Sem insumos, Butantan reduz produção e TO recebe menos do que o esperado da CoronaVac

O Butantan informou que paralisou nesta sexta-feira, 14, a produção até a chegada de um novo lote com 10 mil litros de insumo

Crédito: Sérgio Lima/Poder360

O Tocantins receberá, na madrugada deste sábado, 15, sete mil doses da vacina CoronaVac. A quantia está abaixo do esperado e soma com as 14.200 doses que a Secretaria de Saúde do Estado (SES) recebeu hoje, 13, da vacina. Prefeituras como a de Palmas e Paraíso sofrem com a falta de estoque para a aplicação da segunda dose do imunizante do Butantan, que necessita ser aplicada no intervalo recomendado de 21 a 28 dias. Por conta disso, a SES informou ao T1, na tarde desta sexta-feira, 14,  que as novas doses da CoronaVac distribuídas nesta remessa são para aplicação da 2ª dose. Nesta sexta, o Instituto Butantan entregou 1,1 milhão de doses da CoronaVac ao Ministério da Saúde e paralisou a produção da vacina por falta de matéria-prima. 

 

A secretaria certificou que já estava ciente da situação dos municípios sobre a falta do imunizante para a imunização completa. “Com base em informações já repassadas por parte dos municípios, o quantitativo distribuído não atenderá toda demanda”, ressaltou. 

 

O plano anterior da pasta era enviar o estoque para as prefeituras seguindo o Plano Nacional de Imunização (PNI), que agora está contemplando o grupo de pessoas com comorbidades ou deficiência permanente, gestantes e puérperas. Há relatos de idosos sem comorbidades que aguardam pela segunda dose do imunizante do Butantan. 

 

Por fim, a  SES enfatiza que aguarda todos os municípios repassarem a quantidade de doses que eles necessitam para o atendimento da segunda dose e, assim, realizar pedido de mais imunizante do Butantan, ao Ministério da Saúde.

 

Vacinação no Tocantins


Além da necessidade de aplicar a segunda dose em quem precisa, o Tocantins está na lanterna entre os demais estados na vacinação contra a Covid-19. Até esta quinta, 13, tinha 13,36% da sua população vacinada com a primeira dose (210.166 pessoas). Com a segunda dose, que garante a imunização completa, somente 116.857 aplicações, pouco mais de 7%.

 

O Tocantins fica na frente somente de dois estados: Acre, com 11,71% de vacinados e Amapá com 11,88%. O estado com melhor índice é o Rio Grande do Sul com 23% da sua população com a primeira dose, seguido de São Paulo 19,79% e a Bahia com 19,25%.

 

Mesmo diante desses dados, o Governo do Estado decretou o afrouxamento de medidas, que agora permitem a retomada gradativa de atividades como das aulas presenciais nas redes pública e privada, atividades comerciais, funcionamento do serviço público e retorno de aulas práticas em autoescolas. O Governo se baseou na redução de mais de 30% nas internações em leitos clínicos e em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), exclusivos para o tratamento da Covid-19, além das filas de espera que estão zeradas e de mais leitos que serão ampliados em Paraíso do Tocantins e em Gurupi.


Situação em Palmas e Paraíso
 

A situação da vacinação na Capital e em Paraíso é mais preocupante que na média do Estado. As duas cidades estão na casa de 12,5% da população que recebeu a primeira dose. Ambas já emitiram comunicado informando que estão sem estoque da CoronaVac para aplicação da segunda dose.

 

O Vacinômetro da SES não informa a origem das doses, mas publicou que Palmas recebeu 74 mil, 37408 foram para primeira, e 17369 para segunda. Um total 54777 aplicadas, o que corresponde  73.66%. Tem estoque, mas não da Coronavac. 

 

As últimas doses da vacina CoronaVac, do Instituto Butantan, foram aplicadas em Palmas nesta quinta, 13, conforme informou a Secretaria Municipal de Saúde (Semus) em nota encaminhada à imprensa.  A Semus destacou que, a partir da data de entrega ao município e do quantitativo de doses, o cronograma de vacinação será definido dando prioridade à imunização das pessoas que tomaram a primeira dose da vacina para completar o ciclo vacinal, "conforme recomendação do Ministério da Saúde de destinar a nova remessa para segunda dose dos trabalhadores da saúde, idosos entre 65 e 69 anos e entre 85 e 89 anos, atendendo o esquema vacinal das pessoas com comorbidades, gestantes e puérperas e com deficiência permanente". Confira a nota da Semus na íntegra aqui.


Em Paraíso, foram aplicadas 14 mil, pouco mais de 6 mil na primeira dose e quase 4 mil na segunda. Um total de 10.136 aplicações, 71.72% das recebidas. O município por meio de publicação nas redes sociais ressaltou “que no momento não há disponível a segunda dose da vacina CoronaVac/Butantan para atendimento nesta semana. Assim que houver a pactuação na CIB - Comissão Intergestora Bipartite, o recebimento de novas doses do Ministério da Saúde, e envio aos municípios será divulgado”.
 

Falta de insumos e prazo recomendo para a 2ª dose
 

A falta do Coronavac é sentida em todo Brasil. O Butantan informou que paralisou nesta sexta-feira, 14, a produção até a chegada de um novo lote com 10 mil litros de insumo farmacêutico ativo (IFA), matéria-prima da vacina. o diretor do Instituto, Dimas Covas, afirmou que a China deve responder até esta sexta-feira, 14, se enviará a matéria-prima contratada para permitir a retomada da produção. 

 

Sobre o período que deve ser seguido entre uma dose e outra, o Butantan esclarece que a eficácia da CoronaVac aumenta de 50,7% para 62,3% quando o espaçamento entre as doses é entre o 21º e até o 28º. Caso o prazo de 28 dias for ultrapassado, é fundamental que o cidadão procure um posto assim que possível para receber orientações e completar o esquema vacinal. Não há previsão de aplicação de uma terceira dose da vacina caso a pessoa tenha perdido o prazo.

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