Amastha vive momento celebridade: e o povo gosta...

O prefeito Carlos Amastha é mesmo uma figura interessante, pela capacidade que tem de se reinventar e dar a volta por cima de situações de desgaste...

Amastha Rompre: uma celebridade
Descrição: Amastha Rompre: uma celebridade Crédito: Bonifácio/T1Notícias

Quem diria, naquele final de outubro da derrota de seus candidatos, que o prefeito de Palmas entraria março surfando na crista da onda da popularidade?

Não se trata de pesquisa, mas de constatação. Nas ruas ou nas redes sociais, onde a opinião pública é dada sem meias palavras, o colombiano naturalizado brasileiro, reina absoluto.

Ainda mais agora, após a oferta da recompensa de R$ 15 mil que quebrou a lealdade do grupo que servia supostamente ao Comando Vermelho na queima dos ônibus na capital.

É grande a disputa para tirar um Selfie com o prefeito que tem um dos carros mais caros do País, importado sob encomenda, mas mora no Taquari e vai trabalhar de ônibus para dar o exemplo e provar que a população não deve ter medo da bandidagem.

É um momento ímpar o que é vivido por ele. Depois de apoiar Sandoval contra Miranda, usar contra o governador eleito os termos mais ofensivos possíveis e de ir às últimas consequências no debate ácido com antigos amigos e aliados nas redes sociais, por conta da opção política, o prefeito absorveu a derrota e deu uma guinada.

Aproximou-se de Marcelo Miranda na disputa pela Mesa Diretora da Assembléia Legislativa. Não conseguiu os votos, mas se expôs na tentativa. Depois, interviu para mexer na composição dos blocos e levar Júnior Evangelista para a base do governo.

Na hora da crise com a greve da Civil chegou a fazer comentários na rede que irritaram e muito os policiais. Mas saiu ileso com a sacada da recompensa, que será paga ao delator, independente de comprovada ou não sua participação nos crimes.

Parece piada, mas não é: o salário do prefeito compensava mais que participar da queima dos ônibus, pagos a R$ 8mil cada. Para dividir por 4, seriam R$ 2 mil para cada. Pouco dinheiro para um risco enorme, não?

A dúvida que alguns já levantam é de em quanto a recompensa pela delação incentivará novos atentados para provocar novas ofertas.

Abre parêntese.

O que vai resolver definitivamente a questão é a normalização dos serviços da Polícia Civil. Lembrando que não é necessário apenas que os policiais voltem a trabalhar, por respeito à justiça ou medo de cortes salarias. Mas que trabalhem de fato, de corpo, alma e coração. Ir trabalhar e fazer operação tartaruga é fácil de acontecer. E não vai devolver a sensação de segurança a ninguém.

Fecha parêntese.

Voltando a Amastha, o prefeito que surgiu como uma nova via na política, caminha para ir tornando-se quase uma unanimidade sem fazer muita força. Cidade limpa, bem cuidada, obras por toda cidade e eficiência na gestão, encobrem insatisfações com aumentos de taxas e impostos, pouca atenção à região norte, gargalo com professores e outros problemas menores.

Do jeito que vai, Amastha não enfrentará a oposição de Marcelo Miranda na Capital. A aproximação com o PSD – que pode se consolidar inclusive com a indicação de pastas no município – já neutralizou a principal voz da oposição na Câmara: Iratã Abreu. Em Brasília, aproximou-se também da Ministra Kátia Abreu, de olho no que representa o apoio dela para a capital.

Vão permanecendo ainda na mesma posição de antes, contrária ao prefeito celebridade, os adversários de 2012 (Marcelo Lélis o principal deles, além do ex-prefeito Raul Filho) e o de 2014 (Sargento Aragão).

Como política é feita de momento, não se pode dizer que este março glorioso prevalecerá até as eleições do ano que vem, definindo seu resultado. No início de 2012, ninguém apostaria na derrota de Lélis. Lembram-se?

O inegável é que Amastha - ou Amastha Rompre, como se autodenomina no Twitter após ser batizado numa aldeia indígena em Tocantínia - sabe fazer do limão uma limonada.

Midiático, performático e com uma capacidade de gestão acima da média, consolidou sua imagem.

 Ainda que possa ser a nova face da direita no cenário político tocantinense, como definiu Donizeti do PT, o prefeito sabe onde quer chegar, sabe como fazer e o povo gosta.

Como diria Luiz Armando Costa: só não pode deixar Amastha devorar Amastha. Afinal, o homem é o lobo do homem. 

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