Após o fim da audiência promovida pelo Ministério Público Estadual (MPE), nesta segunda-feira, 25, que reuniu representantes da comunidade escolar, gestores públicos e entidades de defesa dos direitos da criança e do adolescente para debater os impactos da paralisação na qualidade da educação, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Tocantins (SINTET) realizaram uma assembleia onde foi decidido por unanimidade que a greve continua, inclusive a greve de fome dos servidores que já completa 132 horas. Em nota, Prefeitura esclarece que a decisão de cortar o ponto dos servidores grevistas é judicial.
Em entrevista ao T1 Notícias na manhã desta terça-feira, 26, o presidente regional do Sintet, Fernando, pontuou que a categoria estava disposta a acabar com a greve ontem, caso a gestão dialogasse. “A categoria decidiu por unanimidade manter a greve. A ausência do prefeito e do secretário na audiência mostra a falta de respeito e de diálogo por parte da gestão. A direção não consegue entender qual o outro fato mais importante e impactante que está havendo nesse momento em Palmas que resultou na ausência desses gestores. Esperávamos que a greve terminasse ontem com a posição da gestão, que foi realizada exatamente para chegarmos num consenso. Se a gestão tivesse humildade teria negociado e colocado fim a greve”, destacou o diretor da categoria.
Presente na audiência, o procurador geral do município, Públio Borges, pontuou os avanços na Educação Básica na capital com os melhores salários entre os estados brasileiros e o compromisso em ter 93% do efetivo formado por servidores concursados, mas ratificou que não iria comentar sobre nenhum ponto da greve. Em nota enviada ao T1 na manhã desta terça-feira, 26, a Prefeitura de Palmas comentou sobre o corte de ponto. “A Prefeitura de Palmas esclarece que a decisão de cortar o ponto dos servidores grevistas é judicial, sendo assim, a gestão apenas está cumprindo a decisão da justiça que já declarou a greve ilegal cinco vezes. Lamentamos o descumprimento judicial dos professores”.
Acordo
Completando 21 dias de duração, a audiência terminou sem acordo das partes envolvidas e MPE deverá ajuizar uma Ação Civil Pública para a reposição de aulas. Convocada e conduzida pela promotora de Justiça Zenaide Aparecida da Silva, que atua na área da proteção e da defesa de crianças e adolescentes, a pauta da reunião destacou a substituição dos professores grevistas por profissionais remanejados de outras secretarias municipais e por professores contratados temporariamente, bem como a forma a ser adotada para a reposição das aulas, de modo que se cumpram os dias letivos obrigatórios.
A representante do Ministério Público defendeu a reposição das aulas e informou que irá ajuizar uma Ação Civil Pública para que a reposição ocorra. Segundo a promotora, a intenção é que os alunos não sejam prejudicados e o problema seja resolvido o quanto antes. “O objetivo do Ministério Público é garantir que os alunos não sejam prejudicados e que as aulas sejam repostas pelos professores do quadro da educação e não por profissionais contratados temporariamente. Infelizmente, o município não quis dialogar, então não restou outra alternativa senão ajuizar uma Ação Civil Pública”, finalizou Zenaide Aparecida.
Greve de fome
Na noite desta segunda-feira, 26, a greve de fome dos professores teve mais uma baixa quando uma orientadora educacional passou mal e teve que ser socorrida pelo Samu. Segundo o Sintet seus níveis de glicemia estavam baixíssimos. Neste momento quatro professores permanecem na greve de fome completando mais de 130 horas sem se alimentar.
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