A ministra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luciana Lóssio, em sua palestra defendeu a igualdade e a participação ativa da mulher na política, na tarde desta quarta-feira, 20, no “Encontro de Direito Eleitoral – A mulher na política”. O evento é realizado pelo Tribunal Regional Eleitoral do Tocantins (TRE-TO), em parceria com a Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Tocantins (OAB-TO). Outro palestrante foi o ministro do TSE, Henrique Neves.
Na ocasião a ministra, destacou que a legislação garante a candidatura feminina e chamou a atenção para as penalidades cabíveis quando os partidos simulam as candidaturas das mulheres para preencher os 30% obrigatórios nos partidos. Luciana trouxe ainda um balanço da participação das mulheres no Tocantins.
“No Poder Executivo tem a vice-governadora mulher, Cláudia Lelis. Na Capital prefeito e vice são homens. Em todas as prefeituras que fiz o levantamento apenas 15% de mulheres. Na Câmara Federal o Estado está até bem representado com 37,5% de mulheres. Na assembleia estadual, 12,5%, sendo apenas três mulheres dos 24 deputados. Nas câmaras de vereadores do Estado inteiro só 16%. No senado, de três vagas temos uma senadora. Na Câmara de vereadores da Capital, que vergonha, nenhuma mulher”, destacou a ministra.
Outro ponto levantado pela ministra foi à participação da mulher na política no cenário mundial. “Os países que tem o maior Índice de Desenvolvimento Humano são aqueles que possuem uma maior representação feminina no parlamento, na política. São países que as mulheres possuem igualdade de chances. Elas são tratadas com os mesmos direitos”, afirmou.
Incentivo
A ministra falou ainda do incentivo da participação das mulheres. “Deve-se incentivar de fato a participação da mulher da política, não apenas colocar um vaso de flores e achar que é o incentivo que a mulher precisa. O problema é cultural. Por que será que os partidos não lançam as mulheres como candidatas?”, ressaltou Luciana.
Já o ministro Henrique Neves falou sobre “Registro de Candidatura, com especial atenção na participação da mulher no processo eleitoral”. E destacou as dificuldades das mulheres nas eleições. “Por que temos que discutir algo tão natural, se temos a leis para garantir 30% das mulheres nas eleições, sendo que 52% da população é feminina”, ressaltou Neves.
O ministro também abordou o tratamento das mulheres fora da política, os salários desiguais e ainda as obrigações designadas para cada gênero. “Antes de criticarmos a politica e pedirmos mudança, vamos criticar a nós mesmo. Como nós tratamos as mulheres na vida privada, na vida empresarial? Precisamos começar esta mudança de nós mesmo”, disse.
Comentários (0)