternativas para alimentar os animais. “Crio as vacas na suplementação, ração cana. Esperamos que os chuvas do próximo venham mais cedo. A coisa está feia”, afirmou.

 

Situação nunca vista

Na cidade a dificuldade não é diferente. Nascida em Pindorama, a dona de casa Doralice Rodrigues diz que jamais imaginou que um dia passaria por tal situação. “Aqui era um lugar rico em água e agora estamos nessa pobreza. É uma tristeza pra mim e para as demais pessoas. O que vai ser de nós?”, questiona. Com água em quantidade menor, distribuída pelo caminhão-pipa, Doralice relata que é preciso economizar. “É só o limite. Não pode desperdiçar, se não vai ficar pior”, afirmou.

 

Antes de ir para a sala de aula, a professora Lucivan Araújo precisou pegar água com balde na Estação de Tratamento da ATS, próximo de casa dela. Lucivan também nasceu em Pindorama e nunca viu estiagem tão longa e rígida. “É difícil. Precisamos de um milagre de Deus e o apoio da ATS para resolver isso”, disse.

 

A professora relacionou a situação com o desmatamento das matas ciliares e das cabeceiras do Rio Gameleira. “Se não houvesse a devastação das matas ciliares do Rio Gameleira não teria chegado essa situação que vivemos hoje. É preciso conscientizar a população e economizar água”, diz Lucivan.

 

A ação da ATS com os caminhões será de três meses. Nesse período o volume de investimentos, segundo Arlindo Lopes, diretor de Produção, chegará a R$ 250 mil. Os seis caminhões vão fazer em média cinco viagens por dia, cada um. “A nossa previsão era de que até setembro a captação funcionasse normalmente, mas de repente o nível do Rio Gameleira abaixou. O estado é de calamidade, com a cidade toda sem água”, conta Arlindo.

(Com informações da Ascom ATS)

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