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Nas redes, Marcelo Silva desabafa e expõe dilema do mercado publicitário no Tocantins

Marcelinho, como é conhecido, desabafa sobre o ramo que emprega cerca de 3 mil pessoas. São cerca de 79 rádios, quase 30 emissoras de TV. Sites, toda cidade tem. A capital, tem mais de 20 ativos.

Marcelo Silva
Descrição: Marcelo Silva Crédito: Reprodução

Num desabafo bem ao seu estilo, feito na semana passada no Twitter, o publicitário e expert em marketing eleitoral, Marcelo Silva disparou contra veículos e o que ele chamou de “veacos” da comunicação. 

 

Os motivos seriam constantes ataques e perseguições à Public, agência com 25 anos de mercado por parte de alguns veículos do Norte do Estado e alguns profissionais de imprensa, interessados em “criminalizar” o mercado de agências.

 

Descontado o tom ácido de Silva, e os motivos dentro da própria empresa para um enxugamento que já começa a acontecer por lá, algumas verdades foram apontadas por ele que merecem reflexão.

 

A primeira é a invasão do mercado tocantinense por empresas de fora. Das quais pouco ou nada se sabe sobre capacidade técnica. Gente que não sabe produzir um web banner, nas características técnicas da internet. Gente que “senta” no dinheiro dos veículos – dos quais levam de 15 a 20% de comissão – e usa de todos artifícios para protelar pagamentos. Quando não recebe, gasta e vai se justificar lá na frente, com desculpa esfarrapada, quando o dono do veículo percebe que não foi pago.

 

Nos principais clientes em volume no mercado – Estado e prefeituras - a justificativa é uma só: tem que licitar, não tem como proteger o mercado local de agências. Verdade. E mentira.

 

De verdade, é preciso seguir as normas e o que a lei determina. De outro, é preciso parar de fazer vistas grossas para a falta de capacidade técnica de empresas que caem de paraquedas no Tocantins. Ninguém checa a origem. Se onde afirmam estar instaladas têm pelo menos sede. Ninguém confere. O que está no papel (e muitas vezes não existe na realidade) passa a valer por falta de um acompanhamento e diligência.

 

Mercado movimenta milhões de reais e milhares de empregos.

 

O fato é que o mercado publicitário movimenta cerca de R$ 100 milhões no Estado. Mesmo que nem todo este volume passe por agências, ele chega aos veículos, empresas de outdoors, painéis, carros de som.

 

Um ramo que emprega cerca de 3 mil pessoas. São cerca de 79 rádios, quase 30 emissoras de TV. Sites, toda cidade tem. A capital, tem mais de 20 ativos.

 

Neste universo, já há alguns anos, empresas vem fechando e outras encolhendo.

 

Ao longo dos últimos 25 anos, Verbus fechou. Alento, de César Carneiro fechou. Dimensão, da saudosa Maria Arienah deixou de existir com sua morte e a TV 3 diminuiu para seguir sobrevivendo.

 

Se este mercado todo ficar refém de agências de pastinha, estamos perdidos. Ou agências que não se dão o trabalho de montar um escritório em Palmas e não tem qualquer compromisso de gerar empregos no Tocantins.

 

Esta deveria ser uma preocupação do governo através da Secom. E das maiores prefeituras do Estado, assim como da Assembleia Legislativa.

 

Promover cursos e treinamentos para as agências daqui, é algo a se pensar. Preservar este mercado que emprega tanta gente e cujo montante de comissões e produção não pode ir à falência porque é ruim para todos os envolvidos.

 

Para veículos, depender da turma de fora é o pior cenário.

 

É preciso fazer essa discussão no momento em que cursos de publicidade são extintos no Estado, e uma das maiores empresas corre o risco de encolher ou fechar suas portas.

 

Com mais de 60 empregos diretos na Capital, com peças criativas e vencedoras de inúmeros prêmios, a Public é patrimônio também do Estado no ramo publicitário.

 

Não se trata de defender seus interesses empresariais, mas de dar o alerta para uma situação que já aconteceu com os jornais impressos, quando o irmão de um ex-governador entendeu de extinguir verbas publicitárias para veículos locais. 

 

O mercado publicitário local está asfixiado para além da Public. E isso é um assunto que interessa não só às empresas de um ramo que emprega mais que três fábricas de automóveis. Interessa a todos nós.

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