Pré-candidato à prefeitura de Palmas, Joaquim Rocha diz que não usará fundo eleitoral

Joaquim Rocha é médico e ex-vereador da Capital. Ficou 12 anos inelegível por causa de falhas na prestação de contas da campanha de 2002.

 Joaquim Rocha
Descrição: Joaquim Rocha Crédito: Arquivo Pessoal

“Não quero saber de fundo eleitoral. Vou abrir mão desses recursos, não quero saber de financiamento de campanha com dinheiro público”. Quem faz essa afirmação é o pré-candidato à prefeitura de Palmas pelo PRTB, ex-vereador e médico Joaquim Rocha, que retorna à cena política após ser condenado pela Justiça a ficar 12 anos inelegível, por causa de falhas na prestação de contas da campanha de 2002.


 

Na entrevista que concedeu com exclusividade ao T1, na manhã desta terça-feira, 14, Rocha disse que não vai fazer articulação com nenhum partido para concorrer ao cargo de prefeito da Capital. “Eu quero sair candidato livre, sem fazer compromisso com ninguém. Fazer uma campanha independente e, se Deus abençoar, chegar a uma eleição sem nenhum compromisso partidário. Queremos que Palmas seja a princesa do Brasil, que seja realmente a cidade mais bonita do país, mas sem acordo”, sustentou o pré-candidato do PRTB.


 

No seu entendimento, para fazer uma campanha, precisa apenas de um celular e ideias claras. “Temos que ter bons projetos; ter um celular em mãos e projetos exequíveis para nossa cidade”, discursa Rocha, para quem a base de sua plataforma política é transformar Palmas na maior Zona Azul do mundo na área da saúde.

 

Disse ainda que decidiu aceitar o desafio de postular o Paço Municipal este ano a convite do presidente nacional do partido, José Levy Fidelix da Cruz, e que não aceita recursos públicos para campanha eleitoral porque, segundo defende, dinheiro do povo é para investir em áreas prioritárias, principalmente em saúde e infraestrutura.


 

“Tanta rede de esgotamento sanitário que precisa ser feita nesse Brasil e boa parte de doenças são oriundas da falta de saneamento básico”, observa.

 

Joaquim Rocha está em Palmas desde o início da sua implantação e admite que sempre teve a pretensão de administrar a cidade. Durante os anos em que foi ativista político, antes de sofrer um AVC, há três anos, o hoje pré-candidato relembra episódios que marcaram sua vida ao destacar o que classifica de traição sofrida pelo então prefeito da época Raul Filho. “Apostei no ex-prefeito Raul Filho (sem partido), depois teve aquela traição, me perseguindo durante sua gestão como prefeito e eu na condição de vereador”, relata.

 

Processo de inelegibilidade

 

 

Joaquim Rocha sustenta que se tornou inelegível por 12 anos depois de sua eleição a vereador, numa ação considerada por ele como “boba”, deflagrada por conta da campanha de 2002, na prestação de contas. Ele explica que à época os candidatos não precisavam "anexar na prestação de contas as notas fiscais".

 

“Meu chefe de gabinete me perguntou qual valor colocava na prestação de contas com gastos de gráficas, eu falei para ele colocar qualquer valor que quisesse e ele colocou R$ 2 mil. Só que voltou um cheque de R$ 1.000 e outro de R$ 1.500. O cheque caiu na mão da Justiça, que alegou que eu estava tentando enganar a Justiça. Eu podia doar até 10% da minha declaração de renda do ano anterior. E eu tinha declarado, à época, R$ 300 mil”, lembra ele.

 

Disse que apresentou, na prestação de contas, à época, R$ 2 mil de gastos, porque, de acordo com Rocha, não havia necessidade de apresentar as notas fiscais. “Foi um erro meu não ter corrigido esse valor na época; poderia ter feito uma retificadora e tinha acabado o problema”, admite. O processo correu à revelia e ele acabou tendo os direitos políticos cassados. Contribuiu para a isso também a não apresentação pelo então candidato da origem das receitas para a sua campanha eleitoral.

 

Quando saiu a condenação em 2009, Joaquim Rocha afirma que pagou a multa e pegou três anos de inelegibilidade e a obrigação de cumprir um ano de serviços prestados na Liga do Câncer, uma hora por dia.

 

Só que em 2010 começou a vigorar a Lei da Ficha Limpa e toda condenação anterior, em segunda instância, pegaria mais 8 anos. Essa punição ficou valendo para ele a partir de 2011, que acabou ficando com 12 anos sem poder disputar nenhum cargo eletivo. Esse prazo acaba agora em 2020.  “Mas acho que foi uma providência de Deus nesse período em que a corrupção tanto assolava" disse.

 

“Então, eu acho que o momento agora é oportuno. Estamos credenciados a ser pré-candidato a prefeito e vamos acabar com as doenças crônicas em Palmas, pelo menos para aqueles que querem fazer um regime alimentar perfeito, mudando não só hábitos alimentares, mas hábitos de vida”, defende o pré-candidato do PRTB.

 

Zona Azul

 

A principal bandeira que Joaquim Rocha diz que vai defender está ligada ao setor da saúde. E ele garante que decidiu por esse caminho por ser médico e por ter sofrido, há dois anos,  um AVC, que o levou a permanecer 17 dias em coma induzido . “Quando voltei do coma, comecei a me interessar pelas coisas naturais e percebi que a nossa população tem sofrido muito com doenças degenerativas, muita gente tomando muitos remédios; daí decidi estudar e pesquisar a medicina mais natural e quero ter com princípio de minha eventual gestão o programa Zona Azul, que, segundo ele, consiste no investimento no tratamento da origem das doenças.

 

Para Joaquim Rocha, a medicina alopática é eficiente, fantástica para doenças agudas, mas para as crônicas ela não tem “efeito nenhum”.  Sustenta que a medicina alopática receita remédios não para matar, mas também não cura, apenas remedia. Em seus estudos, afirma que percebeu que a maioria das doenças é de origem nutricional. “Não adianta dar remédio para quem tem pressão alta, diabetes, Alzheimer, fibromialgia, depressão, entre outras; o tratamento tem que ser na campo da fitoterapia, aliada com uma alimentação saudável. “E a população tem que ter consciência disso”, observa.


 

Explica que a maioria das drogas alopáticas são denominadas "anti", como por exemplo, os anti-inflamatórios, antibióticos, antigripais, antialérgicos, antiácidos, antimicrobianos e outras. “As matérias-primas para a confecção de remédios alopáticos podem ser de diferentes fontes: sintéticas, vegetais, minerais ou animais. O que caracteriza os medicamentos alopáticos é a forma como eles exercem seus efeitos, e não sua origem”, destaca, acrescentando que importante entender seus riscos.

 

"O grau de toxidade de remédios alopáticos, principalmente os sintéticos, é alto, e seu uso contínuo, sem indicação médica, pode provocar diversos efeitos colaterais", argumenta ao garantir que o uso indiscriminado de drogas alopáticas pode fazer com que o organismo humano se torne intolerante aos seus princípios ativos, crie resistência aos seus efeitos e diminua a produção de anticorpos, o que enfraquece o sistema imunológico.

 

A base de seu programa para a área de saúde é trabalhar a medicina alternativa. Rocha cita que a fitoterapia age partindo do mesmo princípio da alopatia, com uso de substâncias que causam ações contrárias aos sintomas ou às alterações das doenças. A diferença principal entre os dois tipos de terapias medicamentosas - a fitoterapia e a alopatia - é que os remédios fitoterápicos são de origem exclusivamente vegetal, explica.

 

A terapia, neste caso, é feita através de plantas medicinais que contêm compostos ativos comprovados por estudos, abrangendo os princípios e técnicas da botânica e da farmacologia. Apesar de naturais, salienta o pré-candidato, os remédios fitoterápicos apresentam grande número de substâncias químicas, genericamente chamadas de fitocomplexo.

 

É nessa linha que Joaquim Rocha pretende trabalhar caso seja eleito, com um sistema de conscientização da comunidade no tratamento de doenças e enfermidade, aliada com uma alimentação saudável e exercícios físicos. “Temos que o máximo de cuidado com a saúde de nossa população, principalmente idosos e crianças, sem prescrição de remédios fortes e de pouca eficácia”, defende.


 

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