O lançamento do Plano Safra 2016/17, na manhã desta quarta-feira, 4, no Palácio do Planalto, foi marcado por um discurso forte e emocionado da Ministra da Agricultura, Kátia Abreu(PMDB), em que ela fez o balanço dos ganhos para o Agronegócio dos pouco mais de cinco anos de mandato da presidente Dilma Roussef e terminou criticando o impeachment: “popularidade vem e vai, mas lealdade, dignidade, se for, não volta mais”.
Ao apresentar o Plano Safra, que terá este ano recursos da ordem de R$ 202. 8 bilhões, 8% a mais que no ano passado, dos quais 20% serão destinados ao custeio de contratos com juros controlados - Kátia lembrou que as subvenções feitas ao Plano Safra 2015, um dos motivos alegados no processo de impeachment, serviram para impulsionar ainda mais a Agricultura brasileira. “O governo da presidente Dilma é o governo do récorde, da valorização, do respeito ao agricultor. Se ela for responsabilizada por isso, eu quero dividir esta responsabilidade”, pontuou.
Segundo a Ministra Kátia Abreu, o primeiro governo Dilma Roussef, somado ao que foi disponibilizado em 2015 e o que será disponibilizado em 2016, empregaram na Agricultura recursos da ordem de R$ 905 bilhões. “Deste montante, a sociedade brasileira investiu na agricultura R$ 43, 4 bi em subvenções, e os agricultores brasileiros responderam e devolveram R$ 2 trilhões em divisas ao País. Respondemos por 53% das exportações , 30% dos empregos diretos e representamos 1/4 do PIB, acho que não é preciso dizer mais nada sobre o que este investimento significou”, disse a ministra, interrompida por aplausos dos presentes.
Em defesa de Dilma
Após fazer um balanço dos ganhos do Agro - desde que em 2014, já próxima da presidente, a CNA ajudou a construir o Plano Safra, passando pela aprovação do Código Florestal, aprovação da MP dos Portos, conclusão de boa parte do trecho da Ferrovia Norte-Sul, já em operação, e o lançamento do edital para licitação do Pedral do Lourenço (que viabilizará a Hidrovia Tocantins/Araguaia) - a ministra fez uma defesa contundente da presidente Dilma. “Muito me entristece que neste momento a senhora esteja ameaçada de ter cassado o seu mandato, e entre estes motivos estar, o fato de que a senhora acreditou e investiu na agricultura brasileira”, começou.
“Quero dizer que popularidade vem e vai, mas lealdade e dignidade se for, não volta mais. (…) Tenho orgulho de ser sua ministra, sua companheira, sua parceira. Tenho orgulho de tê-la como presidente e confio no legado que seu governo deixará ao Brasil. Muito obrigado por tudo”, finalizou, aplaudida longamente, de pé pelos presentes.
Presidente nega crime de responsabilidade
Falando em seguida à ministra, a presidente Dilma começou pelo final de seu discurso e lembrou que de fato “dignidade, lealdade e amizade”não se troca. Após cumprimentar o governador de Alagoas, Renan filho, a presidente saudou a ministra afirmando que “Kátia Abreu combina uma imensa capacidade técnica com valores que deveriam estar presentes ao longo de toda uma vida”.
A presidente disse que combaterá de todas as formas o processo de impeachment contra ela, por que tem “a tranquilidade de não ter cometido crime de responsabilidade”.
Falando do Plano Safra 2016, a presidente Dilma Roussef argumentou que as subvenções não geraram prejuízo. “Uma das coisas que alegam no frágil processo contra mim é o questionamento do Plano Safra 2015/16. ocorre que entre janeiro e junho de 2015 houve uma queda no passivo exigível e não um aumento”.
Ela afirmou que “não há base fática nesta ocorrência para dar motivo ao impeachment”. O atraso nos repasses ao Banco do Brasil, não configuraram empréstimo, entende a presidente, que lembrou que estes repasses já foram pagos. “Não há o que falar de dívida da União com o Banco do Brasil”, argumentou.
Após reforçar os números investidos na Agricultura formal, Dilma finalizou: “não considero que as subvenções dadas a Agricultura Brasileira foram um erro”.
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