Josi Nunes e Dulce Miranda assinam manifesto contra negociações do governo

Um terço da bancada do PMDB na Câmara expôs sua posição contrária às negociações por cargos na reforma ministerial em troca de apoio do partido ao governo no Congresso Nacional

Deputadas Josi e Dulce com Michel Temer
Descrição: Deputadas Josi e Dulce com Michel Temer Crédito: Divulgação/Facebook

Em manifesto divulgado nesta quinta-feira, 1º, na imprensa nacional, um terço da bancada do PMDB na Câmara expôs sua posição contrária às negociações por cargos na reforma ministerial em troca de apoio do partido ao governo no Congresso Nacional. Entre os parlamentares que assinaram o documento estão as deputadas federais do Tocantins Josi Nunes e Dulce Miranda.

 

Após uma reunião da bancada com a liderança do partido na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), em que ficou estabelecida a troca de apoio pelos cargos, houve um racha interno na sigla. Ainda de acordo coma imprensa nacional, o grupo contrário às negociações produziu o manifesto com o objetivo de entregá-lo ao vice-presidente Michel Temer e propor uma nova agenda para o país.

 

Em entrevista coletiva de imprensa concedida por alguns representantes do grupo contrário, deputados defenderam que a posição do partido em aceitar cargos no Executivo seria uma “desconsideração” às próprias bandeiras partidárias, como a redução de ministérios.

 

O documento foi assinado por 22 deputados: Alceu Moreira (RS), Baleia Rossi (SP), Carlos Marun (MS), Celso Maldaner(SC), Darcísio Perondi (RS), Dulce Miranda (TO), Edinho Bez (SC), Flaviano Melo (AC),Geraldo Resende (MS), Jarbas Vasconcelos (PE), José Fogaça (RS), Josi Nunes (TO), Laudívio Carvalho (MG), Lúcio Vieira Lima (BA), Mauro Mariani (SC), Osmar Serraglio (PR), Osmar Terra (RS), Rogério Peninha Mendonça (SC), Ronaldo Benedet (SC), Roney Nemer (DF), Valdir Colatto (SC) e Vitor Valim (CE).

 

O PMDB comanda atualmente seis pastas no governo de Dilma Rousseff: Agricultura (Kátia Abreu), Minas e Energia (Eduardo Braga), Turismo (Henrique Alves), Aviação Civil (Eliseu Padilha), Portos (Edinho Araújo) e Pesca (Helder Barbalho).

 

Confira íntegra da nota:

Nosso país sofre uma das mais graves crises econômicas de sua história. Ela é resultante de escolhas erradas das políticas de Governo, e traz de volta demônios que a Nação imaginava exorcizados: inflação, desemprego, desindustrialização e total desarranjo das contas públicas. A crise ética avilta a Nação! A crise política alterna a condição de causa e efeito do quadro emergencial que vivemos agora. Tais crises estão ainda no seu início. Na raiz de tudo está uma condução do país errática, desacreditada e que se enfraquece a cada dia. Agora o Governo, sem apontar um caminho claro, rende-se a um jogo político pautado pela pressão por cargos, num leilão sem qualquer respaldo em projetos ou propostas, sem conseguir apontar um horizonte de esperança para o povo brasileiro.

Diante desse quadro, nós integrantes da bancada do PMDB, nos manifestamos no anseio de que o nosso partido seja chamado à reflexão e ofereça outro tipo de contribuição ao Brasil:

1) Embora participando da base do governo federal, nos últimos anos, e tendo o Vice Presidente da República, o PMDB nunca foi sequer convidado a participar das decisões governamentais que levara a essas crises. As decisões políticas estratégicas nacionais, ao longo desses últimos anos, foram tomadas exclusivamente pelo PT, determinando a situação atual.

2) Discordamos de qualquer negociação de cargos no governo, a qualquer título. Não é com esse tipo de atitude que a profunda crise geral deve ser enfrentada, e sim com posturas que recuperem a credibilidade perdida.

3) Nosso posicionamento em plenário não dependerá desse tipo de barganha por cargos. Temos um só compromisso que é com a nossa consciência, com o Brasil, respeitando a vontade da população, expressa mais de uma vez nas pesquisas e nas ruas do nosso país.

4) Queremos, dentro do Partido e com a sociedade, debater e apontar soluções para o país, que reduzam a máquina pública e retomem o desenvolvimento econômico e social para os brasileiros.

 

(Com informações do Congresso em Foco)

 

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