Campanha convoca deputados a doarem auxílio moradia para os hospitais do TO

O T1 Notícias entrou em contato com todos os deputados estaduais, por telefone, para saber o que os parlamentares acham da campanha e se doariam o auxílio moradia

Deputados opinam sobre doação de auxílio
Descrição: Deputados opinam sobre doação de auxílio Crédito: Foto: Dicom/AL

As campanhas para arrecadar alimentos aos hospitais da rede pública do Estado continuam nas redes sociais. Desta vez, a mobilização “#doadeputado” convoca os deputados estaduais a doarem o auxílio moradia no valor de R$ 3,8 mil para a compra de alimentos para o Hospital Geral de Palmas (HGP), Hospital Regional de Gurupi (HRG) e Hospital Regional de Araguaína. No início desta semana, pacientes reclamaram da falta de alimentos nos hospitais. Na última terça-feira, 23, servidores e médicos dos hospitais compraram alimentos e iniciaram campanha também nas redes sociais.

 

Na manhã da última quarta-feira, 24, diversas entregas de donativos foram feitas por pessoas que, sensibilizadas com a situação, foram até o hospital levar itens como arroz, feijão, óleo, macarrão e outros. A suspensão dos alimentos ocorreu após o Estado não efetuar os pagamentos à empresa Litucera Limpeza e Engenharia LTDA, responsável pela alimentação.

 

O T1 Notícias entrou em contato com todos os deputados estaduais, por telefone, para saber o que os parlamentares acham da campanha e se doariam o auxílio moradia.

 

O deputado José Bonifácio informou que não doará seu auxílio moradia, mas justificou afirmando que apresentará um projeto de Lei pedindo a redução de 15% nos salários de todos os servidores que ocupam cargos no governo e recebem valores superiores aos vencimentos de secretários de Estado, incluindo os do governador, deputados, procuradores e outros. “A minha proposta é que diminua em 15% de todos os salários maiores que os dos secretários de Estado, inclusive do governador, deputados, procuradores, auditores fiscais, defensores. Enfim, de todos que ultrapassem o salário de um secretário de Estado que é R$ 13.500 mil bruto. Não apenas para comprar alimentos para os hospitais, mas para ajudar no pagamento da data-base e progressões. Esta redução de 15% é maior que meu auxílio moradia se eu doasse”, informou Bonifácio.

 

A deputada Luana Ribeiro informou que não recebe auxílio moradia, portanto não há o que doar nesse sentido. Na sessão da última terça-feira, na Assembleia Legislativa, a deputada ficou indignada com a falta de alimentação para pacientes do HGP e desabafou na tribuna. “Isso é desumano! Quem sofre mais sempre é quem está na ponta, que precisa do atendimento”, lamentou Luana.

 

O deputado Ricardo Ayres disse ao T1 que não recebe o auxílio moradia e afirmou que a Assembleia está cumprindo com o que é de sua competência. “Não tem como doar algo que não recebo. Defendo que esta campanha alcance outros poderes que recebem este auxílio. Estou ajudando fiscalizando, a Assembleia colocou 29% no orçamento geral do Estado para a Saúde. Nossa responsabilidade era 12%, o que corresponde ao mínimo constitucional. O que falta é gestão, não me refiro só a este governo, mas também a todos os outros anteriores”, afirmou Ayres.

 

Através de sua assessoria de comunicação, o deputado Eduardo Siqueira, informou que já realiza a doação do seu auxílio todos os meses para instituições beneficentes, desta forma, cerca de 40 instituições já foram atendidas.

 

O deputado Amélio Cayres informou que não tem conhecimento da campanha. “Não sei desta campanha, não tenho nenhuma ideia ou opinião formada sobre este assunto até o momento”.

 

O deputado Wanderlei Barbosa afirmou que aceita doar o benefício. “É lamentável que chegue a este ponto, mas eu não tenho nenhuma dificuldade em doar meu auxílio moradia para ajudar. Infelizmente se o governo não está dando conta de arcar com esse compromisso, nós vamos arcar de alguma forma. Eu quero colaborar de alguma forma”, destacou Barbosa.

 

O deputado Zé Roberto também informou que não tem conhecimento da campanha e que não seria possível fazer qualquer doação enquanto está em período eleitoral, já que é candidato a prefeito de Palmas. “Não posso doar nada, nem para os hospitais e nem para ninguém, a legislação não permite”, informou Zé Roberto.

 

O deputado Eli Borges também disse que não recebe auxílio moradia, mas fará uma doação pessoal. “Nunca recebi o auxílio moradia e votei contra este auxílio para todos os outros poderes, mas vou fazer um sorteio com alguns amigos e fazer uma doação pessoal”, garantiu Borges.

 

O deputado Olyntho Neto, que está de licença para disputar a prefeitura de Araguaína, informou que não recebe o auxílio moradia. “Nunca recebi auxílio moradia e como estou de licença meu salário está disponível para que o governo use da melhor forma”, afirmou o deputado.

 

Por meio de sua assessoria, o deputado Paulo Mourão informou que não recebe auxilio moradia.

 

Os deputados Nilton Franco, Amália Santana e Valderez Castelo Branco não atenderam as ligações do T1 Notícias para comentar o assunto. Sobre o deputado Elenil da Penha, sua assessoria de comunicação informou que entraria em contato com o parlamentar e retornaria a ligação.

 

As ligações dos deputados Cleiton Cardoso, Eduardo do Dertins, Jorge Frederico, Júnior Evangelista, Mauro Carlesse, Osires Damaso, Rocha Miranda, Toinho Andrade, Valdemar Júnior e Vilmar do Detran foram encaminhadas direto para caixa de mensagem. O espaço continua em aberto para os parlamentares se pronunciarem.

 

Bloqueio e suspensão

Na manhã de ontem, o Ministério Público Estadual conseguiu na justiça bloquear e R$ 1.577.004,01 milhão nas contas do Governo do Estado e da Litucera para garantir o fornecimento de alimentos para os hospitais de Araguaína e Gurupi. Porém no período da tarde de ontem, a empresa  notificou a Secretaria de Saúde do Tocantins sobre a suspenção total da prestação de serviços nos hospitais públicos do Estado, por causa do descumprimento do governo com sua obrigação contratual. De acordo com a Litucera, o débito do Estado com a empresa está na ordem de R$ 73.636.791,18. Na notificação a Litucera reforça que, conforme já relatado em abril deste ano, em documento, a inadimplência do Estado tem gerado “inúmeras e graves dificuldades/consequências” à empresa.

(Atualizada às 17h24)

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