CDL estima mil demissões essa semana; contratos de experiência serão os primeiros

Com o comércio fechado, obedecendo aos decretos municipais e estadual sobre as medidas para a prevenção do novo coronavírus, todas as empresas já estão sentindo o impacto da paralisação.

Crédito: Reprodução/Web

Com o comércio fechado, obedecendo aos decretos municipais 1.856/2020 e 1.859/2020 e o decreto estadual 6.072/2020, que dispõe medidas para a prevenção do novo coronavírus (Covid-19), todas as empresas já estão sentindo o impacto da paralisação de seus faturamentos. De acordo com a Câmara de Dirigentes Lojistas de Palmas (CDL), até o final dessa semana, cerca de mil funcionários serão demitidos.

 

Conforme o CDL, esses trabalhadores são os que estavam em contrato de experiência. Eles ainda ressaltam que estão em constante monitoramento com os empresários para saber quantos trabalhadores serão demitidos nas próximas semanas.

 

Pesquisa CDL

 

O comércio de Palmas emprega aproximadamente 80 mil pessoas, mas uma expectativa de demissão pode deixar cerca de 32 mil pessoas desempregadas na Capital. O CDL Palmas realizou uma pesquisa nos dias 23 a 25 de março, com as empresas palmenses, a fim de entender qual o verdadeiro quadro das empresas e quais as consequências que a crise econômica vem trazendo aos empreendimentos da Capital.

 

Um dos principais dados da pesquisa aponta que quase a metade das empresas entrevistadas (56,5%) não tem condições financeiras de realizar o pagamento dos funcionários deste mês, enquanto somente 23,7% afirma que conseguirá arcar com a folha de pagamento dos funcionários e 19,9% ainda não sabe.

 

Ainda de acordo com o levantamento, 60,2% das empresas pretende demitir funcionários nos próximos dias, sendo que 18,8% deve demitir até 75% do quadro; 17,1% até 50%; 11,6% até 20%; 8,8% até 30% e outros 3,9% deve demitir até 40% do quadro. Cerca de 39,8% não pretende demitir funcionários nos próximos dias.  

 

O presidente da CDL Palmas, Silvan Portilho, comenta a pesquisa e diz que é preciso ter cautela nas tomadas de decisões. “A turbulência que essa epidemia está causando para nosso país, atinge todos os setores. Na economia, o principal impacto direto será nos salários dos trabalhadores. A pesquisa mostra o que já está acontecendo na nossa cidade e essa grande quantidade de empresas que não vão conseguir arcar com as folhas de pagamento devem trazer ao menos uma reflexão: não sabemos se teremos remédio para curar essa epidemia de falência que está nos atingindo. Neste momento, cabe a CDL orientar as empresas que estão em dificuldade para amenizar os prejuízos ou até mesmo evitar a falência destes empresários. O que queremos mostrar são todas as dificuldades que estamos enfrentamos, cada um no seu grau de responsabilidade, e ninguém está livre desta nova epidemia de falência das empresas. É o setor empresarial que produz emprego, renda e arrecadação de tributos para a manutenção dos municípios, estados e país”, disse.

 

A pesquisa também abriu espaço para ouvir a opinião de cada empresário e a sugestão, quase unânime, foi alguma medida para atenuar o impacto dos gastos com tributos, seja a suspensão, parcelamento, adiamento ou isenção. Os empresários também sugerem medidas específicas para pequenos empreendimentos, que, segundo os entrevistados, não estão sendo abrangidos nas ações apresentadas.

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