Representantes de Matriz Afro ocupam Minc cobrando políticas para o movimento

A Frente Liberta Matriz Africana (FLAMA), com o apoio da CONAFER, entre outras autoridades dos povos indígenas, camponesas e periféricos, ocupam, desde esta terça, o prédio da pasta em Brasília

Cerca de 30 pessoas estão acampadas no Minc
Descrição: Cerca de 30 pessoas estão acampadas no Minc Crédito: Divulgação

Em protesto pacífico, entidades que representam a cultura de matriz africana no país estão, nesta quarta-feira, 8, ocupando o Ministério da Cultura (Minc), em Brasília (DF). A Frente Liberta Matriz Africana (FLAMA), com o apoio da CONAFER (Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais), entre outras autoridades dos povos indígenas, camponesas e periféricos, ocupam, desde esta terça-feira, 7, o prédio da pasta. 

 

O grupo é composto por cerca de 30 pessoas que pedem a implementação do Plano Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos de Matrizes Africanas e de Terreiros, além de cobrarem que a presidência da Secretaria Especial de Políticas de Igualdade Racial seja ocupada por um conselheiro eleito pelo Conselho Nacional de Igualdade Racial.

 

Outro ponto cobrado pelos manifestantes refere-se à posse imediata do conselheiro Nacional de Políticas Culturais para os povos de matrizes africanas e de terreiros, Pai Álvaro José dos Santos Souza (Pai Neto de Nanã-MA). 

 

Os manifestantes querem, também, a formação do Colegiado Nacional de Povos de Matrizes Africanas e de Terreiros e publicação do Edital para Rede de Pontos de Cultura de Matrizes africanas, camponesas, indígenas e periféricas.

 

Os manifestantes afirmam, ainda, que o diálogo será realizado “somente com o Ministro da Cultura Sergio Sá Leitão para cobrar dele diversas pautas da cultura dos povos tradicionais de nosso país”. O Ministro se encontra no Rio de Janeiro, onde cumpre agenda durante toda esta quarta, conforme informações do Minc. 

 

STF decide sobre uso de animais em cultos

 

Amanhã, 9, o Supremo Tribunal Federal (STF) realiza o julgamento do Recurso Extraordinário que proíbe o sacrifício de animais em rituais religiosos. No ano passado, representantes da Comissão dos Terreiros Tombados da Bahia e outras lideranças religiosas e da sociedade civil se reuniram com a presidente do STF, Cármem Lúcia. Na ocasião, eles entregaram à ministra um parecer e um memorial com informações históricas, legais e culturais no mundo inteiro relacionado ao uso de animais em cultos.

 

À época, outros representantes de religiões de matriz africada criticaram a proibição alegando que se trata de preconceito e racismo contra um segmento. Na visão deles, o abate para fins de culto não fere a Declaração Universal dos Direitos dos Animais. Além disso, esses líderes alegam que outras religiões praticam o procedimento, porém não são alvos de perseguições legais.

 

Sobre o caso, o grupo que integra a manifestação no Minc declara que o Ministério da Cultura, Fundação Cultural Palmares e Sepir “culpados pelo crime de grave ameaça a extinção da diversidade cultural e biológica da nação brasileira, assim como, de associação criminosa com as igrejas, determinando o estado de calamidade cultural em todo território brasileiro, o que tem ameaçado a vida, os hábitos e costumes das comunidades tradicionais afro brasileiras e indígenas”.

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