12 operários em condições análogas à escravidão são resgatados de obra em Palmas

Resgate ocorreu após denúncia anônima ao MTE. Trabalhadores não tinham carteira assinada, dormiam em redes ao relento, não tinham água potável, alimentação adequada e nem banheiros...

Trabalhadores foram resgatados na última 4ª
Descrição: Trabalhadores foram resgatados na última 4ª Crédito: Ascom/MTE

O Grupo Especial de Fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) realizou na última quarta-feira, 21, o resgate de 12 operários de uma obra no centro da capital.

Segundo o coordenador do grupo, Humberto Célio Pereira, os operários foram encontrados em condições análogas ao trabalho escravo e foram resgatados após uma denúncia anônima. Conforme as informações, os operários vieram do Ceará e trabalhavam na obra de reforma de um prédio na quadra 102 Sul. O prédio sediará uma filial da rede de lojas de decoração Jacaúna, que pertence ao deputado estadual do Ceará Rogério Aguiar (PSD).

De acordo com Pereira, os trabalhadores não tinham carteira assinada, dormiam em redes ao relento, não tinham água potável, não tinham alimentação adequada e utilizavam banheiros improvisados. “A situação dos trabalhadores era precária”, ressaltou o coordenador do MTE, que frisou que ao flagrar a situação a obra foi imediatamente embargada. “A obra foi embargada e os trabalhadores foram retirados do local. A obra só poderá ser retomada quando o empregador oferecer condições dignas de trabalho aos trabalhadores”.

Ao serem resgatados os trabalhadores foram encaminhados para um hotel, onde irão aguardar o retorno para o Ceará. Conforme o MTE, a empresa será obrigada a assinar a carteira dos trabalhadores e terá que pagar todos os direitos trabalhistas dos mesmos, que somam R$ 36.868,00. Além disso, a empresa será alvo ainda de uma ação civil por danos morais e uma ação criminal, por submeter trabalhadores a condições análogas ao trabalho escravo.

Empresa

O T1 Notícias tentou contato com o deputado e proprietário da rede Jacaúna em seu gabinete, contudo a secretária solicitou que o assunto fosse tratado com representante da empresa Jacaúna. Na empresa ninguém quis se pronunciar a respeito e foi passado o telefone do advogado da mesma, contudo todas as ligações para o celular não foram atendidas. O espaço continua aberto.

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