O mal estar de deputados que estão perdendo prefeitos para Eduardo

Demorou, mas antes que agosto chegasse seus primeiros dias, um mal estar generalizado começa a contaminar os colégios eleitorais governistas...

Eduardo: incomodando companheiros de base
Descrição: Eduardo: incomodando companheiros de base Crédito: Divulação

As coisas não vão bem em diversos municípios em que os prefeitos são da base governista e assistem ser definido em Palmas, pela cúpula siqueirista, quem cada um deles deve apoiar para deputado.

 

Em sua maioria, são aqueles em que os prefeitos já estão comprometidos com o governo há um ano ou mais-  só que com candidatos diversos – e que agora passam a apoiar a candidatura a deputado de Eduardo Siqueira Campos.

 

Até um ano, quando concedeu a primeira entrevista ao Jornal Primeira Página admitindo ser candidato a governador, Eduardo trabalhava em outra direção. Com este propósito, “varreu para dentro”,  não só deputados que eram oposicionistas e viram no governo uma posição mais confortável para se reelegerem, mas diversos outros valores.

 

Pois bem. Dos que começaram o governo distante e terminaram na base, o mais prejudicado hoje é Iderval Silva  (o que errou o voto na eleição em que Moreira venceu Solange Duailibe à presidência) que deixou o PMDB e migrou para o Solidariedade. Suas bases no Bico do Papagaio estão dilapidadas. E os votos perdidos migraram para... Eduardo.

 

Também do Bico, o deputado Amélio Cayres - que foi Gaguim até o último minuto do segundo tempo no governo tampão, mas apoiou a eleição de Siqueira em 2010 – é outro prejudicado. Está dividindo prefeitos e votos com Eduardo.

 

Barbiero: "cevou"e não está levando

 

Dos candidatos emergentes e que foram conduzidos nos últimos dois anos ao “projeto Eduardo” governador, dois que não escondem nos bastidores a insatisfação com o rumo que as coisas tomaram são os socialistas Alan Barbiero e Danilo de Melo.

 

Este último, secretário da Educação no governo Siqueira, era cotado para federal, mas recuou para disputar vaga na Assembléia, diante da nova conjuntura.

 

Já Barbiero não poupa palavras nos desabafos que faz entre amigos: “passei os últimos anos cevando prefeito, para ver o pessoal chegar agora com propostas mirabolantes e tirar os caras para apoiar o Eduardo”.

 

Intra muros, os mais árduos defensores de um novo começo para o ex-secretário, herdeiro do espólio político do pai, falam em chegar a 50 mil votos.

 

Na oposição, a provocação é constante de que, com todo aparato político e recursos que tem, Eduardo faz campanha para 100 mil e não poderia sair com menos.

 

Nas últimas eleições o Estado atingiu 692 mil votos válidos, com a legenda de deputado estadual atingindo os 28 mil votos. O mais votado foi Sandoval Cardoso, hoje governador e candidato a reeleição, que teve pouco mais de 27 mil votos. Estes apoios agora estão divididos entre o próprio Eduardo e Luana Ribeiro.

 

Se na oposição as divergências até aqui ocorreram na chapa proporcional para deputado federal, com a anunciada desistência de Osvaldo Reis por se sentir prejudicado com a candidatura de Dulce Miranda, o pomo da discórdia entre os governistas já é o avanço de Eduardo sobre bases que outros já consideravam consolidadas. Isto sem falar nos que foram levados a desistir de candidatura sjá trabalhadas para estadual, a fim de não atrapalhar.

 

Coisas de um sistema político já conhecido no Tocantins, no qual quem pode mais, chora menos.

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