Debate na Band é marcado pelo vazio de propostas, mas antecipa artilharia

Vazio de propostas, e sem discutir com mais profundidade qualquer dos problemas do Estado, o debate da Band ontem foi um treino para os governadoriáveis e serviu para revelar a artilharia...

Debate reuniu candidatos a governo
Descrição: Debate reuniu candidatos a governo Crédito: Lourençop Bonifácio

 

Amigos o debate da Band ontem, retransmitido pela Rede Sat e 96 FM, foi uma prévia do que será a campanha ao governo do Tocantins, nos argumentos antecipados pelos três principais candidatos majoritários.

 

Com problemas no áudio da transmissão em vários momentos, serviu para mostrar a curiosidade do telespectador e usuários das redes sociais, que acompanharam em tempo real nossa cobertura pelo Twitter, no perfil @robertatum. E expôs também as fragilidades dos candidatos.

 

Sandoval mostra firmeza

 

Sandoval Cardoso mostrou personalidade e antecipou parte da artilharia que pretende usar contra Marcelo Miranda, que lidera a corrida nesta segunda quinzena de agosto. Vai bater contra os problemas do governo Miranda e tentar descolar sua imagem do passado mais distante, peemedebista, assim como do passado/presente, Siqueirista.

 

“Assumo minhas responsabilidades. Antes como presidente da Assembléia e agora como governador, mas não aceito tentarem colar em mim os problemas do seu governo ou de quem quer que seja”, disse ele a Miranda num momento tenso do debate, em que Marcelo lembrou-lhe seu comprometimento com o governo Mais Perto de Você.

 

Marcelo mantém tranquilidade

 

Marcelo Miranda mostrou-se seguro diante de todas as perguntas, mas faltou profundidade no enfrentamento dos assuntos e um briefing do pontos fortes e frágeis do seu antigo governo.

 

Miranda bateu forte na crise da Saúde, lembrou que foi o único a romper com o Siqueirismo, do qual Sandoval é herdeiro direto e antecipou o que parece ser um mantra no seu discurso: quer recuperar a auto estima dos tocantinenses. Foi uma frase muito usada também na entrevista que precedeu o debate na TV Anhanguera.

 

Um adendo: a entrevista foi mais vista que o debate. E nela, a impressão que vai hoje nas ruas entre os eleitores medianos, é de que ele não se intimidou, respondendo todas as perguntas. Apesar do nervosismo duplo, dele e da entrevistadora.

 

Ataídes: o franco atirador

 

Ataídes de Oliveira por sua vez, disparou para todos os lados e contra “essa danada da corrupção”. Usou sua artilharia primeiro contra Sandoval: “se não fosse o Siqueira e o Siqueirinha, o senhor seria governador? De quanto é a dívida do Estado? Qual o valor da folha de pagamento? Quais nossos índices do IDH”, e seguiu tripudiando. “Eu queria fazer várias perguntas ao governador, mas infelizmente ele não tem condições de responder”.

 

Sandoval devolveu: “O senhor não foi votado, assumiu por que foi suplente, indicado pela base do Siqueira. O senhor é candidato a governador por força de uma liminar por causa de uma doação ilegal que fez ao Siqueira”. E por aí foi.

 

Mas Ataídes não pegou leve com Marcelo Miranda também. Questionou a contratação de parentes em seu governo, questionou que os cargos comissionados chegaram a “26 mil pessoas”em seu governo, e por fim saiu-se com uma afirmação de que Miranda e Eduardo Siqueira teriam se encontrado num restaurante em Goiânia há alguns meses.

 

Marcelo ficou vermelho e escolheu as palavras para repetir várias vezes: “Restaurante em Goiânia? Desconheço... o senhor está muito equivocado. Muito equivocado”. E emendou: “eu não teria condições de olhar par a minha família se eu me encontrasse às escondidas com o ex-senador”.

 

Nada de propostas

 

Entre os demais candidatos, Luiz Cláudio do PRTB foi o mais articulado. Carlos Potengy, orgânico como o seu partido, o PCB. Eula Angelin ainda não disse a que veio. Oscilou entre criticar Miranda e elogiar Sandoval.

 

O vazio que o primeiro debate entre os governadoriáveis - conduzido com muita distinção pelo jornalista Fernando Hessel, da Band - foi o de propostas.

 

Não se discutiu os principais problemas do Estado e suas possíveis soluções. Não foram expostos os números e os desafios. A arrecadação que é baixa, e o custeio da maquina, que é alto. O rombo do Igeprev, e o que se pretende fazer para amenizar o déficit atuarial que vai jogar essa conta nos ombros do trabalhador e do empresariado, fora do serviço público.

 

Para onde vai o Tocantins nos próximos anos se for Sandoval o governador? Para onde vai se for Miranda? Para onde iria se fosse Ataídes?

 

Essas perguntas ficaram sem resposta. Pode ser que o programa eleitoral que vai ao ar a partir desta quarta-feira responda.

 

Por hora o que se viu foi artilharia. Nada mais.

 

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