O Tocantins tem coisas engraçadas na sua política…
Há cerca de 60 dias circulou nos bastidores que o grupo anti-Amastha preparava o retorno da suplente de deputada estadual Solange Duailibe, ex-primeira dama do município, à Assembleia. A informação que chegou ao T1 Notícias foi de que Eduardo (Siqueira) iria se afastar para ceder espaço a ela.
Raul Filho, como se sabe, é hoje o nome - entre os elegíveis - que mais representa a oposição em termos de substância política e tem reunido em 
torno de si, o sentimento dos que não querem a reeleição do prefeito. Ele está em plena pré-campanha, visitando bairros, onde apoiou seus candidatos ao conselho tutelar (eleição finalizada no domingo), e ligando para velhos companheiros que não tratou tão bem na sua segunda gestão à frente do Paço Municipal.
Procurei Eduardo Siqueira na época, que negou com veemência o acordo e que se afastaria. “Roberta, eu nem tenho motivo, ou justificativa para me afastar…” Ou seja: nem estava doente, nem tinha feito acordo.
Como se vê, era outro Eduardo o da conversa truncada que chegou nos bastidores. O do Dertins, e não por acaso, presidente do PPS.
Abre parênteses.
Nas últimas semanas, Dertins fez um movimento interessante: se aproximou de Amastha fortalecendo o PPS com a filiação de Etinho Nordeste, da base do prefeito, e mantendo Claudemir Portugal, que já foi secretário e é vereador da base. Levou também o professor Luciano Coelho, que já foi linha de frente de Tiago Andrino, já brigou publicamente com o prefeito, movendo processo e respondendo processo na troca de farpas pelas redes sociais. Coelho não aderiu a Amastha, mas combate nos últimos dias a greve deflagrada pelo Sintet no município, acusando a diretoria de agir politicamente. Pré-candidato a vereador, ataca o projeto do braço sindical que tem em Elis Raik seu pré-candidato a vereador. Este no PR, de Vicentinho, Raul e Lúcio Campelo.
Fecha parênteses.
Como nada se faz na Assembleia Legislativa que não gire em torno de política, o gesto de Dertins hoje vai muito além de uma simples licença saúde.
O deputado alega precisar dos 121 dias para operar o joelho, por ter sofrido um acidente há algum tempo. Na verdade Dertins literalmente caiu do cavalo em sua fazenda há alguns dias tentando apagar um fogo. E machucou a perna. Ao T1 Notícias disse que vai fazer exames e se submeter a cirurgia.
Nos bastidores, o movimento é confirmado por fontes do T1 como uma forma do deputado manter Stálin Bucar - segundo suplente da coligação - no PPS, a fim de disputar a prefeitura de Miranorte ano que vem. Desta forma, a manobra seria Solange Duailibe assumir por dois meses e se afastar para dar espaço a Bucar.
Outro meio de fazer Bucar chegar ao plenário da Assembleia, saindo da invisibilidade na qual mergulhou desde que perdeu a eleição, seria outro deputado, aliado de Dertins, pedir licença remunerada também nos próximos dias.
O certo, é que nos planos do grupo, assume Solange e assume Bucar.
Dertins por outro lado, coloca o PPS na mesa de negociações em busca de apoio. Deu uma no cravo (ao se aproximar de Amastha) e dá outra na ferradura (ao cortejar Raul). Valoriza o passe para o ano que vem.
Nada contra se não estivéssemos em plena crise financeira no País e no Estado. Com a Assembleia Legislativa com a folha estourada acima do que determina a Lei de Responsabilidade Fiscal, a notícia de hoje só coloca mais lenha na fogueira.
O contribuinte vai pagar dois deputados na vaga de um. E pode chegar a pagar quatro na vaga de dois nos próximos dias. Haja saúde para bancar tanta doença.
Como eu disse lá no começo, a política tocantinense tem coisas engraçadas. Algumas, mais trágicas do que cômicas no grande circo que a vida pública se transformou.
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