Em sessão na Câmara, Tiago Dimas e professor da UFT defendem agronegócio sustentável

Defesa ocorreu durante sessão da Comissão Geral da Câmara para debater a Preservação e Proteção da Amazônia, alvo de queimadas que trouxeram grande repercussão internacional.

José Neuman e Tiago Dimas em plenário.
Descrição: José Neuman e Tiago Dimas em plenário. Crédito: Fotos: Jeremias Alves/Liderança do Solidariedade

O deputado Tiago Dimas (SD) e o professor da UFT (Universidade Federal do Tocantins), pesquisador e zootecnista José Neuman Miranda Neiva defenderam, nesta quarta-feira, 4, o agronegócio brasileiro e do Tocantins, destacando que a grande maioria dos produtores rurais trabalha com seriedade e respeitas as normas ambientas. A defesa ocorreu durante sessão da Comissão Geral da Câmara para debater a Preservação e a Proteção da Amazônia, alvo de queimadas que trouxeram grande repercussão internacional.

 

O professor foi convidado pelo Solidariedade, após indicação de Tiago Dimas. Na comissão geral, cada partido ou bloco partidário podia indicar até duas pessoas para debaterem o tema. “Convidei José Neuman porque ele é um especialista e estudioso da área há 30 anos. Ele sabe que o agronegócio não pode ser responsabilizado pela devastação desmatamento da Amazônia, mas, além disso, ele tem a consciência da importância da preservação da floresta para o Brasil e para o mundo”, ressaltou o deputado.

 

Explanação

 

Durante sua explanação, Neuman agradeceu o convite de Tiago Dimas por poder tratar do tema em pleno Congresso Nacional, com transmissão ao vivo para todo o país. “É importante lembrar que hoje estou falando não apenas por mim, mas por todos aqueles colegas professores e pesquisadores que geram e transmitem conhecimento na Amazônia brasileira”, ressaltou.

 

Neuman, que é pesquisador do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), afirmou que nos últimos 60 dias o tema Amazônia e suas queimadas tomou conta dos noticiários no Brasil e no mundo.

 

Para o especialista, além da temperatura das queimadas, é necessário se baixar a temperatura das discussões, para que soluções para o grave problema possam ser encontradas. “Embora ocorram periodicamente, em maior ou menor intensidade, pouco se discute sobre as causas de seu retorno ano após ano. Nota-se que não se trabalha para identificar os responsáveis por provocar essas queimadas, pois na Amazônia a ocorrência de queimada natural nem de longe justificaria o número de focos identificados”, destacou o professor.

 

Para ele, é errado o fato de que sempre que é necessário tratar de queimadas na Amazônia, o alvo mais fácil seja o produtor rural. Para o professor, na maior parte dos casos, os culpados são outros. “Raros são os momentos em que a mídia aponta as questões fundiárias como fator importante para o desmatamento e consequentemente para as queimadas. Sem solução para as questões fundiárias as queimadas criminosas recrudescerão e agronegócio continuará levando a culpa por crimes cometidos por grileiros e madeireiros ilegais. Infelizmente, como se faz há décadas, busca-se um culpado para o problema e junto com as primeiras chuvas, desaparecem as queimadas e com elas, as possíveis soluções”, lamentou.

 

Produtividade

 

Neuman acrescentou, ainda, que a pecuária brasileira não precisa de nenhuma alteração em leis para continuar sua expansão, que tem se dado pela verticalização da produção. Segundo ele, a área ocupada com pastagens no Brasil vem caindo ano após ano, ao mesmo tempo que o rebanho cresce.

 

O país, hoje, tem tecnologia que permite ampliar a produtividade de 4 arroubas por hectare, para 30 arroubas por hectare. Ele também defendeu os bons agricultores, destacando que o plantio direto é uma realidade no Brasil e a cobertura vegetal morta que recobre os solos é um patrimônio financeiro do agricultor.

 

“Quem de sã consciência iria atear fogo em suas áreas de lavoura e queimar a cobertura morta que lhe garante no mínimo 5 sacas de soja  a mais por hectare? Incêndio nessas áreas são na maioria das vezes acidentais”, explicou.

 

Nível de debate

 

Por fim, o professor criticou o nível do debate do Brasil, ao comentar o resultado da última pesquisa Datafolha que mostra 22% dos brasileiros defendendo a entrega da gestão da Amazônia a órgãos internacionais. “Meus caros deputados e deputados. Que tipo de discussão estamos produzindo para que 22% dos brasileiros decidam abrir mão de 58% do nosso território? Quando na história da humanidade um povo propôs entregar mais da metade de seu território para outros países por se julgar incompetente para cuidar dele?”, lamentou.

 

Economia

 

Já na sua fala, Tiago Dimas, além das críticas a grileiros e madeireiros ilegais, destacou a importância doa agronegócio para o país, responsável por 25% do PIB (Produto Interno Bruto) e pela geração de parte importante dos empregos do país, inclusive com saldo altamente positivo em 2019.

 

No país, o VBP (Valor Bruto da Produção agropecuária) é estimado em R$ 603,4 bilhões. Já no Tocantins, o montante é de cerca de R$ 7 bilhões. No ano passado, o Tocantins exportou US$ 1,1 bilhão, ou seja, mais de R$ 4,5 bilhões, o equivalente a cerca de quatro orçamentos municipais de Palmas, capital do Estado e cidade com maior arrecadação.

 

“O agronegócio é mola propulsora do nosso Estado, nós não podemos permitir que os bons produtores possam a ser punidos por crimes que não cometerem. Imaginem se há uma retaliação que faça com que o brasil pare de exportar carne, a tragédia que seria para a economia”, ponderou o parlamentar.


 

 

 

Comentários (0)