Sem avanços no pagamento da data-base, Musme não descarta greve geral no Estado

Em reunião na manhã desta quarta-feira, 8, o Governo do Estado manteve a proposta do parcelamento referente a data-base de 2015. Musme destaca que deflagração de greve deve acontecer

Reunião discute pagamento de data-base
Descrição: Reunião discute pagamento de data-base Crédito: T1 Notícias

Em clima de muita tensão e ameaça de greve geral, secretários estaduais reuniram no fim da manhã desta quarta-feira, 8, com o Movimento de União dos Servidores Civis e Militares do Estado do Tocantins (Musme/TO) para discutirem uma nova proposta para data-base 2015 e 2016.

 

Na ocasião, o subsecretário da Fazenda, Paulo Antenor da Oliveira informou que o governo não tem condições financeiras para efetuar o pagamento da dívida e manteve a proposta do parcelamento em 28 vezes da data-base de 2015, com o pagamento da primeira parcela já no próximo mês.

 

“Não há recursos financeiros para pagar. Isso acarretaria em outros atrasos. Como atraso de pagamentos de salários, atrasos da previdência. Não temos de onde tirar. Não há recurso para investimento no pessoal”, afirmou Oliveira.

 

Aumentando ainda mais a insatisfação dos integrantes do Musme, o governo não apresentou uma data definida, para discutir a data-base de 2016. O subsecretário informou que é necessário esperar fechar as contas do 2º quadrimestre deste ano para então ser discutido como este pagamento será efetuado.

 

Gastos

O secretário Estadual de Administração, Geferson Barros, apresentou os gastos com pessoal e afirmou que para atender as reivindicações dos sindicatos acarretaria num aumento na folha de mais de R$23 milhões mensais. Ainda de acordo com Barros o Estado é um dos campeões no Brasil em gastos com pessoal.

 

“O valor mensal do pagamento sem as despesas indenizatórias com servidores efetivos é R$234.577.398, 60. Com o aumento do percentual exigido de 9,83% aumentaria R$23.058.958,28. Isso quer dizer que o gasto mensal seria de R$257.636.356.88”, explicou Barros.

 

Sem dinheiro

Já secretário de Governo e Articulação Política, Lyvio Luciano Carneiro, afirmou que as conversas podem continuar, porém enfatizou que não há dinheiro.

 

“No momento o que podemos fazer é continuar a conversar. Temos boa vontade, o que não temos é dinheiro. Não temos condições de fazer uma boa proposta no momento. O governo não vai fazer milagre, se algo novo acontecer chamamos para conversar de novo”, destacou o secretário.

 

Musme recusa

Com assembleias marcadas para o próximo fim de semana, os integrantes do Musme recusaram a proposta do parcelamento e sustentarão a grande possibilidade de greve geral dos servidores no Estado.

 

O presidente do Sindicato dos Inspetores de Defesa Agropecuária (Sindefesa), Antônio José de Sousa Caminha, disse que a resposta dos servidores será a greve.

 

“Diante uma falta de uma completa de proposta o servidor não tem outra saída. Vamos levar para o servidor que o governo não apresentou nada para a data-base de 2016. A resposta disso é muito fácil de saber, é greve geral em todo Estado”, afirmou Antônio José.

 

Ao T1 Notícias o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Estaduais do Tocantins (Sisepe), Cleiton Pinheiro, afirmou que a data-base de 2015 não entra nas negociações e os sindicatos exigem o mês para ser inserido o pagamento da Data Base de 2016.

 

“Fomos claros e incisivos em dizer que não aceitamos negociar o que já foi negociado. Esta de 2015 não entra na mesa. O governo tem que cumprir a lei. Em relação a data-base de 2016 nós não abriremos mão, que seja negociado apenas o mês para incluir. Este o posicionamento dos sindicatos e não vamos abrir mão”, destacou Pinheiro.

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