Clima esquenta na Assembleia: presidente do Igeprev nega conhecer Eduardo

Em reunião da CPI, Presidente do Igeprev, Francisco Sales, é convocado e diz que não responde pelo que foi feito antes dele no Igeprev, pois não o interessa. Ele negou ainda conhecer Eduardo Siqueira

Francisco Sales na CPI do Igeprev
Descrição: Francisco Sales na CPI do Igeprev Crédito: Divulgação

A reunião convocada para esta terça-feira, 26, no Plenarinho da Assembleia Legislativa pela CPI do Igeprev transcorreu com os ânimos bastante alterados entre os deputados estaduais. Convocado a pedido do deputado Sargento Aragão(PROS), o presidente do Instituto de Gestão Previdenciária do Tocantins (Igeprev), Francisco Sales, recusou-se a responder sobre o rombo provocado por aplicações irregulares antes de sua gestão e irritou os deputados ao afirmar que não o interessava o que fizeram antes dele no órgão.

 

O presidente tomou a palavra respondendo que o patrimônio do Igeprev quando assumiu era de R$ 2.700 bi e garantindo que “eles não estão sumidos. Estão no Igeprev”. Sales afirmou que hoje o patrimônio está em R$ 3.200 bi “aplicados devidamente em locais permitidos de acordo com a legislação vigente”.

 

Francisco Sales foi incisivo ao reafirmar: “eu não respondo pelo que foi feito antes da minha entrada”.

 

Ainda respondendo aos questionamentos do deputado Sargento Aragão, Francisco Sales confirmou que conhece o José Carlos Cademartori, conhecido como “Cadê”, que segundo Aragão é um lobista que presta serviços a Eduardo Siqueira Campos, Eduardo Gomes e agora a Sandoval Cardoso.

 

“Eu conheço o Cadê. De Palmas e sei que ele mora em Brasília”, disse ao tempo em argumentou que não conhece algumas das outras pessoas citadas por Aragão, como Eduardo Siqueira Campos e Rogério Vilas Boas, mas conhece o atual governador Sandoval Cardoso e o ex-governador Siqueira Campos. “Mas eu me excluo dos problemas deles”.

 

Investimento na Porcão

Sobre os investimentos aplicados na Churrascaria Porcão, Francisco Sales disse que “foi um investimento no passado e não me interessa. Não sei quem fez”.

 

Segundo o presidente, a Churrascaria Porcão era uma empresa considerada como melhor oportunidade de recuperação da BFG – Brasil Foodservice Group S/A, dona da própria empresa que teve debêntures adquiridos pelo Igeprev. Segundo Francisco Sales, as aplicações nesta Churrascaria resulta de “plano que foi um acordo de ajustamento aprovado pelo Ministério da Previdência, que não foi aprovado por mim. Eu fui implementando”, disse em resposta ao questionamento de Aragão quanto ao fato de o órgão continuar aplicando neste fundo.

 

Sales afirmou que uma empresa (Brascarne) entrou como acionista do Igeprev e que isso “resolveria definitivamente a questão de reenquadramento do Igeprev”.

 

O presidente do Igeprev declarou que acredita que respondeu que tudo o que foi questionado por Aragão. “Tudo que o senhor me perguntou eu acho que eu respondi. E posso provar o que estou falando. (...) vocês devem é ajudar o Igeprev”, disse.

 

Por fim, o presidente declarou que todos os investimentos que foram realizados tiveram supervisão do Igeprev e, ainda, que “os R$ 175 milhões (perda apontada pelo Ministério da Previdência) estão aqui. Estou pagando a conta. Eu vou atrás de todos enquanto aqui estiver”, disse Francisco Sales. 

 

Aragão diz que presidente mentiu

O deputado Sargento Aragão, autor do requerimento, fez a primeira parte de sabatina ao presidente Igeprev , mas ficou insatisfeito com as respostas. “Ele mentiu”, disparou.

 

O deputado fez perguntas diversas sobre a insegurança em aplicação de dinheiro em fundos de risco. “Eu disse claramente que ele estava mentindo. As respostas que nós obtivemos do próprio Igeprev eu confrontei. Dizer que agora o Igeprev tem R$ 3 bilhões, isso é futuro ou é prático? Nós temos R$2.7 bilhões desde 2010. Ora, e agora é que nós temos R$3.2. Então quatro anos só rendeu R$1.200 bi?”, ponderou.

 

Para Aragão, o que se precisava saber ele confirmou: “sobre a Churrascaria Porcão, o Igeprev ainda é o maior investidor. Ele confirmou isso”, declarou. 

 

O presidente da CPI do Igeprev suspendeu a sessão devido aos ânimos muito acalorados e não retornou para encerrá-la.

 

(Atualizada às 18h16)

 

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