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O efeito Kátia e o movimento de deputados para que Andrade indique vaga ao Senado

Deputados têm se movimentado para indicar outro nome ao Senado, contudo, quem viu Kátia e Barbosa juntos cumprindo agenda não tem dúvidas de que a decisão do governador está tomada.

Wanderlei e Kátia em Pindorama nesta segunda-feira, 14.
Descrição: Wanderlei e Kátia em Pindorama nesta segunda-feira, 14. Crédito: Antonio Gonçalves/Governo do Tocantins

A confirmação de Wanderlei Barbosa não mais como interino, mas como governador de Estado, pela prerrogativa que a condição de vice lhe deu, já provoca dissensões na base política do governo, em especial com o movimento de alguns deputados para indicar outro nome ao Senado, via Antonio Andrade, presidente da Assembleia.

 

A questão é que, alguns deles, com passagem pelo grupo da senadora Kátia Abreu ao longo dos últimos anos e que tiveram eventualmente algum desentendimento com ela, não engolem a preferência (ou o compromisso) de Barbosa com Kátia, para indicá-la na sua chapa ao Senado.

 

Sobre isso, ouvi do deputado estadual Eduardo Siqueira. “Não tenho qualquer problema com a senadora Kátia, não me incluam nisso (de não avalisar a candidatura dela na chapa de Wanderlei)... Como eu poderia dizer ao Wanderlei que o que foi bom para mim em 2010 não é bom para ele agora? Essa escolha é absolutamente do governador”, tem dito ele nos bastidores.

 

O fato é que, em 2010, Siqueira estava na oposição, sem recursos financeiros para bancar completamente a sua campanha, e contou de um lado com o senador João Ribeiro (que deu uma fazenda em garantia de pagamento pelo contrato de Duda Mendonça) e com a senadora, que levou seu Democratas, com 25 prefeitos para apoiar Siqueira, quando todos os demais partidos e líderes apoiaram Carlos Gaguim. E Siqueira levou.

 

Com Marcelo Miranda depois, o apoio de Kátia Abreu foi crucial. Ela comprou a briga jurídica de Miranda, abriu espaço para que ele se viabilizasse. Embora tenha sido igualmente beneficiada por ele, que foi aos seus apoiadores e referendou a candidatura de Kátia até entre os que por antipatia, não queriam votar nela.

 

Agora, no afastamento de Mauro Carlesse, nenhum dos secretários próximos do ex-governador tinha dúvidas da influência de Kátia ao patrocinar uma campanha contra ele em Brasília com fortes acusações de corrupção no seu mandato. Um dia após o afastamento, na primeira coletiva de Barbosa no Araguaia, ouvi de um secretário ligado a Carlesse: “vamos dar uma resposta àquela mulher”, atribuindo à senadora o poder de ter influenciado no afastamento do então governador no STJ.

 

É certo que o Ministro Mauro Campbell, que conduz o processo, telefonou para Kátia Abreu de Palmas, naquele dia 20 fatídico para Carlesse. “Estou na sua terra senadora, mas não é para coisa boa”, teria dito o ministro do STJ que costurou com telefonemas o apoio de seus colegas de Corte para manter o afastamento do governador. Lembre-se: quatro governadores no País respondem à ações. Um deles teve o chefe de gabinete preso, mas manteve o mandato. Não houve clemência do STJ à Carlesse.

 

Até semana passada, Kátia Abreu e sua influência - quem conhece sabe - era tida como fator preponderante para manter Carlesse fora do cargo.

 

Agora, com a renúncia, começou na movimentação para limpá-la da vaga de Senado.

 

Uns defendem que o governo busque a professora Dorinha. Esta já tem dito nos bastidores que com o governo não vai.

 

Outros defendem que como avalista do impeachment, Antonio Andrade - vice governador de fato -, seja o dono da vaga. Nos bastidores, fala-se que Andrade se recusa a apoiar Kátia.

 

A reunião na chácara de um deputado - fala-se nos bastidores em Valdemar Júnior - teria parido a missão de que Kátia seja convidada a disputar vaga de deputada federal, onde teria eleição tranquila e eliminaria argumentos já esperados contra ela na campanha: duas vagas numa mesma família, o esgotamento de sua figura pública com várias idas e vindas na política estadual e nacional.

 

Outros defendem Marcelo Miranda como candidato ao Senado na chapa de Barbosa. O MDB ficaria bem na chapa proporcional. Mas, há quem garanta que com pesquisas qualitativas e quantitativas em mãos, Barbosa já tenha enviado emissários à Miranda com a proposta de que mantenha Dulce a federal e saia candidato a estadual, com a garantia da presidência da Casa. “Seria um novo começo para ele, e foro garantido”, argumentou uma fonte ao Blog.

 

Seja como for, começou a temporada de tentativa de queimar, dentro do grupo, o nome da senadora à reeleição.

 

É um trabalho que requer com urgência um bombeiro. E que o governador ponha os pingos nos “is”.

 

Em Brasília na semana passada e em Pindorama na manhã desta segunda, quem viu e quem vê Kátia e Barbosa juntos não tem dúvidas de que a decisão do governador está tomada.

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