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De volta à ativa, Eduardo Siqueira se posiciona com “fica Wanderlei”

Eduardo Siqueira representa o espólio do pai na política tocantinense e se posicionou semana passada de forma clara no Palácio Araguaia, fazendo a defesa da permanência do Wanderlei Barbosa no comando

Crédito: Roberta Tum/T1 Notícias

O deputado estadual Eduardo Siqueira Campos, que fez aniversário dia 4 da semana passada, tomou novo fôlego definitivamente com o resgate que fez dele, para voltar a fazer política, o governador em exercício Wanderlei Barbosa.

 

Quem foi à palestra do ministro do TCU, Augusto Nardes, viu um Eduardo renovado, num daqueles discursos que sabe bem fazer, e que marcaram seus tempos áureos de deputado federal, prefeito de Palmas e Senador.

 

Problemas de saúde, paralisia facial e até uma depressão que o fez viver dias difíceis e um afastamento longo da cadeira que ocupa na Assembleia Legislativa, marcaram um ocaso do desempenho dele como deputado estadual, que antecipou uma saída da política com o anúncio de que não será mais candidato.

 

“A partir do ano que vem quero desempenhar unicamente meu mandato de pai”, postou Eduardo Siqueira no seu stories do Instagram outro dia.

 

Enciclopédia viva por ter acompanhado os passos do pai, José Wilson Siqueira Campos, desde Colinas, ainda garoto, com passagem pelos pioneiros mirins, Eduardo oscilou na balança do amor e ódio das mais importantes figuras políticas do Estado.

 

Ultrapassando a marca dos 60, restou um Eduardo amadurecido, que confidencia aos amigos que “fechou sua ONG política”, ou seja: não promove mais ninguém do nada.

 

Ultimamente muito próximo do senador Eduardo Gomes, de quem o pai é suplente, e afinado com a deputada federal, professora Dorinha, esperava-se que ele acompanhasse ou esperasse uma definição dos rumos de Gomes - candidatura própria ou apoio a Dimas - antes de tomar posição.

 

Quem ouviu Eduardo lembrar as qualidades do atual governador e cravar o slogan: “fica, Wanderlei” no evento que ocorreu no Palácio Araguaia entende que o deputado já tomou posição.

 

Os motivos para não seguir uma candidatura com Ronaldo Dimas são fáceis de compreender se olharmos o retrovisor da história das últimas campanhas envolvendo Araguaína e o governo do Estado. “Só eu sei o que eu fiz pelo Dimas em 2012”, desabafa nos bastidores um Eduardo que nas últimas eleições se sentiu mais que traído, decepcionado.

 

Em 2006, comprou briga com boa parte do seu grupo (Raimundo Boi, Homero Barreto, Agimiro) na escolha de Dimas como vice de Siqueira. Em 2011, Ronaldo Dimas já era Secretário de Cidades e Habitação com recursos de grande importância para Araguaína.

 

Foi Siqueira pai quem entregou nas mãos de Ronaldo, o maior programa de recuperação asfáltica de uma cidade tocantinense: R$ 10 milhões.

 

Eleito em 2012, Dimas teria relegado Eduardo a um segundo plano, e entregue à deputada Luana Ribeiro, duas secretarias municipais na cidade.

 

Caminhar com ele agora, quando a roleta russa da política tocantinense eliminou mais um governador e entregou o comando do Estado à outro, que tem relações antigas e até familiares com os Siqueira, já era improvável.

 

Quando assumiu o governo, Barbosa visitou Eduardo, pediu sua contribuição no momento de insegurança que o Estado passou a viver, e teve dele o retorno, numa visita ao Palácio. Experiente na costura política, Eduardo Siqueira trabalha nos bastidores para ajudar a construir “a chapa mais competitiva possível” em torno de Wanderlei.

 

O que virá no próximo ano são projetos que ele ainda não abre para ninguém, mas seu posicionamento e articulação garante a Barbosa o espólio Siqueirista nesta eleição. Para quem ainda duvida, basta assistir ao vídeo que o velho Siqueira gravou e Eduardo veiculou no Instagram neste final de semana, convidando Fenelon a visitá-lo.

 

Aquela filiação de Siqueira ao PL, pelo visto, já não quer dizer mais nada. O gesto e o rumo agora, são outros.

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