Servidores perdem o sono com ameaça de não receber dezembro e 13º: Aoô Sandoval!

Governador declarou à imprensa que não sabe se vai "conseguir" pagar folhas de novembro e 13º salário. Ao jogar a responsabilidade para a União, governador lava as mãos na bacia de Pilatos...

Sandoval: pagar servidores vai depender da União
Descrição: Sandoval: pagar servidores vai depender da União Crédito: Bonifácio/T1Notícias

Há dois dias o governador Sandoval Cardoso vive uma espécie de “inferno astral”, com a repercussão de tantas atitudes e declarações infelizes.

 

Nesta sexta-feira, 24, deu um sinal de bom senso ao solicitar a retirada de dois projetos do governo da Assembléia Legislativa. Poupou-se de uma derrota, ou poupou os companheiros do constrangimento de votar algo tão impopular quanto o que queria: dois oficiais da PM, um ajudante de ordens, da PM, e três assessores de livre nomeação do ex-governador beneficiado.

 

Não é segredo para ninguém que faltam Policiais Militares em quantidade suficiente para o policiamento das 139 municípios do Estado. A violência na capital está tão fora do limite, que mulheres, trabalhadores, estudantes e comerciantes já temem quando o dia termina e a noite chega.

 

Disparos tiraram a vida de um estudante num ponto de ônibus no começo da semana. Uma moça tentou correr de assaltantes que queriam levar sua moto e sofreu um disparo na coluna. Está no HGP e pode ficar tetraplégica.

 

Essas são as cenas de um Tocantins onde falta dinheiro para tudo.

 

Servidores na berlinda não sabem quando vão receber

 

Página virada sobre os dois projetos impopulares, sobre os quais o governador só recuou diante da forte reação da opinião pública, restou a declaração mais infeliz da semana. Pode ser que sobre esta Sandoval tenha pensado melhor do que sobre os projetos que mandou ao Legislativo, já que declarou na imprensa nesta sexta que não tinha refletido direito sobre os dois projetos abortados.

 

Disse o governador há dois dias que não sabe se será possível pagar as folhas de novembro e o 13º salário do funcionalismo.

 

Opa, peraí - o leitor pode estar se perguntando – será que li direito?

 

Leu sim. O chefe do Executivo, que até outro dia buscava sua reeleição nas praças e ruas de todo o Tocantins, está se eximindo da responsabilidade -  que é sua – de pagar o funcionalismo em dia. Coisa que está na lei.

 

E mais: disse que depende do governo federal se conseguirá ou não pagar.

 

Não é verdade. Dependerá única e exclusivamente de dois fatores: sua competência de gestor da máquina pública desde abril e de vontade política.

 

Desde agosto que os rumores eram fortes sobre o fato do governo ter mexido numa poupança que o Estado faz todos os anos para pagar o 13o Salário. O T1 Notícias provocou a Sefaz sobre o assunto, pedindo explicações.A evolução da folha de pagamento, também foi objeto da mesma matéria jornalística: Folha chega a R$ 308 milhões e ultrapassa limite da responsabilidade fiscal.

 

Cortar gastos, demitir, ajustar-se à LRF era função de quem? Do governo federal? Não. Do gestor. Mas o que se viu no Diário Oficial foram nomeações.

 

Na campanha Sandoval ainda teve a capacidade de questionar Marcelo Miranda sobre o que faria com os comissionados que ele pretende deixar dependurados na folha.

 

O que o governador parece desconhecer é que servidor público não é sócio do Estado para auferir lucros, quando estes existem, ou dividir prejuízos quando eles acontecem.

 

O servidor - que já está prejudicado pela suspensão de suas férias, agendadas, devidas, programadas e merecidas – agora perde o sono sem saber se vai receber ou não em dia. Se vai ter natal, se vai poder pagar suas contas, já que nem o governador sabe. É o fim da picada!

 

Na iniciativa privada, de onde vem Sandoval, a coisa é simples: ou o patrão paga, ou a lei lhe penaliza duramente. Se não receber dos credores, tem que se virar nos empréstimos bancários e pagar as três folhas do fim de ano(incluído o 13o).

 

Jovem e trabalhador -  como dizia o slogan da sua campanha – o governador Sandoval já não vai mais ao Palácio Araguaia com a mesma frequência de antes (parece ter perdido o ânimo) e enfrenta de fato todas as dificuldades que um gestor que perde a eleição, naturalmente enfrenta. Especialmente quando não paga fornecedores.

 

Só não pode cair na tentação de lavar as mãos na bacia de Pôncio Pilatos. Esse tipo de coisa, o eleitor não esquece. E dificilmente perdoa.

 

 

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