Após ataque de PM a jovens do Hip Hop, órgãos definem estratégias de proteção

Para promotora de Justiça, “o rap é uma arte mundialmente reconhecida e faz parte do cotidiano dos jovens que a utilizam como forma de expressão”

Na época, policial chegou a quebrar caixa de som comprado com esforço do grupo
Descrição: Na época, policial chegou a quebrar caixa de som comprado com esforço do grupo Crédito: Divulgação

O episódio em que um policial militar foi filmado atacando física e verbalmente um grupo de jovens durante ensaio de batalha de rimas no estacionamento do Estádio Ayrton Sena em junho deste ano, alem de outros ataques sofridos pelo grupo, mobilizou a Defensoria Pública Estadual (DPE) e o Ministério Público do Estado (MPE) a se unirem para definir estratégias de proteção a este grupo.

 

De acordo com o MPE, foi iniciado uma atuação conjunta na defesa dos direitos de jovens que participam do movimento hip-hop. A Promotora de Justiça Zenaide Aparecida da Silva e a Defensora Pública Larissa Pultrini reuniram-se nesta terça-feira, 16, para definir estratégias e parcerias com outras instituições.

 

A ideia, de acordo com Zenaide Aparecida, é discutir formas de abordagens e proteção dos jovens que participam de eventos como “batalhas de rimas”, que reúnem jovens compositores em duelos de rap com letras improvisadas. “O rap é uma arte mundialmente reconhecida e faz parte do cotidiano dos jovens que a utilizam como forma de expressão. É necessário preservar este movimento e respeitar as diversas formas de cultura”, comentou a Promotora de Justiça.

 

Dentre as propostas definidas nesta terça-feira está a elaboração de um termo de cooperação entre instituições como Universidade Federal do Tocantins, Unitins, Ordem dos Advogados do Brasil/TO, Polícia Militar, entre outros.

 

Para a defensora Larissa Pultrini, o objetivo da iniciativa é sensibilizar os agentes e instituições de segurança para atuação em casos que envolvam jovens do movimento hip-hop e em eventos como batalhas de rimas. “A atuação conjunta fortalece o trabalho do MPE e da Defensoria no esclarecimento sobre os direitos e deveres de todos os envolvidos”.

 

O caso

 

No mês de junho deste ano, um caso ganhou repercussão na imprensa devido à reação de um policial militar diante de um grupo de jovens rappers que ensaiavam no estacionamento do ginásio Ayrton Senna, na região Sul de Palmas. Na ocasião, o policial, incomodado com a música, destruiu a caixa de som utilizada pelos adolescentes. O caso segue sob investigação da Polícia Militar.


Veja vídeo:

 

 

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