Corrida de quem quer ser vereador já começou: cuidado com quem não te representa

A campanha propriamente dita está marcada para acontecer entre candidatos a cargos majoritários só no mês de agosto, mas entre os proporcionais quem quer de fato ser eleito, se mexe como pode

Crédito: Foto: Agência Brasil

Nossa primeira eleição depois que mudaram as regras do jogo vem aí, cheia de situações atípicas.

 

É o que acontece quando a campanha propriamente dita está marcada para acontecer entre candidatos a cargos majoritários só no mês de agosto, depois que a temporada de praia acabar, mas entre os proporcionais quem quer de fato ser eleito, se mexe como pode em período pré-eleitoral.

 

Brotam do chão, das igrejas, dos sindicatos, das ruas e de toda parte pré-candidaturas de todos os naipes. Desde as que nascem da necessidade de representação de alguns segmentos que têm sofrido com a falta de vez e de voz nos parlamentos, especialmente os massacrados pelas pautas de direita conservadora, bem patrocinada, até as mais esdrúxulas, de quem quer mesmo se dar bem com um emprego cheio de regalias para os próximos 4 anos.

 

Não vão faltar candidatos apostando no pouco caso que o próprio eleitor faz do seu voto para vereador, para chegar onde quer. Os Tiririca da vida.

 

Os que contam com o poderio econômico virão como sempre, com um discurso clichê, apostando na compra do voto, através de “lideranças”, especialmente nas maiores cidades do Estado, onde a campanha atingiu um nível de “profissionalização” invejável.

 

Não há dúvidas de que o esquema “dinheiro, cimento, cirurgia, tijolo” ainda funciona. Nem de que muita gente ainda entrega o voto agora esperando contar com um emprego depois. Sem se tocar da impossibilidade do cumprimento da promessa para todos a quem ela é feita…

 

Grupos políticos se articulam para eleger seus porta-vozes. Marcar posição, garantir espaço.

 

Os pré-candidatos a prefeito trabalham para construir suas futuras bases, cada um acreditando piamente na hipótese de que vai ser eleito. Nesse jogo, como em todos os outros, não faltam os escolhidos, os preferidos, os estratégicos.

 

Em meio a tantos interesses, vale a pena o eleitor se precaver agora para não reclamar depois, quando aquelas votações absurdas começarem a acontecer nas Câmaras Municipais, contrariando valores e bandeiras nas quais se acredita.

 

As pautas nacionais, embora não sejam discutidas no âmbito do legislativo dos municípios, encontram neles uma imensa caixa de repercussão. É bom saber como pensa o pré-candidato que está pedindo o seu voto, nas principais questões que te interessam. Para não ter surpresinha ruim depois.

 

Os que estão buscando suas vagas, por outro lado, precisam sair das receitas prontas, do discurso fácil, do mesmo jeito de fazer campanha. A não ser que queiram encontrar o mesmo eleitor viciado em pedir coisas em troca do voto.  

 

Tenho a percepção clara de que da mesma forma que há o eleitor cético e cansado, que não quer mais votar; e assim como tem o eleitor disposto apenas a tirar do político o que ele tiver e de repente nem votar em troca; existe o eleitor que está em busca da representatividade real e verdadeira. Efetiva. Esse deve encontrar os seus afins no mar de insanidades que assistimos em toda campanha. Separar o joio do trigo e identificar, sem ilusões, aqueles que realmente os representam.

 

Todo o processo de desgaste do modelo político que estamos vivendo há décadas no Brasil, terá seus reflexos nesta e nas próximas eleições, portanto o eleitor não deve se permitir ser enganado pelo tapinha nas costas e pela tentação de votar “no amigo”.

 

O vereador é o político mais perto de você, pela lógica, o que deve ser mais acessível. Assegure-se de escolher um que realmente vá representá-lo.

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