Com ajuste de contas caminhando bem, governo pode perder secretário da Fazenda

Edson Ronaldo Nascimento, secretário de Fazenda está de malas prontas para deixar o governo. Oficialmente, atendendo a chamado do Ministério da Fazenda, mas bastidores ardem em versões...

Secretário Edson Ronaldo Nascimento
Descrição: Secretário Edson Ronaldo Nascimento Crédito: Foto: Secom/TO

Corre nos bastidores já fazem alguns dias, que o secretário da Fazenda, Edson Ronaldo Nascimento pode deixar a pasta. Fora de Palmas nos últimos dias, ele teria se desentendido com o governador, conforme uma das versões a qual o T1 Notícias teve acesso. O motivo poderia ser o pagamento de precatórios. Uma das versões é de que pagou sem ordem. A outra, de que lhe mandaram pagar e ele não concordaria com a determinação, uma vez que o caixa do Estado sofre com o desequilíbrio das contas públicas, e a Fazenda precisa honrar diversos acordos feitos com fornecedores.

 

Uma terceira versão afirma que Nascimento tem encontrado dificuldades em manter a família em Palmas. Tanto sua esposa como uma filha estariam optando por retornar à Brasília e Goiânia. Uma fonte palaciana chega a afirmar que Nascimento já teria entregue o apartamento que alugou na Capital quando mudou-se no começo do ano.

 

Parênteses…

 

Questionado por telefone, o secretário confirmou ao T1 Notícias que recebeu um chamado de volta ao governo federal, uma vez que é funcionário de carreira do Ministério da Fazenda, mas que está tentando negociar a permanência no Estado. De Goiás, o subsecretário da Fazenda, Antônio Paulo também já foi chamado. Tudo seria parte de uma nova configuração que o governo Michel Temer pretende fazer após a aprovação do Impeachment da presidente Dilma Rousseff. 

 

Temer estaria tentado a substituir algumas indicações políticas para reforçar o quadro técnico. A conferir…

 

A versão de que houve algum desentendimento em torno de pagamento de precatórios também foi negada pelo secretário. “Pagamento de precatórios é dívida e obrigação do Estado junto ao Poder Judiciário”, admite ele, mas rechaça qualquer atrito com o governador em razão desse tema. “Não procede. Não falamos sobre esse tema”.

 

Fecha parêntese.

 

O que acontecerá caso haja uma interrupção no trabalho que o secretário da Fazenda vem realizando desde que assumiu a pasta é um prejuízo grande para o Estado. Dos quatro secretários que trouxe de fora, o governador Marcelo Miranda foi mais feliz nos resultados que Edson Nascimento vem apresentando, do que em qualquer outra área.

 

É visível a reação da arrecadação interna obtida nos últimos meses na Sefaz, ainda que o quadro nacional, ruim, não tenha permitido que nela se fizesse sentir na prática, por exemplo, com avanço nas negociações com servidores.

 

Se olharmos para trás, no entanto, é extensa a lista de problemas solucionados pela conduta firme do secretário à frente da pasta. O fato de não ser do Estado, não pertencer aos grupos instalados na Sefaz, fazer ouvidos moucos a pedidos políticos, fortaleceu uma atuação voltada para solucionar desde o problema previdenciário (Divida de R$ 80 milhões do Igeprev), até o parcelamento de Plano de Saúde, negociação com a maioria dos bancos que cobravam consignados, entre outros fatores.

 

Pano rápido…

 

Enquanto Marcos Musafir luta para matar um leão por dia na Saúde enfrentando fogo amigo e inimigo, e Lyvio Luciano tenta usar da diplomacia para ir fazendo o trânsito político das diversas forças na sua pasta, Edson Nascimento avançou mais. 

 

Diferente, por exemplo, de Alexandro de Castro, secretário de Desenvolvimento, que nunca deu conta de absorver e dar condições de trabalho aos remanescentes da extinta pasta da Cultura. Lá, servidores desestimulados, confinados a duas salas, lamentam o abandono e o descaso do governo com uma área que recebeu tantas promessas na campanha.

 

Frustrante, por que não há política pública para a cultura e a área está pior assistida do que no governo passado, de Siqueira e Sandoval.

 

Voltando à Sefaz, é notória a dificuldade do governo do estado em cumprir compromissos com fornecedores. Em entrevista recente, o próprio secretário admitiu que faz o que pode mas que há empresas há dez meses sem receber do governo. Isso tem seus reflexos negativos, sem dúvida.

 

Os avanços, no entanto, são inegáveis. No ritmo que vinha conduzindo a pasta, o secretário conseguiria conduzir as contas públicas ao equilíbrio até o final do ano, projetando um 2017 menos tenso e de começo de resultados positivos para o governo Marcelo Miranda.

 

O que aconteceu de fato por trás das cortinas dos bastidores é um enigma a ser decifrado nos próximos dias com o “fico”, ou “saio” do titular da Sefaz.

 

Uma coisa não se pode negar: este agosto está difícil para o comando do Palácio Araguaia. Difícil de levar e longe de acabar…

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