Vídeo de Kátia Abreu defendendo Dilma de acusação de fraude bomba nas redes

Senadora chamou Eduardo Cunha de “escroque internacional” - expressão que já ganhou memes na internet nesta quarta - e acusou os defensores do impeachment

Senadora Kátia Abreu
Descrição: Senadora Kátia Abreu Crédito: Foto: Divulgação

Um vídeo da senadora Kátia Abreu feito na reunião realizada nesta terça-feira, 5, pela Comissão do Impeachment no Senado está bombando nas redes sociais desde o final da tarde de ontem, terça-feira, 5. Nele a senadora fez um discurso forte em defesa da presidente afastada, Dilma Rousseff, no qual chamou Eduardo Cunha de “escroque internacional” - expressão que já ganhou memes na internet nesta quarta - e acusou os defensores do impeachment, afirmando ainda que a meta fiscal aprovada pelo presidente interino Michel Temer, inflada em R$ 50 bilhões,  serviu para "aprovar o impeachment".

 

A senadora questionou o apoio de partidos envolvidos em escândalos de corrupção ao afastamento de Dilma. "Se nós fôssemos agora colocar nesse auditório todos que estão sendo investigados pela lambança de todos os partidos. Mas [está] todo mundo aqui caladinho, acusando a presidente Dilma e escondendo 'pra' debaixo do tapete a corrupção e as acusações que estão dentro de seus próprios partidos", disse a senadora. "Daqueles que comiam, almoçavam e jantavam no Palácio do Planalto e no Palácio da Alvorada. Isso é uma hipocrisia, isso é um cinismo que eu não vou compartilhar", afirmou.

 

Kátia Abreu é amiga próxima de Dilma, de quem foi ministra da Agricultura, e assumiu recentemente uma vaga na comissão. “Não defendo partidos. Não tenho mais paixão por esta política, infelizmente. Defendo Dilma porque acredito na sua honestidade. Ela cometeu erros como todos”, disse.

 

Em suas críticas ao processo de impeachment, a ex-ministra não poupou uma das principais medidas aprovadas pelo governo Temer no Congresso, que foi a autorização para fechar o ano com um rombo de R$ 170 bilhões nas contas do governo.

 

"Eu de fato eu fico muito mobilizada quando vejo a crueldade com que a acusam de ter cometido uma fraude propositadamente para ganhar as eleições", disse. "Eu gostaria muito de ver também na boca de algumas pessoas por aqui, que a fraude dos R$ 170 bilhões, para guardar R$ 50 bilhões para garantir o impeachment, também nós poderíamos citar isso aqui no dia de hoje", afirmou a senadora.

 

Kátia ironiza ao lembrar dívida de três governos com a Litucera no TO

Na ocasião Kátia questionou os peritos, baseado no Artigo 29 da Lei de Responsabilidade Fiscal, a definição de contrato, operação de crédito e razão mútuo. “Gostaria que o senhor me desse a definição do que é razão mútuo? ”, pediu Kátia.

 

Após ler a Lei, Kátia afirmou que, no caso do Plano Safra, na verdade não há um contrato. Conforme a senadora, o que existe com a União e o Banco são regulamentações. “Este artigo, neste inciso, define que operação de crédito tem que ter uma razão de mútuo. No meu dicionário mútuo é um contrato. No caso do Plano Safra, na verdade não se tem um contrato, quem tem contrato é o produtor com o banco que está emprestando o dinheiro. O que tem com a União e o Banco, são regulamentações. São resoluções do Banco Central que definem há anos, anos e anos o que é a operação e a prestação de serviço”, justificou.

 

Como exemplo de operação de crédito, a senadora fez referência à empresa  Litucera Engenharia e Limpeza, que presta serviços para o governo do Tocantins e tem R$75 milhões para receber do Estado. “Eu quero lembrar aos deputados estaduais do Tocantins que lá tem uma empresa para receber do governado do estado R$ 75 milhões durante três governos, 12 anos, então isso é operação de crédito. Portanto os dois governadores anteriores e este também deveria ser impeachmados. Então o senhor está considerando na ausência de contratação, na ausência do contrato de mútuo, o senhor está considerado qualquer atraso de pagamento como uma operação de crédito”, afirmou Kátia.

 

No Twitter

Kátia ainda usou sua conta pessoal no Twitter para reforçar sua fala na Comissão do Impeachment e voltou a defender a presidente. “Dilma não quebrou o país. E estão pegando pêlo em ovo sim. Castigar alguém por ações que foram praticados por todos os ex-presidentes é preconceito. Dívida Bruta: FHC. 76 bi / Lula 53 bi/ Dilma 67 bi. Não pretendo desmerecer os ex-presidentes, mas não posso ouvir que ela destruiu o país. Todos tiveram suas dificuldade e seus acertos. Regras não podem ser mudadas no meio do jogo. O impeachment é obra do Sr Eduardo Cunha. O tempo dirá. Eu tenho a convicção de que estou do lado certo. Ela não é corrupta.

 

Kátia ainda alfinetou os deputados federais sobre a votação de matérias contra a corrupção. “Apoio e voto nas medidas contra a corrupção. As medidas estão na Câmara e foram enviadas pela presidente Dilma. Porque adiar? Vamos votar. Estão querendo tirar a urgência das matérias anti-corrupção. Não querem mudanças urgentes que o Brasil precisa?”, afirmou.

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