Em Palmas, Bolsonaro faz análise comparativa de sua gestão e reforça homofobia

As declarações do presidente foram feitas na tarde desta quinta-feira, 12, no Palácio Araguaia, durante cerimônia de assinatura de contratos de financiamentos entre o Governo do Estadual e a Caixa

Crédito: Márcio Vieira - Governo do Tocantins

Em discurso recheado de dados econômico, gafes e reforço de ideias homofóbicas, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse aos tocantinenses que a dívida interna do Brasil é de trilhões de reais e que, só de juros, o Tesouro Nacional paga mais de R$ 1 bilhão por dia, o que, na sua visão, exige parcimônia e determinação da Presidência. Ele sustentou que essa dívida é histórica e tem suas raízes na prática de desvios, roubos e corrupção de seus antecessores.

 

As declarações do presidente foram feitas na tarde desta quinta-feira, 12, durante cerimônia de assinaturas de contratos de financiamentos entre o Governo do Estadual e a Caixa Econômica Federal (CEF); nos valores de R$ 453 milhões que serão investidos em obras estruturantes, como rodovias e hospitais, e também nos 139 municípios, e de R$ 130 milhões para a construção de ponte em Porto Nacional.

 

“Tá chegando o Natal, mas não sou Papai Noel, não, viu?”

 

 

O presidente arrancou risos do público e dos profissionais de imprensa que fizeram a cobertura do evento na sala de reuniões do Palácio, quando iniciou seu discurso de quase 20 minutos, com a seguinte frase: “Tá chegando o Natal, mas não sou Papai Noel, não, viu?”. A afirmativa deixou implícito que o seu governo não faz barganhas políticas em troca de benefícios pecuniários ou de vantagens de qualquer natureza.

 

A dívida a que se referiu o presidente chegou a bater recorde de juros no governo Fernando Henrique de 60%. Para oferecer alguma alternativa para amenizar o quadro dessa dívida, Bolsonaro recorreu à metáfora de uma pane aérea: “o nosso avião estava caindo, uma montanha pela frente, não tinha como fazer um pouso forçado; aí vem o entendimento do Parlamento brasileiro no sentido de que algo tinha que ser feito”.

 

 

”Num quer fazer, num faz; compra logo um lote no cemitério, para não atrapalhar a família”.

 

Na linha desse raciocínio, ele citou a Reforma da Previdência, como uma “timeoterapia”. ”Num quer fazer, num faz; compra logo um lote no cemitério, para não atrapalhar a família”, afirmou em tom irônico.

 

Na avaliação do presidente, o Brasil tem tudo pra ser um país feliz, mas não é. No seu entendimento, é só ter fé e coragem e “fazer a coisa certa”. Ele comentou também sobre a política de juros e comemorou a queda nos percentuais da Caixa, que no início do ano estava em 13% e foi baixado para 4,9%, referindo-se ao cheque especial.

 

Ainda sobre a área econômica, o presidente disse que o mundo quer comprar commodities brasileiras do campo, ao citar a força do agronegócio tocantinense, considerado por ele como um dos grandes filões da economia brasileira, lembrando que o planeta está já chegando na casa de 8 bilhões de habitantes.

 

Destacou que os países mais populosos podem passar por uma profunda crise de alimentos e o Brasil pode crescer muito nas exportações nessa área; “pode faltar tudo, mas se faltar comida a casa cai”.

 

Homofobia

 

Mais uma vez, o presidente reiterou seu comportamento e postura homofóbicos, ao se referir à família brasileira. “Temos agora um presidente que respeita a família; parece que é uma coisa que não é importante, mas o é para a sociedade; para onde estávamos indo, com todas as diversidades familiares? Horas bolas; o Estado é laico, mas eu sou cristão e ponto final; quem quiser ter homem como marido não tem problema nenhum, mas eu já estou velho e não vou adotar essa prática (risos); agora família é constituída de um homem com uma mulher como está na Constituição”.

 

"Horas bolas; o Estado é laico, mas eu sou cristão e ponto final; quem quiser ter homem como marido não tem problema nenhum, mas eu já estou velho e não vou adotar essa prática".

 

 

E continuou a falar sobre o assunto afirmando que uma família desestrutura é um problema para os prefeitos, os governadores e o presidente da República. Na avaliação de Bolsonaro, custa caríssimo tratar uma pessoa que se perdeu no mundo das drogas. Ele defendeu o slogan “Pátria, Família e Brasil” no sentido de fortalecer a instituição família.

 

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