No TRF recurso de Miranda aguarda pauta: PF deve desdobrar operações 

Corre nos bastidores notícia de que a Polícia Federal prepara mais um desdobramento de suas operações no Tocantins. No alvo, empresários que assim como João Oliveira, foram delatados por colaboradores

PF nas ruas nos próximos dias
Descrição: PF nas ruas nos próximos dias Crédito: Reprodução

A notícia que chegou nesta terça-feira, 26, aos veículos de comunicação é mais um vazamento da Operação Ápia. Desta vez, um trecho da delação atribuída ao empreiteiro Rossine Guimarães, dono da empresa CRT. Esta, que curiosamente obteve na justiça desbloqueio dos seus bens. Um assunto para outro artigo.

 

Na pauta do dia está o ex vice-governador João Oliveira, que deixou o cargo, numa renúncia polêmica e controversa, antes que o então governador Siqueira Campos renunciasse ao cargo de governador. A manobra abriu espaço para a segunda eleição indireta da história do Estado, possibilitando que o presidente da Assembléia Legislativa, então deputado Sandoval Cardoso se tornasse governador.

 

Daí para candidato a reeleição foi um passo. Fatos que a história registra.

 

 A acusação  de Rossine (foto) é que a renúncia de Oliveira teria custado R$ 2,5 milhões. Ninguém sabe até onde vão as operações da Polícia Federal em temas em que os crimes, sejam comuns ou eleitorais estariam fora da alçada da Justiça Federal. Mas até lá, não falta assunto para as manchetes. E feliz ou infelizmente para revelações que são tomadas desde o nascedouro como verdades absolutas.

 

 Taí o caso de João Oliveira para somar-se a outros.

 

Enquanto as operações se desdobram e algumas repetem o mesmo objeto com outros nomes, o imaginário popular vai se povoando de “quadrilhas” e “extorsões”que só saberemos o quanto têm de realidade quando esses processos forem concluídos. E olha que demora.

 

É neste cenário que o ex-governador Marcelo Miranda segue preso no QCG em Palmas já vai para mais de 60 dias.

 

No seu caso, o que pesa é a acusação criminal. Susposto mandante de assassinato. Algo completamente fora do perfil de Marcelo Miranda. A conferir se será provada.

 

Mas para manter alguém preso hoje em dia, não são necessárias provas nem julgamento. Basta o risco de que o preso seja perigoso, ou que tenha capacidade de interferir nas investigações em curso. No caso de Miranda  sua susposta participação no crime (mandar assassinar trabalhadores braçais na fazenda Ouro Verde, no Pará) o caso que tinha sido investigado e encerrado pelo Ministério Público naquele Estado. Crime comum, diga-se.

 

O fato é que da prisão de Marcelo Miranda e seu irmão Brito Júnior, outras se derivaram, nos desdobramentos do que tem sido dito por delatores. Alguns acusam na base do “achômetro”, pagamentos que não viram e os quais não intermediaram.

 

Nesta semana, o advogado de Miranda, Jair Alves Pereira, peregrina pelo TRF aguardando que entre em pauta o recurso que impetra. Pedido de Habeas Corpus que pode liberar o ex-governador.

 

Numa sala convertida em cela, em que dispõe de uma cama estreita e colchão fino, Miranda recebe visitas aos domingos. Basicamente a família, advogados e poucos amigos. Lê muito e segundo ouvi dizer, conta os dias em que está impedido de ir e vir, esperando ser solto.

 

Fora do poder e sem toda a influência que lhe é atribuída de ameaçar pessoas para interferir em investigações federais, tem estado abatido. Atribui a perseguições de adversários tudo que tem lhe ocorrido ultimamente.

 

Enquanto Marcelo está preso, o que corre nas ruas é que os federais se preparam para mais um desdobramento de suas operações. Agora avançando sobre nomes da alta sociedade tocantinense. 

 

Empresários citados também no rol das várias delações e que até aqui estiveram acima de qualquer suspeita.

 

Comentários (0)