O dia seguinte ao registro de Lélis e Miranda: otimismo, adesões e uma reflexão

Amigos, o dia seguinte ao registro concedido pelo TRE para Miranda e Lélis ao governo foi de lavar a alma da militância. Passada a euforia começa a disputa real: ela não será fácil para ninguém...

Pressionados nos últimos meses pela ameaça da inelegibilidade, bradada por adversários e pelo representante do Ministério Público Eleitoral, a noite de terça-feira, 5, foi de alívio e de festa para os dois Marcelos. Na casa de Miranda, a militância se acendeu, candidatos foram cumprimentá-los e os adesistas começaram a se revelar.

 

Na verdade, a pendência do registro era o que impedia muitos de se manifestarem. Isto acabou.

 

A onda de otimismo tomou conta das redes sociais, nas respostas à provocações de adversários, represadas nos últimos meses.  Mas também as provocações aos militantes da chapa governista subiram de tom. Como se a eleição estivesse ganha. É um erro clássico.

 

A situação de Marcelo Miranda e Marcelo Lélis no cenário atual é de conforto, mas a campanha está apenas começando, como bem reconheceu o candidato a governador do PMDB.

 

É compreensível o desabafo dos que foram pressionados pelo discurso da insegurança jurídica, mas passadas as 24 horas da euforia inicial, o momento que se apresenta é outro. Começa de fato, a discussão nas ruas, universidades, sindicatos, associações e espaços políticos em geral, sobre quem terá as melhores condições para retirar o Tocantins do estado crítico em que se encontra.

 

O desafio de quem está no topo

 

O cenário em abril, medido pela pesquisa Ipeto/T1, mostrava que no topo da preferência dos eleitores estavam Miranda e Lélis. Somados na mesma chapa, os dois exibem números altos em todas as consultas internas que os partidos têm feito.

 

Começar uma campanha assim, talvez seja o desafio mais difícil para qualquer chapa de oposição. Por dois motivos: primeiro porque há pouca margem para crescimento; depois porque enfrentar a máquina administrativa e sua riqueza de recursos nunca foi tarefa fácil.

 

O adversário principal, Sandoval Cardoso, está nas ruas há mais tempo, vez que sobre ele não pesava nenhuma ameaça de inelegibilidade. Perdeu o discurso que sustentava contra o adversário: a insegurança jurídica. Não há porque o TSE reformar entendimento das últimas consultas que respondeu sobre a questão do Rced.

 

O que os governistas certamente farão é tentar derrubar a liminar concedida no caso das contas rejeitadas. Da forma como foram votadas, o decreto legislativo mostrou-se comprometido na sua validade legal. Se reverterem isto no TJ, no entanto, ainda caberá a coligação de Miranda e Lélis, o recurso ao STJ.

 

O fato principal no entanto, deixa de ser a disputa jurídica e passa a ser a disputa pelo voto.

 

Sandoval tem para onde crescer

 

Sandoval tem o maior número de lideranças, deputados, prefeitos. Um quadro parecido com aquele que Gaguim exibia em 2010.

 

Miranda tem o apoio popular declarado. E aí, das declarações de Adjair de Lima ontem ao T1 Notícias, se retira um elemento importante para a compreensão deste fenômeno de massa. O eleitor reconheceria em Marcelo Miranda um resistente à uma campanha intensa nos últimos anos promovida pelos adversários no campo institucional para desacreditá-lo e fazê-lo responder ao máximo de processos possível na justiça.

 

No inconsciente coletivo ficou que Marcelo foi cassado por causa dos óculos. As pesquisas qualitativas mostram isso. Em síntese foi cassado pelo que deu ao povo. Um raciocínio simplista mas que alastrou-se.

 

Por outro lado Siqueira voltou, mas foi incapaz de cumprir as promessas que fez. A situação caótica da Saúde por exemplo, reflete-se em Sandoval Cardoso todos os dias nas manchetes de jornais, programas noticiosos de TV e nos portais na internet.

 

É um fato, irrefutável que o atendimento no HGP piorou com Sandoval. O que parecia impossível, aconteceu. Agora nem médicos querem trabalhar mais, pois não recebem. Falta de medicamentos à alimentação, porque os fornecedores não recebem. E isso não só na Saúde, como se vê no caso desta semana ocorrido no Colégio Militar em Palmas, onde os alunos foram dispensados meio período por que não havia como servir as refeições de praxe.

 

Com todos este cenário complicado, no entanto, Sandoval ainda tem para onde crescer, uma vez que seus números são baixos e ele ainda é pouco conhecido.

 

Quem errar menos  e convencer mais, leva

 

Do jeito que está, a campanha ao governo do Tocantins não tem nada de definida e talvez esta seja a reflexão que a militância deva fazer dos dois lados que tendem a polarizar a disputa, por mais esforço que faça nas ruas o também candidato ao governo, Senador Ataídes Oliveira.

 

O jogo será jogado nas ruas e com todas as armas possíveis e imagináveis.

 

Continuo acreditando que a campanha mais propositiva, mas afável, conquistará melhor o eleitor.

 

A política partidária em si tem sido vista como algo desgastante, e a fé dos eleitores foi comprometida pela hipocrisia dos que ao longo dos anos fizeram dela meio de vida sem devolver quase nada de benefício ao eleitor.

 

Marcelo Miranda entra em campo definitivamente esta semana, com um grande capital político. Sandoval já corre as ruas, dono da máquina, com seus ônus e bônus. Os demais, entre os quais Ataídes Oliveira desponta, tentam levar sua mensagem de esperança.

 

O campo de batalha eleitoral está desenhado. Que vença aquele que for de fato resgatar o Tocantins da triste realidade que vive hoje: dependência econômica, má gestão dos recursos públicos, ineficiência na Saúde, rombo no Igeprev.

 

Uma tarefa hercúlea, mas impositiva, urgente e necessária.

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