Acusado de ter matado médico irá a júri popular após juíza negar pedido do MPE

Hanilton Bosso desferiu oito facadas no médico Ricardo Maciel em dezembro do ano passado. O crime ocorreu dentro do hospital de Santa Rosa

Médico Ricardo Maciel Catuladeira foi assassinado dentro de hospital
Descrição: Médico Ricardo Maciel Catuladeira foi assassinado dentro de hospital Crédito: Arquivo pessoal

O suspeito de ter matado o médico Ricardo Maciel Catuladeira Miradanda, Hanilton Bosso Araújo, irá a júri popular. O Ministério Público (MPE) e a defesa de Bosso pediram que ele fosse julgado por lesão corporal seguida de morte ao invés de homicídio qualificado, mas a juíza responsável pelo caso negou.

 

A decisão foi tomada na quarta-feira, 14, pela juíza Edssandra Barbosa da Silva Lourenço, da 1ª Escrivania Criminal de Natividade.

 

Bosso confessou o crime e responde pela morte do médico em liberdade. Na decisão de quarta, a juíza optou por manter ele solto até que o julgamento seja marcado. Ainda não há data para que isso aconteça.


 

O processo 


 

A defesa de Hanilton Bosso, assim como o Ministério Público do Tocantins, pediram mudanças no processo. Os dois queriam que o acusado fosse julgado por lesão corporal seguida de morte ao invés de homicídio qualificado. Neste contexto, o acusado não iria a júri popular.


 

A juíza Edssandra afirma que é “vedado ao magistrado adentrar profundamente no mérito da questão”, mas decidiu interpor neste caso, já que a “materialidade do crime encontra-se provada pelo laudo de exame necroscópico” e que o suspeito confessou ter sido o autor do crime, aferindo golpes de faca na vítima, “o que foi corroborado pelo depoimento das testemunhas e informantes arroladas pela acusação”.


 

Portanto, a magistrada descartou a tese de legítima defesa sustentada tanto pelo acusado em seu interrogatório quanto por sua defesa em suas alegações finais. 


 

Em caso de condenação, a pena para casos de lesão corporal seguida de morte tende a ser menor que a de casos de homicídio.


 

O caso 

 

O médico Ricardo Maciel Catuladeira Miranda foi assassinado em dezembro de 2020, dentro do hospital em que trabalhava, em Santa Rosa do Tocantins. Conforme a Polícia Militar (PM), a vítima foi morta a facadas enquanto estava de plantão na unidade hospitalar.

 

A polícia disse, à época, que o suspeito teria invadido a unidade para assassinar Ricardo. O laudo necroscópico concluiu que Ricardo Maciel foi atingido por oito facadas ao todo, pelo menos seis delas na região dos órgãos vitais.

 

Além dos atendimentos no hospital de Santa Rosa, Ricardo Miranda também era servidor público do Estado desde 2011.

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