Oposição já pode ter 12 votos na Assembléia: Eduardo diz que não coordena nada

Grupo articulado ex-governistas, que têm mais experiência, afirma ter 12 votos para presidente da Assembléia. Citado como articulador, Eduardo nega e diz que não usará mandato para ação anti-governo

Eduardo comanda articulações na Assembléia
Descrição: Eduardo comanda articulações na Assembléia Crédito: Bonifácio/T1Notícias

Calado desde que se elegeu como deputado estadual mais votado do pleito de outubro passado, Eduardo Siqueira Campos não dorme sem amarrar mais um voto quando o assunto é eleição da Mesa Diretora da Assembléia Legislativa.

 

Conclusão: faltando dez dias praticamente para a eleição do novo presidente, o grupo dos ex-governistas já reuniu ontem no gabinete do deputado Osires Damaso, dez deputados. Mas Vilmar do Detran garante: são 12 fechados com o projeto de eleger um presidente “independente” do Palácio Araguaia. Muito embora afirme que independente não quer dizer de oposição.

 

A liderança de Eduardo na coordenação do grupo não é admitida. Fala-se que os deputados mais velhos de Casa estão conversando com todos. Ninguém quer ser liderado, afinal, cada um tem seu voto.

 

Próximos de Marcelo Miranda desde as eleições, dois deputados que já são contados como base do governo estavam lá: Júnior Evangelista e Mauro Carlesse. Uma fonte disse ao portal que Eduardo e Carlesse teriam saído juntos do Pousada dos Girassóis, num carro branco, no final da tarde.

 

Além dos dois estavam presentes: Ricardo Ayres (que já foi marcelista convicto e secretario de Juventude no governo de Miranda, hoje é da base de Amastha, aproximado por Aleandro Lacerda, com quem tem negócios); Cleiton Cardoso (que também especulava-se já estar acertado com o governo); Wanderley Barbosa, Olyntho Neto, Amélio Cayres, Vilmar do Detran, Osires Damaso e o próprio Eduardo.

 

Nas contas de Vilmar, faltaram os dois: Luana Ribeiro(PR) e Eduardo do Dertins, que estariam viajando.

 

A reunião que começou no final da tarde foi até as dez da noite, era para retirar a unidade do grupo, independente de quem seja o nome. Por hora, o nome é de Damaso. Mas o próprio Vilmar se coloca como segunda opção, caso não seja possível construir com o atual presidente.

 

A verdade é que o grupo, unido, pode simplesmente escolher alguém do lado de lá para apoiar e chegar ao 13o voto. Alguém confiável sob dois aspectos: que tenha como primeiro compromisso o colegiado dos 24 deputados e seus interesses. Eles deixam claro que não querem ser expostos à opinião pública na hora de garantirem o que consideram seus direitos de parlamentares; e segundo que tenha bom trânsito com o governo mas não seja mais ligado a Marcelo Miranda do que aos próprios interesses do Legislativo.

 

Conforme uma fonte afirmou ao Portal, o tom da conversa ia bem, até que surgiu no grupo a tese de que a Assembléia Legislativa seja um “poder paralelo”, funcionando como juiz do governo a ponto de decidir o que deve ou não ser aprovado. O argumento é de que “Marcelo não dá conta” de tomar as rédeas do governo do Estado para resolver os problemas com pulso firme suficiente.

Este ponto da prosa assustou um pouco os que já estão com um pé dentro do Palácio Araguaia e querem a liberdade de ir e vir. Ou seja: construir suas cotas dentro da Casa, que é rica em cargos e verbas, mas manter o bom relacionamento com o Executivo.

 

Eduardo nega coordenação e postura anti-governo

 

Ouvido pelo portal, Eduardo Siqueira negou com veêmencia ter marcado ou coordenado a reunião. "Fui de carona. Não busquei o Carlesse no hotel, aliás o Carlesse tem casa em Palmas", desmentiu. Para o deputado as informações partem de pessoas que não se incomodam em plantar "calúnias e injúrias"na intenção de dar o tom de que ele coordena uma ação anti governo.

 

"Colocaram palavras na minha boca. Eu não me referi ao governador. Eu não uso esses termos", disse ele. "Fui à convite do Damaso, cheguei no meio da reunião, sai de carona, não conduzo o voto de ninguém", garante Eduardo, que sustenta estar longe de ser o protagonista desta história...

 

O fato é que a esta altura do campeonato, a tabela complicou. Vai vencer esta parada quem tiver mais habilidade. Por hora, a oposição marcou seus pontos: reuniu um bloco e deu visibilidade a ele. Os governistas ainda patinam com seus quatro candidatos.

 

Se chegarem assim à véspera da partida final, vão perder o jogo. E não será por falta de aviso.

 

(Atualizado às 12h14)

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