Mesmo que discretamente, sucessão nas três maiores cidades começa a se desenhar

As lideranças partidárias, nesse período de recesso, se dedicam a visitas às bases, com vistas a articular alianças para o pleito de outubro

Crédito: Agência Brasil/Fabio Rodrigues Pozzebom

Continua tímida a movimentação dos partidos políticos para eleições municipais deste ano, pelo menos abertamente. No entanto, nos bastidores as conversações ganham força. As lideranças partidárias, nesse período de recesso, se dedicam a visitas às bases, com vistas a articular alianças para o pleito de outubro.

 

Como o prazo foi reduzido a seis meses antes do pleito para  candidatos que pretendem mudar de legenda,  os possíveis pré-candidatos evitam falar  com detalhes sobre suas articulações.

 

 

Gurupi

 

É o caso do prefeito de Gurupi, Laurez Moreira, que prefere não comentar sobre o assunto, alegando que o seu foco agora é a gestão da cidade. Ele disse que só discutirá sobre a sucessão municipal no momento oportuno. “Possivelmente lá para o mês de abril, sem açodamento”, resumiu. Ele disse ainda que quer apenas cumprir seu mandato para deixar a cidade “muito bem organizada para o próximo gestor”.

 

Moreira, no entanto, não esconde que seu projeto político é o Governo Estadual, em 2022. Nos dois anos que ficará sem mandato, disse que vai percorrer o estado, com o objetivo de formar uma grande frente em “defesa e fortalecimento da economia do Tocantins”.

 

O prefeito de Gurupi critica o Governo Estadual, classificando a gestão como “fraca” administrativamente. “Sem estar fazendo política e sem o apoio do Estado eu estou conseguindo trazer recursos para Gurupi”, sustenta.

 

 

Araguaína

 

O prefeito de Araguaína, Ronaldo Dimas (Podemos), que não pode ser também candidato à reeleição, mantém cautela ao falar sobre a sucessão em seu município ao garantir que o seu grupo político abrange diversos partidos. “Temos pré-candidatos muito fortes. E cada um correndo para construir sua candidatura. Só haverá uma decisão, que será de grupo, em julho”, adianta.

 

Ronaldo Dimas conta com três nomes que podem ter seu apoio: o vereador Marcus Marcelo (PL), o deputado estadual Elenil da Penha (MDB) e seu chefe de Gabinete, Wagner Rodrigues (sem partido).

 

Tem pretensões ainda pela disputa o presidente da Câmara, Aldair da Costa Sousa, o Gipão (PL). “Mas no momento, estamos conversando para ter um candidato competitivo e que aglutine o maior número de legendas em torno da candidatura”, pondera.

 

Dimas aconselha os pré-candidatos a continuarem trabalhando. Ele age assim, com prudência, para evitar eventuais dissensões, mesmo porque qualquer deslize pode comprometer o seu projeto político para 2022 para o Governo Estado.

 

 

Palmas

 

Em Palmas, prefeita Cinthia Ribeiro (PSDB), que não tem uma boa relação com o presidente estadual do partido, Ataídes Oliveira e, por isso, pode ir para a reeleição por legenda. Pelo menos é o que se especula. Sua assessoria disse que ela já recebeu convites nesse sentido, mas que ainda não é o momento de tomar uma decisão considerada pelos seus interlocutores tão séria e de grande responsabilidade.

 

Cinthia tem até o início de abril para definir se migra ou não para outro partido político. O secretário de Governo Carlos Braga não quis comentar sobre a sucessão. Disse apenas que só a prefeita pode falar acerca do assunto. No entanto, disse que a prefeita tem conversado com lideranças partidárias em Brasília para amadurecer a estratégia de seu projeto político, postura semelhante, segundo ele, acontece com as lideranças políticas de Palmas e do Tocantins.

 

Mudar de partido é sempre uma possibilidade e uma janela que está aberta, sinaliza a assessoria da prefeita. “Penso que ela aprecia a social-democracia, mas antes de tudo, ela precisa que o partido a apoie efetivamente, inclusive com suporte financeiro do fundo partidário”, explica a fonte.

 

O vice-presidente estadual do PSDB, Artur Ribeiro, foi sucinto quando questionado sobre a postura do partido sobre a sucessão em na Capital: “particularmente prefiro não me adiantar o que pode acontecer no momento”, deixando implícito que a situação da prefeita Cinthia com o partido é uma incógnita.

 

 

Outros pré-candidatos

 

O vice-governador Wanderlei Barbosa sempre acalentou o sonho de ser prefeito de Palmas e não vê situação melhor que essa de 2020. Mas, ele evita comentar sobre as eleições em Palmas nesse momento.

 

O deputado federal pastor Eli Borges (SD), que já manifestou interesse em administrar a Capital, confirmou que é pré-candidato, mas diz que vai falar sobre o assunto somente na semana que vem, segundo informou sua assessoria.

 

Ainda reticente, o também pré-candidato do PSB à Prefeitura de Palmas, o vereador Thiago Andrino disse que está aguardando o desenrolar das pré-candidaturas de outros partidos, para definir a política de alianças. No entanto, continua articulando em silêncio e tem como principal bandeira a administração do ex-prefeito Carlos Amastha que, segundo ele, deixou um “um grande legado enquanto gestor”.

 

O PC do B também definiu como pré-candidata a prefeita de Palmas a ex-secretária municipal e presidente da sigla no Estado, Germana Pires. Em resumo, ela disse que os comunistas têm como bandeira de campanha uma cidade “mais humana, democrática, desenvolvida e sustentável”.

 

“Palmas: retomada da cidadania”. Este é o lema do PSOL, que tem como pré-candidato o professor João Bazolli, para quem o partido reúne as condições para fazer frente ao pleito municipal. A nova diretoria estadual da legenda disse que o partido vem se preparando internamente e "se encontra numa nova fase", pronto para construir, juntamente com seu pré-candidato, uma proposta para a cidade que seja inovadora, concreta, viável e socialmente inclusiva.

 

Bazolli não descarta a formação de uma frente de esquerda com o PT e o PC do B.

Comentários (0)