Piloto de lancha pode ser indiciado por lesão gravíssima; vítima teve perna amputada

O depoimento, que durou pouco mais de uma hora, ocorreu na Deic, em Palmas. A Polícia afirma que o inquérito policial possui elementos que indicam crime de lesão corporal gravíssima

Imagem de momentos antes do acidente de lancha que amputou perna de jovem
Descrição: Imagem de momentos antes do acidente de lancha que amputou perna de jovem Crédito: TV Anhanguera/Reprodução

Na manhã desta segunda-feira, 29, o auditor fiscal do Ministério do Trabalho Humberto Clélio Pereira prestou o seu primeiro depoimento a Polícia Civil. Humberto foi ouvido pelo delegado Wanderson Chaves Queiroz e, ao T1 e em seu depoimento, voltou a afirmar que não consumiu bebida alcoólica no dia do ocorrido, além de dizer que não viu Crislania Souza subir em sua lancha. De acordo com a Polícia Civil, Humberto foi interrogado pois três pontos precisavam de novos esclarecimentos. 

 

O depoimento, que durou pouco mais de uma hora, ocorreu na Delegacia Especializada em Investigações Criminais (Deic), em Palmas. O auditor fiscal assegurou que não pode ingerir bebida álcoolica, como já havia dito anteriormente em entrevista ao Portal.

 

“Foi um acidente, uma fatalidade. Estava encostando a lancha de ré lá no Luzimangues para elas subirem. Elas advertidamente vieram em encontro da lancha e subiram sem autorização. Subiu à primeira, a segunda foi subir, que foi a Crislania, ela escorregou e caiu. Foi uma fatalidade. Subiram sem eu parar a lancha, sem eu desligar. Não esperaram eu desligar” Humberto  disse ter relatado no depoimento.

 

Humberto acredita que um próximo depoimento não será realizado. Além de expor sua versão do caso, ele apresentou ao delegado as notas fiscais das despesas médicas com Crislania.

 

Interrogatório 

 

Para o delgado do caso, os três pontos que precisavam de novos esclarecimentos são: o primeiro se refere à suposta ingestão de bebida alcóolica no dia 02/09/2017, quando a jovem Crislaine Pereira foi vítima de lesão gravíssima; o segundo ponto diz respeito à dinâmica dos fatos instantes antes da vítima sofrer lesão e, por fim, qual o comportamento adotado pelo investigado após o socorro da jovem. As respostas dadas pelo auditor fiscal  são as mesmas que ele repasssou para o Portal. 

 

Não bebeu, não realizou manobras que colocassem em risco os passageiros e que o acidente foi fatalidade, segundo confirmou a SSP. 

 

Sobre uma suposta fuga do local do crime, Humberto refutou essa versão, dizendo que após o acidente levou a vítima até a praia da Graciosa, onde foi socorrida por uma equipe do SAMU, e após recolher a embarcação foi para sua casa, porque se encontrava bastante abalado, e até aquele momento não fora abordado por nenhuma viatura policial. Por fim, disse que no dia 3 de setembro apresentou-se espontaneamente e prestou declarações.

 

Até este momento das investigações, a Polícia afirma que o inquérito policial possui elementos que indicam crime de lesão corporal gravíssima. A Polícia Civil deu três dias para concluir as investigações e encaminhar os autos ao Poder Judiciário.

 

Entenda

 

No final de uma tarde de domingo de setembro, a jovem de 21 anos Crislania Pereira de Souza  teve a perna amputada após um acidente na lancha do auditor fiscal do Ministério do Trabalho, Humberto Célio Pereira, no Lago de Palmas.

 

Ela manteve-se internada no Hospital Geral de Palmas (HGP) por quase dois meses, onde ficou 16 dias desacordada na UTI.

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