Decisão do STJ detalha motivo de cada prisão: confira acusações sobre cada um

O inquérito Nº 1.086 detalha os motivos dos mandados de prisão temporária que foram emitidos a 8 investigados; Estado é proibido de celebrar novos contratos com as empresas até o fim das investigações

Secretário Sérgio Leão é um dos presos
Descrição: Secretário Sérgio Leão é um dos presos Crédito: Foto: Secom/TO

O inquérito Nº 1.086 que trata da investigação da Polícia Federal, movida pelo Ministério Público Federal, o qual o Portal T1 Notícias teve acesso na íntegra, detalha os motivos dos mandados de prisão temporária que foram emitidos a oito investigados na Operação Reis do Gado.

 

Conforme o documento, a decisão determinou a suspensão por seis meses de todos os contratos das pessoas físicas e jurídicas investigadas nos autos em questão, com o Governo do Estado do Tocantins e sua Administração, e também a proibição do Estado celebrar novos contratos com tais empresas até o final das investigações.

 

No relatório das investigações consta os pedidos de prisões temporárias, conduções coercitivas, busca e apreensão, bloqueio de bens e outros, encaminhado ao STJ. O Portal detalha o embasamento dos pedidos de prisão dos envolvidos no suposto esquema de lavagem de dinheiro e corrupção.  São estes:

 

Brito Miranda – pai de Marcelo

Foi pedida pela PF a prisão preventiva de José Edmar Brito Miranda, pai de Marcelo Miranda, que é ex-secretário de Infraestrutura e acusado de ser o responsável por todos os pagamentos nos contratos com suspeitas de fraudes. A Justiça não acatou o pedido da PF, mas Brito Miranda foi conduzido coercitivamente e prestou depoimento por 15 horas na sede da PF e depois foi liberado.

 

Maria da Glória – irmã de Marcelo

À Maria da Glória Carvalho Miranda, irmã de Marcelo, também foi solicitado pedido de prisão temporária, mas a Justiça decretou somente a condução coercitiva. Ela é apontada, juntamente com Brito Júnior, por receber todo o patrimônio de Alexandre Fleury (denunciante), após o fim da relação de “laranja” com a família Miranda.

 

Luiz Pires - empresário

Luiz Pereira Martins (conhecido como Luiz Pires) também foi conduzido coercitivamente por ser acusado como responsável pela engenharia de lavagem de dinheiro e bens, utilizando-se de suas empresas, com transações de propriedades rurais de gado, e por ser beneficiário de contratos suspeitos com o Estado do Tocantins.

 

Alaor Jual Dias Junqueira

Alaor Jual Dias Junqueira foi preso, pois era o contador responsável pela “maquiagem” de toda a parte fiscal de Alexandre Fleury, visando lavar dinheiro e bens que estiveram em nome e posse de Alexandre.

 

Marcus Vinícius Lima Ribeiro - empresário

Foi decretada prisão temporária para Marcus Vinícius Lima Ribeiro, empresário que entregou mais de R$ 2 milhões para Alexandre Fleury, na forma de Caixa 2 da campanha de Marcelo Miranda, em troca de contratos de obras de 30 milhões. Marcus Vinícius também foi preso na Operação Ápia e no momento encontra-se foragido.

 

Sérgio Leão – Secretário de Infraestrutura

Prisão temporária também para Sergio Leão, secretário de Infraestrutura do Estado do Tocantins, apontado como homem de confiança da família Miranda, responsável por pagamentos de contratos com suspeita de fraude para as construtoras. Também foi responsável pela licitação que beneficiou José Peixoto em contrato de 2,5 milhões na SEDUC. Tem tratado diretamente com Brito Miranda, na Gestão atual de Marcelo Miranda.

 

Carlos Gomes Mundim – servidor da Seduc

Carlos Gomes Mundim, também cumprindo prisão temporária, pois a época era presidente da Comissão de Licitação da Secretaria de Educação – SEDUC/TO, foi visto em atos comemoratórios com Brito Júnior e José Peixoto após a empresa de Peixoto, MCDE, ganhar licitação de 2,5 milhões de reais na SEDUC e Alex Câmara que é acusado de auxiliar Brito Júnior no recebimento de “caixa 2” em campanha eleitoral de 2008 e também em 2014 (caso Piracanjuba), na campanha de Marcelo Miranda. Também é apontado como possível novo “laranja” da Família Miranda e está envolvido na concessão irregular de emissora de rádio, para canalizar recursos públicos de prefeituras.

 

Motivos para conduções coercitivas

O que também chama a atenção no inquérito é que na lista de mandados de condução coercitiva expedidos figuram pessoas com cargos estratégicos em órgãos estaduais, como, por exemplo:

 

João Cleber de Souza Torres, prefeito de São Félix do Xingu/PA e homem de confiança de Luiz Pires. Ele supostamente atuava ameaçando Alexandre para que ficasse afastado das fazendas.

 

Luiz Antônio Rocha, atual Controlador Geral do Estado e também tio de Marcelo Miranda, que é acusado de fazer os pagamentos em contratos suspeitos, na locação dos aviões, entre 2006/2009;

 

José Augusto Pires, ex-secretário de Planejamento do Estado do Tocantins, na gestão de Marcelo Miranda, acusado de intermediar doações em “caixa 2” pela empresa Rivoli, na campanha de 2006.

 

Deusenir Ribeiro de Souza, funcionária da Controladoria Geral do Estado (CGE) com acesso e senha as contas de Alexandre, para fazer transferências, sob orientação de Brito Miranda.

 

O Portal T1 Notícias busca contato com os acusados e seus advgoados e deixa o espaço aberto para que todos os citados possam se manifestar.

 

Por meio da assessoria da Controladoria Geral do Estado (CGE), o Estado informou que Deusenir Ribeiro de Souza não é funcionária do órgão. Segundo a informação, ela trabalha na CGE administração e participações. 

 

(Atualizada às 15h01)

 

 

Comentários (0)